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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

[8431] - QUARENTA ANOS DEPOIS...

José F. Lopes
5-Quando o regime do Estado Novo congelou o desenvolvimento político no arquipélago de Cabo Verde: Como o Passado Reflecte e Influencia o Presente e o Futuro:

In Cabo Verde 40 anos após a Independência: Reflexões e Balanço Final

 Se retornarmo-nos ao início dos anos 60 ou mesmo à tomada do poder por Salazar e à fundação do Estado Novo em Portugal, chegaremos talvez à raiz de uma das principais causas dos problemas do Portugal contemporâneo (Metrópole as suas colónias), e perceberemos a razão do atribulado processo de independência das suas colónias africanas. Mas é um facto que o vasto império ultramarino colonial Português foi definhando ao longo dos séculos, talvez por má gestão e péssima diplomacia, numa altura em que potências coloniais como a Inglaterra ou Holanda atingiam o seu auge. A gestão por Portugal do período de 1960-1974 foi desastrosa e em geral atribuída à estreita e retrógrada visão do ditador Salazar, que manifestou uma total incompreensão do mundo saído da 2ª Guerra. Portugal vivia situações de miséria e opressão extrema em tudo semelhante e similar ao que se passava nas colónias. Usando um comentário do amigo Adriano Miranda Lima (1,2,3), o povo português era refém de grilhetas mentais de uma leitura do mundo de que não se conseguia libertar, quando o pós- 2ª Guerra Mundial já tinha pulverizado a ordem que regia o velho mundo. Por outro lado, Salazar sempre pensou que a obstinação e o confronto eram o melhor método para lidar com o país, o seu povo e o mundo (Eu conheço bem o povinho  que governo, dizia ele). Só que não entendeu que a sua política teria reflexos graves não apenas no Portugal continental como nos territórios africanos e até no mundo. A responsabilidade primária pelo descalabro da descolonização incumbe, pois, em primeiro lugar ao regime Salazar/Caetano, que não soube ler correctamente os sinais dos tempos (ou seja, questão da descolonização na agenda da Nações Unidas graças à insistência dos EUA, uma nação ela própria nação nascida de um processo de descolonização), e por fim ao MFA, que que não conseguiu gerir adequadamente e com sentido de responsabilidade um processo transição por não resistir às pressões de vários quadrantes para liquidar à pressa um império (o chamado cut and run). Cabo Verde é assim apanhado no meio de um processo colonial para o qual não estava preparado. Segundo Miranda Lima, se a potência administrante fosse outra, provavelmente a história teria sido diferente do princípio (anos 50) ao fim (anos 70). Outros galos cantariam e jamais teria acontecido o que aconteceu. A descolonização teria disso conduzida com um plano bem gizado e que seria cumprido até ao fim. Mas a Inglaterra ou a França são o que são e Portugal é o que é. 
Luiz Silva (1,2,3) vem corroborar Miranda Lima, indo até mais longe. Fomos vítimas da cegueira colonial, duma repressão política e cultural levada às últimas consequências; enquanto as colónias francesas e inglesas se desenvolviam ao nível político e cultural para nós isso era um grande tabu pensar pela própria cabeça, como dizia o Amílcar. O Gana teve um primeiro-ministro negro em 1957 e foi à Independência em 1960, enquanto que a França abria universidades nas suas colónias, jornais e rádios e mesmo televisão para levar o conhecimento, iniciou vários políticos africanos como deputados na Assembleia nacional como Sekou Touré, ou alguns foram ministros da França como Senghor, Houphouet Boigny e outros. Além disso, o papel importante da Présence Africaine no centro de Paris propiciou uma luta política importante que terminou na independência dos respectivos países com muita fraternidade. Nhô Balta dizia que era a PIDE que andava a criar políticos prendendo pessoas por prender só para justificar a sua presença em São Vicente. E foram esses políticos feitos pela PIDE, que num oportunismo rasteiro, agora revindicam o direito de combatente da Pátria. Não incluo  neste grupo os emigrantes da França e Holanda que foram para a luta para a libertação de Cabo Verde. Estes sim: renunciaram aos salários, a uma vida tranquila, e foram dar o melhor deles por Cabo Verde.
Sabemos que o Estado Novo matou qualquer veleidade de organização política tanto na metrópole como no arquipélago, embora tenha ocorrido uma curta abertura com a morte de Salazar, aquilo que se designou por “primavera marcelista”, que permitiu algum estremecer político na metrópole. Apesar dos insistentes pedidos para uma certa autonomia alargada e mesmo um estatuto de adjacência para o arquipélago de Cabo Verde, equiparado ao estatuto da Madeira e dos Açores, estes pedidos foram rejeitados ou protelados sine-die. A ter sido acontecido no tempo do Dr. Adriano Duarte Silva, o rumo do arquipélago e da sua economia poderiam ter mudado radicalmente, na medida em que a administração do arquipélago já era essencialmente garantida por quadros cabo-verdianos, que inclusivamente eram activos importantes nas restantes colónias. Em Abril 1974, Cabo Verde era um deserto político (de resto a palavra política era proibida), a sua população era praticamente inculta do ponto de vista político, o que era um terreno fértil para as demagogias. Figuras de grande prestígio no arquipélago e na diáspora, tais como os Claridosos Baltazar Lopes, Teixeira de Sousa etc., que poderiam ter tido um papel político activo antes e depois da Independência, seriam varridos pela revolução do 25 de Abril. Estes homens manifestaram uma completa inadaptação, inexperiência e mesmo incultura política, ao não saberem dirimir a situação. Já estavam velhos, cansados e ultrapassados politicamente. Mas não deixa de ser um facto inquestionável que a partilha do poder com os que ficaram no arquipélago (a Tapadinha) e mesmo com os que estavam na Diáspora e que não liam o mundo pela mesma cartilha, não estava no horizonte dos autoproclamados Melhores Filhos, o que se revelou ser um erro fatal (continua).  
1- http://arrozcatum.blogspot.pt/2015/01/7733-o-lugar-da-historia_29.html
2- http://arrozcatum.blogspot.pt/2015/02/7754-o-lugar-da-historia-2.html
3- http://arrozcatum.blogspot.pt/2015/02/7811-o-lugar-da-historia-3.html

[8430] - TEMPESTADE FRED...


IMAGEM DAS 14H00 DE 31.08.2015
AO PASSAR EM C.VERDE, A TEMPESTADE PASSARÁ
A FURACÃO TROPICAL.

[8429] - UMA OBRA NOTÁVEL...



O ANTES E O DEPOIS DA ESCOLA SALESIANA DE ARTES E OFICIOS,  S, VICENTE...
(Fonte - Clube Matiota)

[8428] - CONTRA O ASSÉDIO PUBLICITÁRIO...


Um editor de notícias da CBS  brinda-nos com estas preciosas dicas sobre como lidar com as agressões do marketing que nos bombardeiam todos os dias.

1) Um método que realmente funciona: Ao receber uma chamada de telemarketing oferecendo qualquer coisa, diga apenas:
- "Por favor, aguarde um momento..."
Dito isso, não desligue, deixe o fone sobre a mesa e vá cuidar de outras tarefas (ao invés de simplesmente, desligar o telefone de imediato).
Isso vai fazer com que cada chamada de telemarketing que fizerem tenha uma duração muito longa, arruinando as metas do marquetista que lhe ligou.
Periodicamente, verifique se ele ainda está em linha e desligue o telefone somente após ter a certeza de que ele desistiu e desligou. Isto dá uma lição de alto custo a esses intrusos.
Ao difundir este método ajudaremos a eliminar ofertas indesejadas por telefone.

