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quinta-feira, 31 de março de 2016

[9073] - A CIDADE DO FUTEBOL...


Vai ser inaugurada, hoje, a Cidade do Futebol, implantada no Alto da Boa Viagem, em Oeiras... Nestas instalações passarão a preparar-se todas as Selecções de Futebol, incluindo o Futsal e o Futebol de Praia.

[9072] - PIOR A EMENDA...

N.E. - Não restam dúvidas de que a original Padaria de Nhonton Djudjim andava a pedir, no mínimo, uma lavagem de cara... Mas, radicalizar desta forma, demolindo-a para edificar mais um mamarracho de betão foi, sem dúvida, um exagero (para não lhe chamar coisa mais ofensiva)...

ANTES...

DEPOIS...

Padaria de Nhanton Djudjin?!  Ai, ai, a minha/nossa cidade!!
O arquitecto que substituiu a casa colonial por esta, terá um dia com certeza um prémio de arquitectura...  A velharia tipicamente colonial (como os modernizadores qualificam este tipo de edifícios) com águas - furtadas etc, requalificada e explorada turisticamente teria hoje um valor bem maior do que o "jackpot" que deverá ter sido a nova construção!!
O massacre que foi feito pelos Homens Novos de há 40 anos a esta parte, na área central da nossa cidade, dita histórica, é incalculável.
A independência trouxe uma geração de jovens imberbes que queriam experimentar tudo e fizeram na nossa cidade um estaleiro de coisas feias. Estas coisas não podia ser feitas atrás de S. Pedro, ou das rochas que circundam a ilha?!!
São perdas patrimonias incalculáveis, pois uma cidade colonial tem um valor intrínseco, valorizado turisticamente ainda mais. Não se sabe ainda se os estragos continuam mesmo com a Curadoria. Por outro lado, a favelização do Mindelo continua nos bairros novos e em tudo o que é encosta, proliferando zonas labiríticas, autênticos canais para afogar 'macacos'. O urbanismo em Cabo Verde reflecte o caos em que se tranformou o país! A Agenda da Transformação é assim...
Se acham que isso é modernizar o país então, estão bem enganados!!

(José Fortes Lopes)

quarta-feira, 30 de março de 2016

[9071] - OS MANOS...


Os manos Azevedo, Zito e Tuta, no "canalim" de João Bento, nas traseiras da sua casa à Rua do Senador  Vera Cruz... O portão que se vê à esquerda dava, precisamente, acesso ao pátio interior da casa... Foi neste "estádio" que se realizaram memoráveis sessões de "golo-a-golo" com o amigo Jorge Humberto, que morava ao lado da nossa casa... Corria o ano de 1943!

[9070] - POEIRA DOS TEMPOS...


Todas as semanas faço um "mergulho" no acervo de muitas centenas de fotos que se foram acumulando ao longo dos anos, enriquecido com as que herdei de minha mãe, "coleccionadora" compulsiva...Creio que já as revi, todas, dezenas de vezes mas, não raro, aparece uma de que eu já me não lembrava...É o caso desta, da Matiota (Praia dos Falcões) dos anos 1950, seria  cerca de meio-dia e a maré estava cheia!
Já não existe: foi engolida pelo progresso!

terça-feira, 29 de março de 2016

[9069] - A DEMOCRACIA RESGATADA...

Uma operação de resgate da democracia em que se implicou uma importante franja da chamada sociedade civil, cada um conforme pôde, na terra-mãe e na terra-longe. De modo que a campanha não foi apenas nos comícios e nas visitas porta-a-porta – ela foi também obra de um movimento de cidadania que se exprimiu em debates públicos, na Imprensa clássica, nas redes sociais...
 «oooOooo»

Desta vez os Caboverdianos não foram às urnas unicamente para cumprir um ritual da democracia pluralista. As eleições do dia 20 de março não foram apenas um simples gesto de cidadania a consubstanciar a ordem democrática vigente, até porque eleições é o que não falta por esse mundo fora, quantas vezes para enganar os incautos e legitimar tiranos no poder!

Desta vez foi algo mais: depois de quinze anos e sucessivas eleições, quantas vezes sujeitas a caução, o Povo compreendeu que ERA CHEGADA A HORA DE RESGATAR A DEMOCRACIA, expurgá-la dos resquícios e comportamentos de partido-único, caso contrário ela corria o risco de perder a sua essência. Por isso o pleito eleitoral do dia 20, para além do simples acto de votar, foi, a bem dizer, UMA OPERAÇÃO DE SALVAMENTO!

Uma operação de resgate da democracia em que se implicou uma importante franja da chamada sociedade civil, cada um conforme pôde, na terra-mãe e na terra-longe. De modo que a campanha não foi apenas nos comícios e nas visitas porta-a-porta – ela foi também obra de um movimento de cidadania que se exprimiu em debates públicos, na Imprensa clássica, nas redes sociais... Nele pontificaram jornalistas, professores, escritores, estudantes, funcionários e tantos outros democratas, uns claramente afectos à Oposição, outros por acreditarem que quando estão em causa a ética e a equidade face aos favoritismos de clã, devemos ser capazes de passar por cima de militâncias partidárias e lembrar que somos, antes de mais, cidadãos.

Dito isto, importa reter o seguinte: mais do que o MpD, quem ganhou estas eleições foi a sociedade civil - porque o pleito eleitoral, desta vez, transcendeu os partidos. O partido da militância não conseguiu travar o amplo movimento de cidadania que foi tomando forma face às injustiças, discriminações e nepotismo declarado que, se já vinham da independência e atravessaram a década de 90, fizeram escola na primeira quinzena deste século, numa espécie de retorno à "democracia" monopartidária.

E no dia 20, o Povo, com o seu voto, fez o resto, enviando uma mensagem clara e inequívoca à classe política: nenhum regime com resquícios de partido único será legitimado nas urnas! Porque o Povo, soberano, também é sábio: quando um clã de iluminados se agarra mordicus ao poder e a democracia corre o risco de ser confiscada ao serviço de compadres e comparsas, ele próprio, Povo eleitor, pela mesma via - a das urnas - volta a restabelecer a alternância que se espera de uma democracia digna desse nome. Que todos os partidos políticos escutem esta mensagem! (in Cabo Verde Direto)

Mantenhas da terra-longe, 23 de março 2013

David Leite | davleite@hotmail.com

[9068] - ZABBALEENS, OS SENHORES DO LIXO...

Os Zabbaleens são descendentes de agricultores que começaram a migrar do Alto Egipto para o Cairo, na década de 1940, por causa dos períodos prolongados de más colheitas e da pobreza extrema. Decidiram ir para a cidade em busca de trabalho mas terminaram em assentamentos improvisados ao redor da cidade. Inicialmente, mantinham-se presos a tradição de criar porcos, cabras, galinhas e outros animais, mas finalmente descobriram que a colecta e triagem de lixo produzido pelos moradores da cidade eram mais rentáveis.

Os Zabbaleens classificam o lixo doméstico, recuperando e vendendo coisas de valor, enquanto o lixo orgânico proporciona uma excelente fonte de alimento para seus animais. Na verdade, esse arranjo funcionou tão bem, que as sucessivas ondas de migrantes vieram do Alto Egito para viver e trabalhar nas aldeias de lixo recém-fundadas no Cairo.

Durante anos, os assentamentos precários dos Zabbaleens foram movidos de um lado para o outro dos arredores da cidade, tentando evitar as autoridades municipais. Finalmente, um grande grupo resolveu  estabelecer-se próximo das falésias das pedreiras Mokattam, na fronteira oriental da cidade, que agora é a maior comunidade de coletores de lixo do Cairo, com aproximadamente 30.000 habitantes .

O Egito, é um país de maioria muçulmana mas, pelo menos 90% dos Zabbaleens, são cristãos coptas. As Comunidades cristãs são raras no Egito, de modo que eles preferem ficar em Mokattam, dentro de sua própria comunidade religiosa, embora muitos deles possam pagar casas  noutro lugar qualquer...

A Igreja Copta local da vila Mokattam foi criada em 1975. Após o estabelecimento da igreja, os Zabbaleens sentiram-se mais seguros da sua posição e só então começaram a usar materiais de construção mais permanentes, como pedra e tijolos, nas suas casas.