2) Alguma vez  já atendeu o telefone e parecia não haver ninguém do outro lado?
Essa é uma técnica de telemarketing onde um sistema computorizado faz a ligação e regista a hora a que a pessoa atendeu.
Esta técnica é utilizada por  muitos marquetistas para determinarem a melhor hora do dia em que uma pessoa deverá ligar, evitando assim que o "precioso" tempo de ligação deles venha a ser desperdiçado, caso você não esteja em casa.
Neste caso, ao receber este tipo de ligação, não desligue. Ao invés disso, pressione o botão "#" do seu telefone seis ou sete vezes seguidas, em rápida sucessão. 
Isso normalmente confunde o computador que discou o seu número, fazendo registrar que esse número é inválido,  eliminando-o  do banco de dados. "Ah, que pena, eles não têm mais seu número para ligar de novo..."

3) Propaganda inserida nas contas recebidas pelo correio:
Todos os meses recebemos propaganda indesejada inserida em nossas contas de telefone, luz, água, cartões de crédito e outros. Muitas vezes essas propagandas vem com um envelope de resposta comercial que "não precisa selar - o selo será pago por..."
Insira nesses envelopes pré-pagos a propaganda recebida e coloque de volta no correio, COLOCANDO A PRÓPRIA COMPANHIA COMO DESTINATÁRIO.
Caso queira preservar sua privacidade, remova qualquer coisa que possa identificá-lo antes de meter no envelope.
Isso funciona excepcionalmente bem para ofertas de cartões, empréstimos e outros itens "pré-aprovados" .  Não deite fora esses envelopes pré-pagos: devolva-os com as propagandas recebidas! Faça essas companhias pagarem duas vezes pela propaganda enviada!
Aproveite para inserir anúncios da pizzaria local, de lavandarias, super-mercados ou qualquer outro item inoportuno que esteja à mão..

Muitas pessoas já estão praticando este gesto de devolver o lixo publicitário lixo de volta aos seus remetentes. Mas, veja bem, temos que dar nosso recado. Precisamos ter números expressivos de pessoas aplicando estas técnicas eficazes de protesto. SEJA UMA DELAS...

[8427] - CONTRADIÇÕES DIVINAS...


Os muçulmanos fundamentalistas da Guiné-Bissau exigem que a mutilação genital feminina deixe de ser considerada crime naquele psís pois, dizem eles, é uma "tradição" da sua fé, pelo que consideram a posição legal do Estado discriminatória e atentatória da liberdade religiosa...
Tenho para mim que, a acreditar nos religiosos guineenses, segundo os quais a mutilação genital das mulheres é um dos legados de Mahomet, que o profeta é um  personagem de carácter duvidoso que, ao aconselhar tal monstruosidade está a interferir numa obra de Deus (Allah) que se presume seja perfeita - a mulher!
Ora, sendo divinamente perfeita, como se permite Mahomet recomendar que seja alterada num pormenor que, aliás, não parece que tenha qualquer interferência na maior ou menor religiosidade das muçulmanas?
Será que o fenómeno do prazer sexual é, na sua religião, uma prerrogativa do homem? Será isso, divinamente, defensável?
Creio que não!

sábado, 29 de agosto de 2015

[8424] - POEIRA DOS TEMPOS...


UM OÁSIS EM MINDELO...UM "QUINTALONA" MUITO BEM  VEDADO, NO MEIO DE COISA NENHUMA E HÁ, CERTAMENTE, MUITOS E MUITOS ANOS...IMAGEM QUASE
FANTASMAGÓRICA DE UMA DESOLAÇÃO APENAS HUMANIZADA
PELAS SOLITÁRIAS PALMEIRAS E OS NAVIOS FUNDEADOS
NO SOPÉ DO MONTE CARA...NÃO DEIXARIA
DE SER INTERESSANTE UMA FOTO
ACTUAL COM O MESMO
ENQUADRAMENTO!
(Colab. A. Mendes)


sexta-feira, 28 de agosto de 2015

[8423] - COLESTEROL - CARA OU CORÔA?!...

O mito do colesterol


DR. MANUEL PINTO COELHO


Publicado no jornal  Público em 26/07/2015 

Se o aumento da taxa de colesterol é um meio que o organismo encontra para se proteger, então baixar a sua taxa com medicamentos não parece boa ideia

Na luta contra as doenças cardiovasculares, sempre que se pensa em arteriosclerose é admitido, desde há muito tempo, que o culpado é o colesterol que se vai depositando nas artérias, entupindo-as progressivamente a uma velocidade proporcional ao seu nível no sangue. Ora, a verdade é que esta teoria não repousa em nenhum dado científico bem sustentado.
Na realidade, não só a investigação comprova que três quartos das pessoas que têm o primeiro ataque cardíaco têm níveis normais de colesterol, como estudos recentes indicam que os tratamentos, em muitas situações, acabam por ser bem mais nocivos.
Reportando-nos exclusivamente aos problemas cardiovasculares, tem-se negligenciado muitas vezes a importância dos numerosos efeitos secundários provocados pelos tratamentos para baixar o colesterol, essencialmente perda de memória, fraqueza muscular e ligamentosa, impotência sexual e diabetes tipo2, alterações digestivas e hepáticas, dores de cabeça, edemas, vertigens, alterações cognitivas e alergias cutâneas.
No caso das estatinas, drogas que bloqueiam, no fígado, a enzima responsável pela produção do colesterol, essencial para a nossa sobrevivência, talvez nos dias que correm os medicamentos que mais se vendem em todo o mundo, utilizadas para baixar o colesterol total e a fracção LDL do colesterol, (sendo que este último, embora não seja mais que um transportador do colesterol do fígado, onde ele é fabricado, para os tecidos que dele têm necessidade é considerado ridiculamente “mau colesterol”, em contraponto com a fracção HDL, considerada “bom colesterol”, outro mero transportador do mesmo colesterol, dos tecidos que o utilizaram, para o fígado - a sua central de fabrico e reciclagem), o risco de diabetes e obesidade resultante da sua toma foi ainda há pouco tempo denunciado pela comunidade científica.
Assim, em Março de 2012 a Agência Europeia do Medicamentos (EMA) reconheceu a gravidade do efeito diabetogénico das estatinas e recomendou aos laboratórios que os seus efeitos secundários passem a ser claramente anotados nas normas de utilização, norma que, parece, nem sempre cumprida.
Mas não é tudo. Começam a aparecer, cada vez com mais evidência, estudos mostrando que as estatinas pioram também a saúde cardíaca, revelando não só que não são seguras como também não são muito eficazes. Um estudo recentemente publicado, revelou, em contraste com o aquilo que é hoje comummente aceite (a redução do colesterol com estatinas diminuem a arterioesclerose), que estas drogas podem, pelo contrário, estimular a arteriosclerose e a insuficiência cardíaca (Expert Review of Clinical Pharmacology.2015 Mar;8(2):189-99).
Alguns mecanismos fisiológicos discutidos no estudo mostraram que as estatinas podem piorar a saúde do coração de várias formas:
- Inibindo a função da vitamina K2, necessária para proteger as artérias da calcificação;
- Danificando a mitocôndria, prejudicando a produção de ATP (responsável pela energia do músculo cardíaco);
- interferindo com a produção de CoQ10, como se referirá mais adiante;
- O mesmo com proteínas contendo selénium, tais como a glutationa peroxidase, cruciais para prevenir o dano oxidativo do tecido muscular.
Considerando todos estes riscos, os autores concluíram que “as epidemias da insuficiência cardíaca e arteriosclerose, quais pragas do mundo moderno, podem ser paradoxalmente agravadas pelo uso difuso de estatinas. Nós propomos que os correntes manuais de tratamento com estatinas sejam criticamente reavaliados”.
No que diz respeito às doenças cardiovasculares, em que o colesterol teima em aparecer como o mau da fita, há uma grande incerteza sobre as suas causas e têm surgido as teorias mais contraditórias.
Sabe-se que aquilo a que se chama “placa” ateromatosa, que reduz o diâmetro das artérias, é principalmente constituída por células compostas pelo tecido muscular liso das artérias (proliferarando anormalmente), cálcio, ferro e colesterol, sendo este minoritário, funcionando como um curativo qual penso reparador do desgaste provocado pela inflamação da parede das artérias, esta sim a verdadeira má da fita nesta questão da formação da placa ateromatosa e da consequente arteriosclerose. Daí a importância do seu biomarcador – a PCR (Proteína C Reativa) – estar abaixo de 0,5. Quem o tem abaixo deste valor pode comer gorduras à vontade.
Sendo assim, se o aumento da taxa de colesterol é um meio que o organismo encontra para se proteger, então baixar a sua taxa com medicamentos, estatinas ou quaisquer outros, não parece boa ideia.

Doentes devem continuar terapêuticas do colesterol prescritas pelos médicos

DR. R. PALMA REIS
Publicado no jornal Público de 02/08/2015 -

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia aconselha os doentes vasculares e/ou hipercolesterolémicos a continuarem as terapêuticas prescritas pelos médicos que os assistem. 

Um artigo recente, publicado pelo Público a 26/7/2015, apresenta, sob a forma de opinião, um conjunto de conceitos cientificamente corretos, bem como outros, menos aceitáveis, baseados nas evidências científicas disponíveis.
Considerando poder haver risco para a saúde pública, se doentes acreditarem e seguirem as opiniões do autor, entendeu a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, por intermédio do Grupo de Estudo de Risco Cardiovascular, ter a obrigação de esclarecer os portugueses e clarificar os aspetos menos claros, ou até cientificamente menos corretos, do referido artigo.
O que é certo ou errado na medicina atual
Numa era de Medicina Baseada na Evidência, há três níveis de evidência: classe 1, em que a abordagem ou terapêutica é claramente eficaz, e deve ser feita; classe 2, em que há dúvidas quanto à eficácia da terapêutica; e classe 3, em que a terapêutica é desaconselhada/nociva.
Assim, quando as evidências são de classe 1 ou 3 há pouco espaço para a opinião individual, já que há resultados claros, baseados na terapêutica de milhares de doentes. Nas situações de classe 2, não havendo certezas, há espaço para opiniões e decisões baseadas na experiência pessoal. Estas evidências estão organizadas pelas várias sociedades científicas em normas de atuação (guidelines).
As normas (guidelines) de atuação, antes de mais, baseiam-se nos resultados de ensaios clínicos, que avaliam, em grupos de doentes, os resultados de determinadas terapêuticas. Se um determinado tipo de doentes beneficia no ambiente de ensaio clínico de uma determinada terapêutica, alarga-se essa terapêutica a outros doentes semelhantes da população, na expectativa de.
Especificamente no papel do colesterol e nos resultados da sua intervenção os documentos padrão são as normas da Sociedade Europeia de Cardiologia, quer para a abordagem das dislipidemias (colesterol), de 2011, quer as genéricas, de prevenção cardiovascular, publicadas em 2012. São normas que estão disponíveis para quem as quiser ler (escardio.orq), baseadas nas evidências mundiais nas várias situações.
Papel do colesterol nos acidentes vasculares
As evidências clínicas de que dispomos revelam que o colesterol elevado constitui indiscutivelmente um poderoso fator de risco cardiovascular. Não é único – está acompanhado por outros fatores muito importantes, como hipertensão arterial, tabagismo e diabetes, bem como por vários fatores de importância menos marcada, como as inflamações crónicas dentárias e a obesidade. Assim, um doente pode ter um acidente vascular (enfarte ou AVC), sem ter colesterol elevado, ou pressão arterial elevada – basta ter outros fatores de risco – conhecidos ou não.
Para controlo do colesterol elevado, inicialmente, e perante os indivíduos de risco vascular baixo ou intermédio, devemos promover medidas de saúde geral, como alimentação correta (quantidade – calorias adequadas e qualidade – menos gorduras saturadas... ), atividade física regular e adequada à capacidade física do indivíduo, deixar de fumar, ter boa integração social… São os aspetos do artigo considerados corretos.
No entanto, particularmente após acidente vascular, e também nos indivíduos de risco cardiovascular elevado que não conseguem controlar os níveis de colesterol com dieta e exercício, a terapêutica, nomeadamente com estatinas, é indiscutível, com grande eficácia quer na redução dos eventos cardiovasculares (enfartes, AVC, necessidade de cirurgia, entrada em insuficiência cardíaca), quer na diminuição da mortalidade cardiovascular e global.
Dizendo de outra forma, se um doente de alto risco cardiovascular, ou após um acidente vascular, fizer terapêutica com uma estatina, tem menos probabilidades de ter complicações cardiovasculares (novos enfartes, AVC...) e tem menos probabilidade de morrer precocemente.
São evidências esmagadoras, baseadas em centenas de milhares de doentes, consistentes em vários ensaios em todo o mundo, e com várias moléculas independentes e desenvolvidas por várias companhias.
Nestas circunstâncias, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia aconselha os doentes vasculares e/ou hipercolesterolémicos a continuarem as terapêuticas prescritas pelos médicos que os assistem.
MD, PhD, FESC, coordenador do GE Risco Cardiovascular da SPC
Artigo escrito segundo as regras do novo acordo ortográfico

- Colabor. Adriano M. Lima -

[8422] - A MEMÓRIA DE 1985...


1985: Quando a Grécia exigiu mais dinheiro para aceitar Portugal na CEE

Em março de 1985, Portugal e Espanha negociavam em Bruxelas a adesão à CEE, mas na altura contavam com um opositor de peso: a Grécia. Os Ibéricos entravam se os gregos recebessem mais fundos.
A manchete do Diário de Lisboa a 28 de Março de 1985 era clara: o acordo estava por um fio “Gregos mantêm vetocontra alargamento”. Era esta a manchete do Diário de Lisboa a 28 de Março de 1985, quando Portugal e Espanha discutiam em  Bruxelas a entrada na Comunidade Económica Europeia (CEE), antecessora da União Europeia.
Era a Europa dos 10, antes de se tornar o clube dos 12 em 1986. Convencer os gregos, contudo, não foi fácil: o então primeiro-ministro, Andreas Papandreou, exigia mais fundos europeus para a Grécia como moeda de troca para aceitar o alargamento.
O processo de adesão de Portugal e Espanha estava há muito em cima da mesa, mas os gregos levantaram, desde o início, várias objeções, sobretudo em relação às dificuldades de competitividade económica que iriam enfrentar caso Portugal e Espanha entrassem na Comunidade.
Em finais de março, as negociações continuavam difíceis: “A Grécia entende que a sua economia não poderá fazer face ao alargamento da Comunidade sem receber os subsídios propostos pela Comissão e não aprovados para desenvolver as regiões agrícolas mais atrasadas”, escreveu o Diário de Lisboa na altura.
Um dia mais tarde, a 29 de Março, as principais divergências eram sanadas e o acordo celebrado com “tostas e vinho espanhol”.

O ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Giulio Andreotti, que liderou as negociações, foi recebido com cânticos pelos jornalistas espanhóis quando entrou na sala para revelar a boa-nova:

“Tenho o prazer de vos anunciar que agora temos uma Europa dos ‘Doze'”, disse Andreotti na conferência de imprensa, ladeado pelo seu homólogo espanhol, Fernando Môran, e pelo ministro das Finanças português, Ernâni Lopes.
O ministro português viria, depois, a afirmar que Portugal tinha conseguido “resultados de primeira grandeza que nos permitem encarar melhor o futuro da economia portuguesa a médio-prazo”.
O “preço” que os gregos exigiram para não avançarem com o veto, uma decisão anunciada desde a cimeira de Dublin em 1984, seria conhecido na edição seguinte do jornal.

“Preço do veto grego fixado esta tarde” era o  título da manchete do Diário de Lisboa. O jornal explicava que a “Grécia fez depender a retirada do seu anunciado veto do aumento da ajuda às suas regiões mais desfavorecidas através dos PIM [Programas Integrados do Mediterrâneo]”.

Na prática, os gregos exigiram como contrapartida para aceitar a entrada de Portugal e de Espanha na CEE “um auxílio adicional no quadro das verbas para os PIM: dois mil milhões de dólares (cerca de 350 milhões  de euros). Qualquer coisa como 1.750 milhões de euros, foi o preço do “sim” da Grécia.
Fonte:
Diário de Lisboa/Fundação Mário Soares

(Colab. Valdemar Pereira)


  Alguns políticos (?!) portugueses têm a Memória Curta!!!!!!!!!!!



quinta-feira, 27 de agosto de 2015

[8421] - CABO VERDE - A TARTARUGA E A CURA DA LEPRA...

MATÉRIA PUBLICADA PELO
"PENSACOLA JOURNAL" - USA

Um historiador francês, acerca da alegada cura da tuberculose propalada pelo médico americano, Dr. F.F.Freadmann, chama a atenção para  o facto do uso terapêutico da tartaruga marinha não ser uma novidade recente.
Segundo ele, em 8 de Agosto de 1483, o Rei Louis XI, de França, enviou George, o grego, mestre naval, às ilhas de Cabo Verde, em busca de "coisas várias que possam servir o bem estar e a saúde da nossa pessoa". Os ilhéus de Cabo Verde tinham a reputação de conhecer a cura para a lepra, conforme relato conhecido em França pela voz de um viajante das costas da Guiné, dado a conhecer por altura em que a saúde do Rei Louis causava grande preocupação.
De acordo com o viajante a grande tartaruga marinha era capturada pelos cabo-verdianos quando, na maré baixa, elas subiam às praias para se alimentarem. Eram mortas de imediato e o seu sangue recolhido em granes bacias. Os leprosos banhavam-se nesse sangue e, em seguido, comiam a carne das tartarugas. Este tratamento era repetido ao longo dois anos, fundos os quais o doente era declarado como curado da terrível doença autofágica. Este relato, aliás, coincide com a ideia generalizada na época, de que Louis XI era leproso...
Na realidade, o assunto já por várias vezes havia sido ventilado e esta viagem a Cabo Verde, agora reportada pela primeira vez, parece conformar tal juizo, explicando o deplorável estado psicológico do rei, do seu humor doentío e o receio de ser visto pelas pessoas, males que o perseguiram nos seus últimos dias de vida e denunciavam a ideia de que, ele próprio, estava convencido de sofrer do mal da lepra...
Não teve, no entanto, oportunidade de se submeter ao tratamento cabo-verdiano pois acabou por morrer a 30 de Agosto de 1483, antes do regresso de George, o grego, da sua viagem a Cabo Verde!

- Colab. A.Mendes -

[8420] - SINAIS DOS TEMPOS...


ANTIGAS "REDES SOCIAIS" VOTADAS AO MAIS
COMPLETO ABANDONO...

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

[8419] - A PALETA DO CRIADOR...


MAGESTOSO POR-DO-SOL, NUMA ESPECTACULAR IMAGEM DA BAÍA DO PORTO GRANDE E DA AVENIDA MARGINAL DO MINDELO, NUM FELIZ TRABALHO FOTOGRAFICO DE DENILSON LIMA

[8418] - O NOVO EXODUS...


Já lá vão muitos anos desde que me veio parar às mãos a obra EXODUS, do escritor Leon Uris,  mas que recordo ter lido com grande empolgamento... Dois anos mais tarde, voltei a vibrar com o filme sobre esta saga, aparecido em 1960...
Algumas das  cenas do filme brotaram da minha memória quando, há dias, vi o imenso ferry atulhado de refugiados que, ao contrário dos fugitivos do "Exodus", nada sabem sobre o seu destino...
Na realidade, os hebreus que, na altura, foram intérpretes de uma autêntica epopeia, lutaram contra tudo e contra todos naquilo que foi o preâmbulo da fundação do Estado de Israel enquanto hoje, milhares de deslocados do Médio Oriente e da África Mediterrânica procuram na Europa refúgio das guerras e da miséria que fustigam os seus países de origem...
Segundo a politica de asilo da União Europeia, devem conceder apoio e refúgio os paises de entrada dos refugiados na Europa...Por tal motivo e dada a sua posição geo-estratégica, a Grécia, ao longo dos anos, tem recebido autênticas fortunas dos fundos de Apoio aos Refugiados para criação de condições de recepção e alojamento de refugiados mas não consta que tenha gasto um único tostão em tais estruturas...De resto, enquanto a Grécia, desde a criação desta norma, apenas concedeu asilo a 1% dos que lho solicitaram, a Suécia, por exemplo, fê-lo numa percentagem de 74%...Estão na cara os motivos desta situação em que os países de entrada dos refugiados tudo fazem para se transformarem em entrepostos de passagem e, por isso, tratam de os atirar para dentro de barcos e combóios com destinos que nenhum conhece...
Triste sina a destes deslocados, homens, mulheres e muitas crianças de que todos tentam descartar-se como se se tratasse de leprosos, tudo porque, afinal, os grandes decisores da politica internacional permitiram que se tenha chegado a uma situação que pode vir a ter contornos trágicos porque não souberam, ou não quiseram, resolver os litigios que estão no cerne e são a causa primeira destes êxodos massivos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

[8417] - QUARENTA ANOS DEPOIS...

José F. Lopes
 Cabo Verde 40 anos após a Independência: 