Dada a sua experiência anterior, do despejo de Giza em 1970, os Zabbaleens viviam em cabanas de estanho temporárias. Em 1976, um grande incêndio em Manshīyat Nasir, levou ao início da construção da primeira igreja debaixo da montanha Mokattam num local de 1.000 metros quadrados. Várias outras igrejas foram construídas em cavernas encontradas no Mokattam, uma das quais é o Mosteiro de São Simão, com uma capacidade para 20.000 pessoas. Na verdade, a Igreja da Caverna de Mokattam é a maior igreja do Oriente Médio.

(Colab. Tuta Azevedo)





segunda-feira, 28 de março de 2016

[9067] - O JOGO IMPOSSIVEL...


[9066] - NOVOS VALORES - NOVO MODELO - NOVA LARGADA!


É consenso geral que com a vitória do MpD nas legislativas de 20 Março se fechou um ciclo político em Cabo Verde. A percepção de que se estava em fim do ciclo generalizou-se com uma rapidez estonteante nos últimos meses, em particular nas duas semanas de campanha eleitoral. As problemáticas do emprego, do baixo crescimento da economia e da insegurança dominaram os discursos dos políticos e queixas dos cidadãos.
A confiança no governo do PAICV deteriorou-se rapidamente com a vinda a público de casos de gestão deficiente da coisa pública. Chamaram particularmente a atenção a persistência na má-gestão da situação das pessoas deslocadas de Chã das Caldeiras e também da transportadora aérea nacional, a TACV. Apesar das queixas, denúncias e reclamações, os respectivos gestores continuavam de pedra e cal e os decisores políticos mostravam-se completamente impotentes, enquanto como no caso da TACV vinham a público revelações que punham a nu a situação quase catastrófica vivida na empresa. Também teve impacto na confiança o pronto desmentido da União Europeia noticiado por este jornal quanto ao financiamento do porto de águas profundas feito na campanha eleitoral do Paicv em S.Vicente. As pessoas podem muitas vezes deixar-se levar por euforias e promessas, mas reagem negativa e vigorosamente a falsidades comprovadas.
A vontade de mudança do povo pôde exprimir-se nas eleições de domingo passado com consequência, ou seja, resultando num governo de outro partido porque a sociedade soube produzir e manter ao longo de todos estes anos uma alternativa de governo não obstante as três maiorias absolutas desde de 2001. E quando insistem na alternância do poder não significa que queiram simplesmente entregar o poder a outras personalidades para fazer mais do mesmo. Vivemos em sociedades plurais e o pluralismo na sociedade  manifesta-se nos entendimentos diferentes dos problemas e prioridades do país, nas soluções e estratégias distintas para se atingir os objectivos preconizados e na atitude mais adequada aos desafios da sociedade e da modernidade. E foram com esses pressupostos que as eleições foram decididas. 
O eleitorado chegou no fim destas eleições com expectativas altas quanto à capacidade da nova liderança do país em resolver os problemas graves vividos por todos os cabo-verdianos particularmente os mais pobres. Infelizmente a consciência das dificuldades a ultrapassar já não é tão forte e profunda. Tensões terão que ser ultrapassadas e um esforço dirigido terá que ser feito para se mudar o paradigma de viver das transferências do estrangeiro, de emigrantes e da ajuda externa. O modelo já deu tudo o que tinha a  dar. Não é à toa que nos últimos anos, mesmo após milhões de contos de investimento público, o crescimento económico continua raso e não se criam suficientes postos de trabalho para debelar o desemprego.
Cabo Verde precisa ultrapassar o modelo de gestão de ajudas que tende a induzir comportamentos contrários aos necessários para o desenvolvimento. Quando se vive da renda, há sempre uns no topo da pirâmide que tomam mais, a cooperação entre as pessoas não tem ambiente para se desenvolver e frutificar, confiança entre as pessoas  custa a criar e a manter e a tendência é todos procurarem um lugar de conforto junto ao Estado. Mas a história dos processos de desenvolvimento mostra que as riquezas das nações não são criadas directamente pelos governos. Gera-se riqueza com trabalho, ambição e espírito empreendedor dos homens e mulheres quando encontram o ambiente próprio para darem vazas aos seus sonhos e lançarem-se na tarefa de construírem a prosperidade para si próprios e para as suas famílias.
O que se precisa é de um governo que crie o ambiente certo para se realizarem. Um governo que aposte em dar autonomia às pessoas, que promova a meritocracia na sociedade, ponha o estado ao serviço dos cidadãos e ajude a construir a confiança necessária para as pessoas se sentirem seguras e livres para construírem a sua felicidade. Depois de anos sob a batuta de um Estado visto como arrecador/distribuídor e cujos resultados são medíocres é tempo para liberdade, para empreender, para criar e viver com dignidade. Que o novo ciclo político seja de uma nova largada para Cabo Verde e para todos os caboverdianos.
segunda, 28 março 2016 15:08

[9065] - QUE LITERATURA CABO-VERDIANA?!