Considerações Gerais sobre uma Revolução começada em Abril de 1974 
Neste ano de 2015, fecha-se o ciclo de 40 anos da Independência de Cabo Verde, tema ao qual dediquei uma série de artigos. Foi uma ocasião para comemorações em que se distinguiram várias iniciativas tanto de cariz individual como colectivo com o intuito de lembrar os feitos históricos associados à Luta de Libertação, por procuração, ocorrida nas matas da Guiné, assim como os eventos que ocorreram após a dita Luta, entre 25 de Abril de 1974 e 5 de Julho de 1975. 
No presente artigo, proponho-me um pequeno balanço sobre estes 40 anos da independência de Cabo Verde, retomando assim o fio à meada dos artigos publicados no blogue Arrozcatum no início do ano. Como então afirmei, era minha intenção espoletar algum debate nas redes sociais em torno de vários temas associados a esse período, mas sem me iludir quanto à dificuldade de convocar a tímida ou intimidada sociedade/elite cabo-verdiana para um debate maduro sobre uma questão tão importante e crucial, como é o seu passado recente. Para além disso, tomei a iniciativa de colocar um conjunto de questões avulsas aos principais protagonistas sobre assuntos que têm sido abordados de forma evasiva ou até hoje deixados sem resposta, por omissão ou silêncio. O objectivo deste exercício seria suscitar uma reflexão objectiva, rigorosa e descomplexada sobre todo o período em causa, afastando-me dos chavões clássicos ou de uma abordagem simplista que tenda a dividir o mundo entre bons e vilões. Contei assim exercer o meu dever de cidadania, e trazer para a arena actores dos acontecimentos ou aqueles que supostamente detêm mais informações, na esperança de que as narrativas pudessem ser analisadas à luz dos tempos actuais, mas sem deixar de as enquadrar no seu contexto histórico. Mas em vão, pois, existe um tabu, autêntico buraco negro informativo sobre esta fase, sob a forma de um silêncio hermeticamente fechado em relação a factos ocorridos durante o período de 1974 a 1975, ao passo que se faz muito barulho em torno dos tristes episódios de 31 de Agosto de 1981, graves mas não mais importantes que o resto. Como reintegrar este período obscuro na história oficial de Cabo Verde? Estas são as questões deixadas à classe política e aos historiadores.
É claro que eu não tinha ilusões, pois parece que as questões levantadas correm o risco de ficar 'ad aeternum' sem resposta, por omissão ou silêncio de quem as deveria esclarecer para a história. Nos artigos precedentes, tentei apresentar com o maior distanciamento possível os protagonistas deste período, as suas condicionantes ideológicas, as suas narrativas, tal como se apresentavam há 40 anos. Tentei esboçar o quadro, o pano de fundo onde se inscrevia todo o contexto da época antes e após 25 de Abril em Cabo Verde, apresentando a posição dos diferentes protagonistas em confronto nesta saga revolucionária, caracterizando-os do ponto de vista social, intelectual e político, definindo os seus perfis sociais e políticos, os diferentes argumentos, as razões e as certezas de uns e outros. Como vimos, a sociedade mindelense/cabo-verdiana fracturou-se a partir de Verão de 1975 entre dois campos supostamente incompatíveis e inconciliáveis: (1) o campo aparentemente minoritário, dito reaccionário, representado por um grupo etário constituído por pessoas menos jovens, identificadas com a classe social dominante, e que não apoiava a solução do PAIGC; (2) o campo aparentemente maioritário, dito progressista/revolucionário, representado pela juventude que defendia a solução da independência total e imediata com o PAIGC. Na realidade, o campo dos opositores ao PAIGC incluía vários sectores, todos apresentando um denominador comum, que era a oposição declarada à Unidade Guiné-Cabo Verde. Havia os que se opunham pura e simplesmente à Independência de Cabo Verde, defendendo uma autonomia alargada e progressiva, uma solução que tinha sido proposta e defendida por muitos sectores intelectuais cabo-verdianos. Havia nacionalistas que duvidavam da viabilidade de Cabo Verde como estado independente nas condições concretas de 1975 e defendiam uma via associativa a Portugal, o que era considerado como a solução neocolonial, uma via de dependência; havia nacionalistas que, por razões de mera rejeição ideológica, se opunham ao PAIGC marxista-leninista e panafricanista, conforme o Partido na verdade se lhes apresentava. 
À medida que eram publicados os artigos (no ArrozCatum e replicados no Facebook), fui confrontado com opiniões de vários amigos de diferentes sensibilidades e orientações políticas que foram reagindo e interpelando-me sobre diferentes aspectos abordados, engendrando-se assim um debate interessante, embora circunscrito. Bem gostaria de agradar a gregos e troianos, de manter uma linha mediana entre os intervenientes no debate, pois cada um tem a sua razão, opinião e narrativa. A questão torna-se mais complexa quando se questiona se afinal terá ou não havido revolução mindelense/cabo-verdiana, e se os fins justificaram os meios. Segundo um certo ponto vista, em matéria revolucionária, não se podem fazer omoletes sem quebrar ovos, é oito ou oitenta. Nesta perspectiva, os eventos ocorridos no Verão quente de 1974 na cidade do Mindelo (a tomada da Rádio Barlavento, a expulsão ou o silenciamento da oposição conotada de reaccionária, a erradicação da UDC, acusada de propor uma via neocolonialista para Cabo Verde) só podem ser analisados na óptica de um processo revolucionário que contribuiu de forma decisiva para a conquista da Independência de Cabo Verde, tendo evitado, sob a égide do PAIGC, aquilo que os seus prosélitos consideravam uma via neocolonial. Quem nos dera que Cabo Verde fosse hoje realmente independente e auto-suficiente e que tivesse ocorrido, de facto, uma verdadeira revolução social, cultural e intelectual. Quem nos dera que Cabo Verde se tivesse transformado radicalmente para melhor, e criado verdadeiros Homens Novos, melhores em todos os aspectos do que as gerações anteriores. Quem nos dera que Cabo Verde estivesse a colher em todos os campos os frutos da independência conquistada em 1975. O que resta dos principais chavões (Palavras de Ordem) de 1974-75, senão palavras ocas, ou autênticas cascas vazias?
Na realidade, somos uma geração resultante da implosão do regime salazarista e impregnada dos ideais revolucionários de esquerda dos anos 60-70, trazidos até nós pelos jovens estudantes revolucionários, eles mesmos herdeiros directos de Maio 68 e das lutas anticoloniais e antifascistas em Lisboa. Somos também uma geração resultante da implosão do império português e impregnada dos ideais pan-africanistas de Cabral. Os cabo-verdianos de 2015 são herdeiros do  legado e do pensamento de Amílcar Cabral e do PAIGC que conquistaram o coração dos cabo-verdianos em 1974, também herdeiros da absoluta singularidade de um projecto que foi uma justaposição de utopias (que em boa dose até pode ser salutar: uma sociedade sem classes, livre da exploração do homem pelo homem, o Homem Novo). A maior de todas consistiu em transformar um arquipélago inviável num estado formalmente independente, embora na prática totalmente dependente da assistência internacional. 
Só analisando o passado e integrando-o, podemos apreender o presente e encarar e perspectivar o futuro com discernimento. Deve-se, pois, assumir o passado no seu todo, aceitar os erros, o que correu bem e menos bem ou francamente mal. Será uma prova de maturidade democrática tal atitude. No próximo artigo, apresentarei algumas Reflexões e um Balanço Final sobre o que realmente mudou em Cabo Verde nos últimos 40 anos, entre as Utopias e a Realidade. (in Liberal)

[8416] - O LIBERAL...VOLTOU!!!

No dia em que fechamos portas e fomos fazer contas às nossas vidas, escrevemos “Até breve!”… é só para dizer que voltamos! Liberal voltou...

Voltamos com a mesma determinação de sempre porque, mais do que nunca, a diversidade informativa e o pluralismo editorial continuam a fazer muita falta em Cabo Verde. E o Liberal deixou vago o seu espaço na Comunicação Social, porque o jornalismo não é o mesmo que vender linguiça, porque um jornal deve ser expressão genuína de liberdades, e porque os jornalistas não são moços de recados!

O Liberal voltou mais animado, mais jovem e com nova imagem, mas com a substância de sempre: dizer as coisas pelos nomes e sem medos, sem hipocrisias, sem maquilhagem.

Foi a isto que habituamos os leitores, é este o nosso renovado compromisso!

Voltamos! Vamo-nos vendo por aqui.

Com os melhores cumprimentos,
António Alte Pinho
(+238) 938 45 59 | (+238) 522 60 06 | (+238) 997 70 43  

[8415] - TRANSPORTE COLECTIVO MINIMALISTA...


...AFINAL SÃO, APENAS,  NOVE!!!

[8414] - A PEQUENA, GRANDE DIFERENÇA...


A diferença entre - http:// e https:// - é muito importante para todos que usam, navegam e fazem compras pela INTERNET. Principalmente, para os que passam os seus números de cartões de crédito, para comprar algo.
IMPORTANTE

Eis aqui um conselho válido, que talvez muita gente não saiba... Pois é, a diferença existe... e é simplesmente a nossa segurança!
O "S" = secure = segurança. 

A sigla “http” quer dizer "Hyper Text Transport Protocol", que é a linguagem para troca de informação entre servidores e clientes da rede.
O que é importante, e o que marca a diferença, é a letra "S" que é a abreviatura de "Secure"! O "S" indica que os dados inseridos serão criptografados e não poderão ser interceptados.
Ao visitar uma página na web, observe se começa por http:// Isto significa que essa página se comunica numa linguagem normal, mas sem segurança!

ATENÇÃO = Não se deve dar o número do cartão de crédito através de uma página/site começada APENAS por http://!!!

Se começar por https://, significa que o computador está conectado a uma página que se corresponde numa linguagem codificada e segura, à prova de espiões!!!

Colab. Tuta Azevedo

[8413] - CRIOULAGEM - EPISÓDIO IV...

 AINDA DA DESCENTRALIZAÇÂO/REGIONALIZAÇÂO

Falámos já bastante da regionalização e reunimos em livro as achegas mais importantes, pensando até em revê-las acrescentando outras em nova edição. Pena foi que a chamada Cimeira sobre a Regionalização oficial não tivesse lançado um olhar interessado sobre o conteúdo do livro e estivesse distraído sobre os seus autores, nem se dignando convidar alguém para o debate, estando até um deles em S. Vicente. Preferiu-se consumir o tempo a ouvir queixumes sobre o mau municipalismo sem mesmo lhe fornecer alguma mezinha para os seus achaques.
Os governantes ainda não se deram conta de que o entretenimento de cidadãos com falsas soluções, com alienação através dos meios da comunicação de massa, sobretudo da TV, em discursos e recados encomendados, com futebol em série, estando o cabo-verdiano mais bem informado sobre as peripécias futebolísticas portuguesas do que sobre os problemas cruciais nacionais e festivais fora de época, equivalem ao empolamento e adiamento da reacção do povo que já vai manifestando algum interesse em participar politicamente e experimenta mesmo, esporadicamente, sentimentos de rebelião que contrapõem a sociedade civil à classe política e os eleitores aos eleitos. Por outro lado, em simulação de soluções, publicam-se leis a granel com a displicência de quem enche chouriços e criam-se instituições absolutamente inoperantes, tudo para continuar a reter poderes que devem descentralizar e repartir.
Parece mais do que evidente que o municipalismo praticado não funciona ou funciona mal e parcamente por se basear em repartições desconcentradas e não descentralizadas, sem a seiva do poder autárquico ou autonomia, sempre atentas ao assentimento, quando não ao deferimento dos ocupantes do Palácio da Várzea. Se os municípios fossem descentralizados e tivessem recebido mais poderes e meios, outro galo teria cantado, e teriam as regiões como tecto à natural expansão desses poderes e meios. As regiões – entidades supramunicipais – terão as competências que para elas se prevêem (delegadas pelo governo que fiscalizaria o cumprimento dessas competências) situando-se predominantemente na área da planificação e da coordenação de realizações e actividades a nível supramunicipal, limitando-se o município (câmara municipal) a actividades urbanas, portanto logisticamente limitadas.
Com a regionalização haveria revitalização do poder local e regional, um tanto semelhante ao existente durante a vigência da Primeira República, mas sem o estorvo partidário impositivo que o comprometeu, dado que até agora os eleitores não elegem deputados ou autarcas, limitando-se a ratificar as escolhas impostas pelas cúpulas partidárias. Portanto, poder vigilante escolhido local e regionalmente pelos cidadãos e não pelos partidos, embora os candidatos possam apresentar-se incluídos em listas partidárias como filiados e independentes, que ouviriam directamente os cidadãos a testemunhar o drama das suas vidas e a bater-se por melhoramentos que, sem eles, encontrariam obstáculos e reticências nos clássicos ouvidos moucos dos ocupantes do Palácio da Várzea.
Presumo que todos estão de acordo que o país, para restaurar os seus bons hábitos e costumes necessita de revalorizar a família, a escola, igreja, autoridade, consciência moral, que ainda são factores de preservação de valores e de regulação de comportamentos. Sei não ser tarefa de fácil execução porque até a polícia e o exército entraram em processo de desgaste e o repositório de equilíbrios e valores tradicionais que era o mundo rural é cada vez mais uma criação esvaziada e quase abandonada. Além do mais necessitamos urgentemente de um novo modelo de desenvolvimento e uma nova partilha do poder. Temos referências fundamentais políticas, culturais e humanas onde apoiar, desde os mais antigos – Sena Barcelos, Leite de Vasconcelos, Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, Abílio Macedo, Senador Vera Cruz, o sábio Duarte Fonseca, Dr. Júlio, entre outros –, e menos antigos – Baltasar Lopes. Aurélio Gonçalves, Jorge Barbosa, Maestro Alves dos Reis, Manuel Lopes, Félix Monteiro, A. Carreira, Amílcar Cabral, entre muitos outros –, e mais recentes, que não cito para não ofender eventuais faltosos.
Já ia avançado na escrita destas linhas quando li o excelente texto da Dra. Eurídice Monteiro, intitulado “A retórica dos extremos e as ameaças à regionalização”. Adriano Miranda Lima reagiu oportuna e civilizadamente, como mandam as normas da boa convivência e diálogo, à argumentação da professora, e de momento pouco há a acrescentar, embora esses texto mereça atenção mais aturada. Todavia, gostaria de deixar dois a três apontamentos:
- Não me parece curial atribuir aos fundadores do Movimento Claridoso sentimentos “racialistas”, mas antes sociológicos;
- Afirma Eurídide Monteiro, a certo passo, que “debaixo de uma máscara identitária homogeneizadora assente em exaltação das pretensas virtualidades da mestiçagem (sublinhado meu), seriam impostos os termos da distinção social e política dos agrupamentos regionais e, concomitantemente, do silenciamento dessas diferenças no arquipélago”. Pôr em dúvida as virtualidades da mestiçagem já não se aceita nos tempos presentes, nem nos dos fundadores do Movimento, por ser um dado adquirido que esses fundadores conheciam bem. Afirma mais adiante “É curioso, no entanto, que a ilha de Santiago continua sendo transformado depreciativamente numa ´África Negra´, imersa na obscuridade, isto é, uma espécie de antítese da ilha de S. Vicente, que continua sendo projectada como um ´Pequeno Brasil´ ou uma “Pequena Europa´.” Presumo que a doutora está a referir-se à posição de alguns fundamentalistas de Santiago, que só consideram genuinamente cabo-verdiano o santiaguense fenotipicamente negro, excluindo os restantes.
Essa questão da pureza racial é pura idiotia. Há um estudo americano dos negros dos EUA que prova a existência de genes europeus nos mais retintos negros americanos numa percentagem significativamente elevada, o mesmo devendo acontecer no badio mais “puramente (geneticamente) africano”. Os antilhanos, por exemplo, deixaram há largo tempo de se preocupar com isso e nem valorizam a negritude, preferindo a expressão crioulidade, baseada na língua (crioulo) e simultaneamente nos contributos europeus, africanos, com apports asiáticos, levantinos, indianos e dos sobreviventes da América Pré-colombiana, uma totalidade do melting pot de povos e raças. Não fazem grande finca-pé na língua porque toda a língua idolatrada – o que alguns fazem com o nosso crioulo - funciona como uma máscara de teatro Nô, essas máscaras que conferem aos comediantes sentimentos, fisionomias e também personalidades diferentes. [Quem quiser aprofundar o assunto poderá ler Éloge de la creolité, edition bilingue, de Jean Bernabé, Patrick Chamoiseau, Raphael Confiant, da Ed. Gallimard, 1993].
A referida “redutora disputa política e cultural entre os dois grandes polos (Santiago/S. Vicente)”, certamente que vem atrapalhando o debate sobre a regionalização, como afirma Eurídice Monteiro, mas por culpa de fundamentalistas que só valorizam a componente africana na nossa génese, e os governantes, que não estão interessados em partilhar o poder pela via da descentralização/regionalização, colhem dividendos desse fundamentalismo para nada mudarem.
Parede, Agosto de 2015                                                                Arsénio Fermino de Pina
                                                                                               (pediatra e sócio honorário da Adeco)