[9064] - A TRADIÇÃO JÁ NÃO É O QUE ERA!...


Ontem, foi Domingo de Páscoa, talvez a festa mais familiar depois do Natal e a que, obviamente, está associado um almoço com mesa farta e variada, dos chamados acepipes pascais, mais ou menos tradicionais e, normalmente, onerosos...
Minha filha Ana Paula, como é habitual, convidou a família para almoçar lá em casa: os pais, os tios o irmão, a nora e os sobrinhos, que se juntaram ao marido e filhos e compuseram a habitual mesa de...13 convivas, dos 10 aos 83 anos... Não me parece, de resto, que alguém o tenha notado até porque a "pouca-sorte" associada ao número aziago acabou por ter um desmentido de todo o tamanho, como se verá...
Nestes dias, claro, a refeição atrasa-se sempre, por causa dos aperitivos, do "gin-&-tonic" que raros dispensam, da necessidade de por a conversa em dia, as queixas das dores nos ossos dos mais velhos enfim, como diria o meu falecido patrão, o "trivial e croquetes"!...
Então, com as mentes condicionadas aos habituais cabrito assado, arroz de pato,  polvo à lagareiro,  leitão de Negrais e manjares adjacentes, aparecem na mesa duas grandes terrinas que exalavam um aroma indisfarçável a uma festa de "sanjon" na Ribêra de Julião...É verdade: era cachupa e, minhas amigas e meus amigos, uma cachupa que só de olhar nos vinham as lágrimas aos olhos e, depois de degustada, nos punha a mente a divagar através do Atlântico e, de olhos semi-cerrados os nossos sentidos se embebiam dos sabores e dos aromas da ilha e dos seus sortilégios que, indelevelmente, marcam o adn da nossa personalidade...
E, como se isso não bastasse, ainda havia um "ponche de tambarina" que bebi pela primeira e...pela segunda vez!
Bem tarde, deitei-me, antecipando uma espécie de "san-brás", na imagem de num prato fundo de cachupa guisada e dois ovos estrelados a cavalo...
Páscoa...Não restam duvidas: a tradição já não é o que era!
Obrigado, Paula - adorei!


[9063] - OUVIDO DE PASSAGEM...


sábado, 26 de março de 2016

[9062] - UMA OBRA IMPROVÁVEL...


O Mosteiro de São Simão, também conhecido como a Igreja da Caverna, está localizada na montanha Mokattam no sudeste do Cairo, Egipto, numa área que é conhecida como a "cidade do lixo", por causa da grande população de colectores de lixo Zabbaleens que vivem por lá. 
A história do templo se confunde-se com a história deste povo que viveu um bom tempo como nómade sendo expulso de um lugar para o outro. 

N.R. - Publicaremos, em breve, a história dessa geração de colectores de lixo, os novos Zabbaleens, cristãos coptas do Egipto.

[9061] - O ENCANTADOR DE...GATINHOS!


[9060] - SAÍR PELA PORTA PEQUENA...

Daniel Dos Santos

E agora, José?
Da leitura do resultado das eleições, importa a pergunta. E agora, José? As respostas, porque várias, dependem do olhar, da visão e da avaliação de cada um. Em 15 anos, não de partido único, de triste memória, mas, é certo, de regime democrático, fizeste história. Ou pelo mal ou pelo bem, fizeste-a. A este título, ninguém deixa de o reconhecer, por mais que ciência não tenha. Mas isso não se me afigura o mais importante.
De mansinho, em 2001, entraste pela porta grande da vida política cabo-verdiana, daquelas grandes que a História reserva apenas a alguns predestinados, iluminados. No fundo, aos eleitos da História. Cumpre dizer-te que furaste o esquema e, se pouco fosse, com promessas de «por amor à terra», ganhaste as eleições com a maioria absoluta dos votos. Levantaste o orgulho, o nacionalismo barato e bacoco de muitos que viam no slogan a oportunidade de resgatar o património empresarial do país, vendido a desbarato pelo MpD aos neocolonialistas portugueses, o qual foi, árdua e denodadamente, erguido, de sol a sol, como gostas de dizer, no consulado de partido único, dos melhores filhos.
Reergueste o moral do país, o estado de espírito da Nação, que tão baixo estava devido aos «tenebrosos anos 90» em comparação com os de ouro, de glória, da ditadura paigcviana. Qual Ernest Renan, pá! Do mesmo passo, prometeste melhorar a economia, recuperar a credibilidade e a imagem internacional do país, combater a criminalidade e, em síntese, melhorar a vida dos cabo-verdianos. Resultado, esse agora, foi pouco, muito pouco, convenhamos, mas o suficiente para que, no final, em 2006, o povo te renovasse o mandato, com mais uma maioria absoluta.
Fizeste história, de novo. Ganda José! Era o triunfo do nevismo, eras glorificado a toda hora, eras bajulado a cada momento. Por onde passavas, todos punham-se de pé, em sentido, porque dos teus poros iluminados brotavam poderes sem igual. Qual Cabral! Que messias, pá!!! A banalização de ídolos, de heróis. Em 2011, querias ir-te embora do governo. Olha até que não era má a ideia. Mas, por incrível que seja, optaste por ficar. Dizem as más-línguas da praça que a isso foste obrigado, porque muitos interesses, ainda por resolver, na altura, se achavam em jogo, diante dos quais não tiveste coragem de dizer Não. Seja como for, foste à luta e ganhaste, uma vez mais, com a maioria absoluta.
Belo, José? Três maiorias absolutas. Não está ao alcance de qualquer um consegui-las ainda que do pólo oposto tenha havido reclamações de fraude, batota, compra de consciência. A conversa de costume. Não é? Era tamanha a proeza, única ainda, fica nos anais da nossa história: três maiorias absolutas consecutivas. Nada mau, para alguém que sonhou um dia ser padre e administrador do concelho. Nada mau, sim.
Em 2011, quando, em estado de total efusão, celebravas, com os teus akólouthos, a conquista de mais uma vitória eleitoral, não imaginavas que estavas a lançar as sementes para colocar o PAICV na oposição e fazer regressar o MpD ao poder. Se o sabias, sinceramente, o desconheço, mas que é verdade é-o, verdadinha. Nessa noite de glória, por meio de aplausos, fantasias, emoção, histeria e mais não sei quê, lançaste a primeira pedra para a construção da vitória ventoinha a 20 de março. Podes não acreditar, mas, confesso-te, José, que é verdade.
E agora, José? Mandaste a Janira, a quem entregaste um partido doente, cansado, sem brilho e ainda dividido por causa das presidenciais de 2011, para o lume do qual não se saiu bem. Ela já o sabia. É inteligente, o suficiente para perceber que as coisas lhe não iriam sair bem. Perdeu. Perdeu porque, em vez de romper com o teu pesado legado, assumiu-o por cortesia e por obediência partidárias. Entre a continuidade e a ruptura, a Janira escolheu o caminho mais difícil, mas que lhe parecia mais fácil: assumir as tuas heranças. Por isso, perdeu. Agora, vai atravessar o deserto. Por quanto tempo, não sei, mas que vai, vai. O culpado da derrota tambarina não é a Janira. És tu. Foste o maior derrotado da memorável noite de 20 de março. O povo julgou os 15 anos da tua governação e, seguramente, não os poucos da Janira.
Tu, que entraste por aquela porta grande, a cujo acesso só se dão aos maiorais, tens agora que sair por uma bem pequena. Tão pequena que não me oferece dizer-te mais nada, de tão estreita que é a largura. Mesmo assim, não me furto de notar que a tua imagem é, nos presentes dias, péssima. O outrora tão poderoso José, que punha e dispunha por onde passasse, caiu, vítima das suas próprias contradições. Não percebeste o jogo a tempo de saíres em glória, de te pores a salvo das tuas próprias teias. Os teus camaradas, em nome e em proveito dos quais governaste, engoliram-te. A máquina ainda funciona.
Agora, muitas dúvidas atravessam-me. Não sei se és um activo ou um passivo. A resposta unicamente está nas tuas mãos. Se és um passivo, terás a escolher um sítio, algures no aparelho do Estado, bem aconchegado, com ar condicionado, gabinete de luxo, secretárias, guarda-costas. Ao invés, se és um activo, espero bem que o sejas, porque o país investiu em ti, muito mesmo, em 15 anos, não podes dar costas à luta. Não há desculpas, autárquicas ou outras, que te salvem de ir às presidenciais. Espero ver-te lá, porque o país não aceita que recues. É vida, José. Estamos combinados.
E agora, José?
Daniel dos Santos