domingo, 23 de agosto de 2015

[8412] - A ESCOLHA ÓBVIA...

HAVERÁ SEGUNDA ESCOLHA ENTRE..

(Fonte - Clube Matiota)

...a simplicidade estética que nos aquece o coração...

(Mamarracho Hamelberg)

e a volúpia esquizofrénica que nos ofende a visão?!


[8411] - ESTÁ QUASE A SAÍR...


"LINK" DE CONTACTO:
/jornaliberal.com/

[8410] - MEMÓRIAS...COM FUTURO!...


VISTA INTERIOR DO VELHO HOSPITAL DE S.VICENTE - HOSPITAL BAPTISTA DE SOUSA...
Quantas memórias os mindelenses - e não só - guardarão deste antigo bastião dos cuidados médicos e a que, em boa hora, acabou por ficar ligado o nome lendário do benemérito Dr. Baptista de Sousa...
Quanto, um dia, este edifício não necessitasse continuar a cumprir missões ligadas à saúde, daria lugar a um belíssimo Hotel de Época, com um delicioso jardim interior, com quartos amplos dando para as extensas e largas e arejadas varandas...Acho que sería um êxito! (Fonte-Clube Matiota)

sábado, 22 de agosto de 2015

[8409] - RENASCIMENTO...


REAPARECE AMANHÃ

[8408] - A LUZ DOS CLARIDOSOS...


CRIOULAGEM - EPISÓDIO III

Verifica-se que os que se manifestaram, na nossa correspondência pessoal, sobre este artigo, estão em sintonia intelectual. Eu, o José Lopes, o Arsénio de Pina, o Valdemar Pereira e agora a Eva Caldeira Marques. Pena é não haver quem mais se manifeste de entre os destinatários do mail inicial do José Lopes, para apurarmos melhor a verdadeira extensão da nossa unanimidade. Seria até estimulante que surgisse uma opinião diferente, ou menos afinada com a nossa, para podermos aprofundar ou clarificar melhor algum ponto de vista ou argumento.Procurando fiar fino o seu pensamento, e com o hálito refrescado com essências aromáticas, a Dr.ª Eurídice Monteiro tentou anestesiar o leitor antes de lhe espetar no toutiço umas alfinetadas embebidas em veneno. Sim, ela não teve mãos a medir na dose de veneno ao descobrir um propósito “racialista” nos fundadores do Movimento Claridoso. Associa os claridosos a um pensamento etnocêntrico (assente na mestiçagem) e pretensamente dominador sobre o que considera a remanescência africana em Cabo Verde, e, claro, identificando esta com Santiago. No fundo, procurando razões para vitimizar o passado dessa ilha, talvez para caucionar moralmente os que, há 40 anos, proclamaram alto e bom som que ela teria de ser ressarcida, enquanto S. Vicente iria passar ao lado das oportunidades criadas pela independência. Portanto, um ressarcimento promovido por uma capciosa política centralizadora, concentracionária e lesiva de um desenvolvimento mais equilibrado e mais harmonioso do país. Esse ressarcimento tem um cariz totalitário porque é económico, é cultural e é linguístico. Mas ele até é prejudicial à própria ilha de Santiago visto que a aposta esdrúxula, absurda e tacanha é numa cidade capital que absorve desproporcionadamente os investimentos e recursos do país, fazendo aumentar desmesuradamente a sua dimensão, e com o risco de ela implodir sob o seu próprio peso. O efeito mais preocupante da macrocefalia é esse fenómeno da criminalidade que disparou e excede largamente tudo o que poderia prever-se. Tentaram assassinar o filho do Primeiro-Ministro e até hoje não se descobriu os autores, nem creio que se vá algum dia descobri-los porque a eficiência da acção das autoridades é comprometida pela disfuncionalidade da realidade social e institucional que é essa capital do país.

Quase que daria por encerrado este debate, se o artigo da Dr.ª Eurídice Monteiro não fosse a expressão de um recado insidioso que parece evidente no seu discurso. Desde logo, transmite a ideia de que a regionalização é um processo alienante ou susceptível de o ser (… o debate sobre a regionalização continua a oferecer uma perspectiva preocupante, tanto do ponto de vista da colectividade nacional como quanto às identidades individuais).
Inconformado com o eufemístico termo “racialista”, que na verdade quer dizer racismo com todas as letras, fui à net rever os princípios que nortearam os Claridosos. E encontrei:

“Ao nível político e ideológico, a Claridade tinha como objectivo procurar afastar definitivamente os escritores cabo-verdianos do cânone português, procurando reflectir a consciência colectiva cabo-verdiana e chamar a atenção para elementos da cultura cabo-verdiana que há muito tinham sido sufocados pelo colonialismo português, como é o exemplo da língua crioula.
Os fundamentos deste movimento de emancipação cultural e política podem encontrar-se na nova burguesia liberal oitocentista que instituiu a Escola como elemento homogeneizador da diversidade étnica das ilhas, no pressuposto de que o processo de alfabetização e formação intelectual da população era indispensável ao desenvolvimento de uma consciência geral esclarecida. A Escola desencadeou uma fome de leitura que está na base do extraordinário desenvolvimento cultural de Cabo Verde no século XX.

Atentos à realidade do quotidiano do povo das ilhas na década de 1930, estes filhos esclarecidos de Cabo Verde preocuparam-se com a precária situação vivenciada pelo povo, manifestada pelo sofrimento, miséria, fome e morte de milhares de cabo-verdianos ao longo dos anos; uma situação com origem na má administração do arquipélago pelo governo de Portugal, principalmente durante o regime fascista do António de Oliveira Salazar; não sendo, no entanto, alheios à desastrosa situação do povo ilhéu as frequentes estiagens.
Os fundadores da Claridade lançaram as mãos ao trabalho. Isto é, “fincaram os pés na terra,” de acordo com o seu célebre conteúdo temático, para a execução do seu plano de trabalho. No entanto, teriam que proceder de uma forma muito discreta, devido ao regime de censura colonial existente sob a vigilância constante e aterrorizada da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), temida pelo seu método de tortura.”