[9059] - A DANÇA DAS HORAS...

"HONI SOIT..."

[9058] - APRENDER A CIDADE...


A família Azevedo, por volta de 1944, na Pracinha do Liceu Gil Eanes, Mindelo, S,Vicente, Cabo Verde...
Seria, certamente, Domingo e aí estavam os quatro, na cultura de um hábito que hoje já não existe: passear pela cidade não, apenas, para vê-la mas, como dizia meu pai, para a aprender... Como se verifica, estamos vestidos a preceito, incluindo o casaco e a gravata de meu pai, porque era Domingo, decerto, e porque nos encontrávamos numa tarefa que envolvia alguma dignidade: aprender a cidade!
Tinha sido escolha nossa aí viver, por isso, era da mais elementar necessidade conhece-la não bastando, por isso, olhar...Era necessário ver, sentir, entender os sítios, as coisas e as gentes porque, afinal, seriam os nossos sítios, as nossas coisas, as nossas gentes...
Por isso, houve, durante tempos, esse hábito - ou essa necessidade - de excursionar pelo Mindelo, aos Domingos, percorrendo a calçada irregular da Rua de Senador, da Rua de Telégrafo, da Rua da Fazenda, da Rua de Lisboa, saudando conhecidos e não só e descansar nos bancos da Praça Nova, da Pracinha da Igreja e do Liceu, admirar a réplica da Torre de Belém, ir até à ponta do cais da Alfândega olhar os peixes no seu permanente frenesim e admirar os miúdos que mergulhavam em busca de umas pedras de "nhôcass" ou de "cardife" para, lá em casa, aquecer a caldeira da cachupa...
Foram, assim, as minhas primeiras semanas de Mindelo, já lá vão mais de 70 anos... Afinal, os sítios, as coisas e as gentes não foram nossas tanto tempo quanto desejaríamos e tínhamos sonhado pois foram-nos adversos os "ventos da História", mas foi bom, enquanto durou e passaria pelos mesmos infernos para viver esses tempos, de novo! 

sexta-feira, 25 de março de 2016

[9057] - NEM MAIS...


[9056] - MUDAR DE "CLUBE"?!

Não posso deixar de admirar quem, após 20 de Março, se mantém firme no seu apoio ao PAICV. Atenção, não é uma ironia ou uma crítica, é um elogio sincero. Porque depois de 20 de Março, o instinto de sobrevivência começou a falar mais alto. A troca de t-shirts, para alguns, foi quase imediata...


Desde que nasci que convivo com um crente. O meu único irmão, mais velho 15 anos, é assumidamente um crente no Sport Lisboa e Benfica. Nas derrotas ou nas vitórias, nas tempestades ou nas bonanças, ele mantém-se estóico no apoio ao clube da Luz. Muitas vezes foi gozado nas derrotas, muitas vezes o tentaram demover da sua crença, mas ele tem-se mantido firme na sua fé: o SLB é o SLB, está tudo dito! Mas não, dizem vocês, estou a aplicar o termo errado, ele não é crente, é fanático. Mas não, digo eu, ele é mesmo crente. Aliás, também eu herdei essa crença, e sofro do mesmo mal, apesar de, actualmente, nem conseguir dizer o nome de cinco jogadores do plantel principal. Não me interessa, sou do Benfica e apoio o clube, nem que seja num jogo de matraquilhos. Só que ambos, irmãos de sangue e de crença futebolística, possuímos o discernimento suficiente para reconhecer as muitas vezes que o Benfica esteve menos bem, seja dentro ou fora das quatro linhas. Temos amigos e familiares adeptos de outros clubes, que amamos e respeitamos. Temos a capacidade de engolir piadas e até rir de algumas quando somos goleados de forma escabrosa. Isso interfere com a nossa crença? Nadinha. Vamos morrer benfiquistas, nem que o clube acabe na 3ª divisão e todos que nos conhecem o sabem.