Enfim, posto isto, só não considero que a Dr.ª Eurídice Monteiro cometeu um crime de lesa cultura e uma tremenda injustiça, porque me parece que é jovem e tem muito a aprender ainda. Não é só nas sebentas e no material bibliográfico que um académico aprende a estruturar e a amadurecer o seu pensamento. Claro que utilizar bem a retórica e a argumentação, assim como observar as boas regras da gramática e do estilo, ajudam imenso, mas isso não basta. Um académico tem de, primeiro que tudo, libertar a mente das grilhetas do preconceito e da servidão política. A senhora tem óbvias qualidades intelectuais e apetrecho cultural que lhe garantem futuro, mas tem de se libertar. Ficam a ganhar o ensino universitário e a investigação a que se dedica. 

Adriano


[8407] - OS DOZE ERAM TREZE...


Tal como "Os Três Mosqueteiros", afinal, eram quatro, "Os Doze de Inglaterra" foram, na realidade, treze...
Como doze deles foram, de Portugal à Inglaterra por mar, o "Magriço" Álvaro Gonçalves Coutinho, revolveu  fazer a viagem...a cavalo!
Conseguiu, no entanto, chegar a tempo ao campo da lide mas acabou por ficar responsável por este prqueno "quid  pro quo" aritmético...
Já agora, e a talhe de foice, não será despiciendo referir que um dos Doze (treze...)  se chamava Martim Lopes de Azevedo...Uma coincidência que não deixa de semear alguma dúvida que de resto, não estou mínimamente interessado em deslindar... Ah!...Ah!...Ah!

[8406] - PERSPECTIVA...


BELA PERSPECTIVA DO MINDELO E DA BELÍSSIMA BAÍA DO PORTO GRANDE, COM
O CARACTERISTICO RECORTE DE UM PASSADO VULCÂNICO MUITO NÍTIDO, A 
DENUNCIAR A POSSIBILIDADE DE, HÁ MUITOS MILHARES DE ANOS, S.VICENTE 
E S. ANTÃO TEREM SIDO UMA SÓ ILHA...

(Fonte - Clube Matiota)

[8405] - REGIÃO NORTE ?!

-

S.VICENTE - SANTA LUZIA - S. NICOLAU...SÓ FALTA S.ANTÃO!

(Fonte - Clube Matiota)

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

[8404] - C O N V I T E ...


[8403] - C E U T A ...


FOI HÁ 600 ANOS
QUE OS PORTUGUESES
AQUI CHEGARAM!
21.AGOSTO.1415

Bandeira de Ceuta - Actual

[8402] - FROM MINDELO, WITH LOVE...

PUBLICAMOS, COM A DEVIDA VÉNIA AO "BROTHER-BLOG" PRAIA DE BOTE,
O PRIMEIRO DE UMA SÉRIE DE POSTAIS A EDITAR PELA CÃMARA
PARA FOMENTAR, CERTAMENTE, O TURISMO DE TERRORISTAS!

[8401] - CRIOULAGEM - A OUTRA FACE DA MOEDA...

ESTE TEXTO APARECE EM CONSEQUÊNCIA DO ARTIGO DE EURÍDICE MONTEIRO,
"A  RETÓRICA DOS EXTREMOS E AS AMEAÇAS À REGIONALIZAÇÃO"
QUE APARECE NO POST Nº 8398 DO ARROZCATUM...

...oooOooo...

Eva Caldeira Marques

Independentemente do mérito académico da escritora, do interesse histórico (ainda que manipulador) do artigo, e da beleza imbuída no direito à liberdade de expressão que se lhe acomete, foi com tristeza que  li o artigo da srª. Monteiro até ao fim. E no fim do artigo, no seu último parágrafo, a autora reduz a sua tese exactamente à base dicotómica reducionista São Vicente/Santiago que supostamente pretende repugnar na sua retórica pseudo intelectual e académica.

Digo com tristeza pois, como os amigos já identificaram e denunciaram, trata-se de um conto histórico enviesado sob vestes de pesquisa académica e histórica. Desta forma, os pais/pioneiros/fundadores da independência de Cabo Verde se afunilam no PAIGC,  e os claridosos se reduzem a aliados do colonialismo.  Assim se tem lavado a história de Cabo Verde.

Por outro lado, outro aspecto ainda mais triste deste artigo diz respeito ao facto deste artigo revelar os alicerces ou os condicionamentos do pensamento anti regionalista. Como bem disse o Adriano Lima, os regionalistas não são racistas (o termo racialista para mim é mais um disfarce sofisticado, vamos chamar os bois pelos nomes), não pretendem impor um modelo racial de supremacia, antes  defendem um modelo de distribuição do poder político e de organização administrativa mais próximo e eficaz que permita maior desenvolvimento de um maior espaço geográfico em Cabo Verde.

No entanto, o discurso racial/histórico imbuído na tese da autora, constitui a base de sustentação dos movimentos anti regionalistas, enquanto:

1. Verdadeira aversão ou temor que têm a um modelo de suposta superioridade racial professado pelos regionalistas que "esmague" os "os puros" frente aos "mestiços";

2. Enquanto demagógico discurso congregador de apoios ao anti regionalismo, instrumentalizado e manipulado pela elite que afunila nos seus bolsos os recursos financeiros e de poder decorrentes do esmagador centralismo de que padece o país.

Por um ou outro motivo, sei que a base racial propalada pela autora e este profundo temor racial/financeiro/de poder existe no seio e no subconsciente de muito boa nata política em Cabo Verde.

Na minha microscópica experiência política, vi intelectuais e figuras culturais de renome resvalarem por esse medo irracional. Ou fingirem que resvalam a favor do comodismo do status quo...O que é certo é que esta frente contra o suposto racismo regionalista congrega e conglomera massas.

No entanto, tenho notado que muita dessa boa gente que se afirmava anti regionalista agora defende a regionalização. Isto significa que (ainda que fictício ou não, manipulado ou não) o medo ou a retórica do medo racial neste contexto pode ser desconstruído ou dissipado. 

No entanto, todo o cuidado é pouco no sentido de identificar e descontsruir a retórica de colagem do movimento regionalista a conotações pseudo intelectuais racistas.

E sim, Cabo Verde é uma experiência racial paradoxal onde a miscegenação, a diversificação e a homogeneização convivem de forma muito interessante, rica e prolífera.

[8400] - AFINAL, QUEM É QUE NOS ANDA A MENTIR?!

O director de monumentos e sítios do Instituto do Património Cultural (IPC) afirma que há equívocos em relação ao projecto de remodelação do espaço do Éden Park. José Landim reage assim às declarações do arquitecto Carlos Hamelberg, que disse que há 18 meses que os donos da obra estão à espera do parecer do IPC.

O MAMARRACHO...

Segundo José Landim, que falava em entrevista à Rádio Morabeza, o projecto nunca foi analisado em gabinete-técnico conjunto com a Câmara Municipal.
Em momento algum o projecto foi discutido entre o IPC e a Câmara, como é determinado pela lei. Estamos disponíveis para discutir o projecto mas isto só pode acontecer a pedido da Câmara Municipal de São Vicente”, explicou à Morabeza.
José Landim acrescenta ainda que o executivo camarário não pode aprovar o projecto antes do parecer do IPC.
“O projecto antes de ser aprovado pelo poder local é discutido num gabinete técnico em conjunto com o IPC só que, até à data, ainda não recebemos nem o projecto, nem o pedido para a sua discussão.
O director de monumentos e sítios do Instituto do Património Cultural esclarece ainda que “qualquer edifício situado no centro histórico fica automaticamente classificado, independentemente de ser particular ou estatal".
Sobre o assunto, não foi possível ouvir a Câmara Municipal de São Vicente.- EXPRESSO DAS ILHAS...