Por outro lado, a minha mãe, que tentou toda a vida acompanhar a nossa fé, rendeu-se às evidências, deixou de tentar perceber essa tal crença inabalável por derrotas sucessivas e tomou uma posição firme no que toca a preferências futebolísticas, conhecida e acarinhada por todos: é do que ganha!

Por isso não posso deixar de admirar quem, após 20 de Março, se mantém firme no seu apoio ao PAICV. Atenção, não é uma ironia ou uma crítica, é um elogio sincero. Porque depois de 20 de Março, o instinto de sobrevivência começou a falar mais alto. A troca de t-shirts, para alguns, foi quase imediata. Desconfio até, que muitos boletins de voto foram surripiados e lançados ao mar, pois a quantidade de apoiantes do MpD que surge agora é tal, que os 53% de eleitores que o partido alcançou ficam muito aquém das (agora) manifestações de voto.

Apoiar alguém na vitória é fácil. Difícil é mantermo-nos crentes na derrota. É aí que se revela o verdadeiro carácter, ou a falta dele.

Ulisses Correia e Silva afirmou-o durante a campanha e reconfirmou na primeira entrevista à TCV após as eleições legislativas: pretende ser primeiro-ministro de todos os cabo-verdianos, partidarismos à parte. Até prova em contrário, nada me leva a duvidar da sua palavra.

Por isso deixo aqui um conselho: deixem-se de servilismos bacocos, ergam a coluna vertebral, exerçam o direito universal de ter crenças, opiniões e assumir posições, que o preço da fisioterapia e dos remédios para as dores das costas não estão para brincadeiras. (in Cabo Verde Direto)

Marisa de Carvalho | m_a_carvalho@yahoo.com

[escrito com a antiga grafia da língua portuguesa]

[9055] - DOMINGO DE PÁSCOA À MESA.


Ingredientes para 5 pessoas:

1,8 kg de cabrito cortado em pedaços
2 colheres de chá de massa de pimentão
3 dentes de alho picados
1 raminho de salsa, atado
3 raminhos de alecrim fresco
2 folhas de louro
200 ml de vinho branco
350g de tomates sem pele cortados aos cubos
5 colheres de sopa de azeite
1 cebola picada
50g de paio cortado em cubinhos
50g de chouriço de carne cortado em cubinhos
Os miúdos de meio cabrito cortados em cubinhos
280g de arroz vaporizado
3 cravinhos-da-Índia
1 colher de café, bem cheia, de açafrão-da-Índia, em pó
80g de chouriço de carne cortado às rodelas
Sal q.b.
Pimenta q.b.

Preparação:

1. Num tabuleiro de ir ao forno, de preferência de barro, tempere o cabrito com sal, pimenta, os alhos e a massa de pimentão.
Esfregue muito bem a carne com o tempero. Junte a salsa, o alecrim e o louro. Por fim, regue com o vinho branco e deixe marinar durante 1 hora.

2. Passada 1 hora, junte à carne os cubos de tomate e 3 colheres de sopa de azeite. Misture tudo muito bem.

3. Leve ao forno pré-aquecido nos 220ºC e deixe assar durante 1 hora.
Retire a carne do forno e reserve o molho.

4. Num tacho leve ao lume o restante azeite e a cebola. Mexa e deixe refogar sem deixar alourar. Junte os cubinhos de paio, de chouriço e os miúdos. Mexa muito bem e deixe fritar.

5. Quando tudo estiver bem salteado, junte o molho da carne, sem a salsa, o alecrim e o louro. Misture e deixe ferver. Adicione o arroz, os cravinhos-da-Índia e o açafrão. Mexa e quando começar a secar, adicione aos poucos e enquanto coze 600 ml de água. Deixe o arroz cozer aproximadamente 15 minutos até que a água seque.

6. Espalhe o arroz no tabuleiro onde assou a carne. Por cima espalhe as rodelas de chouriço e os pedaços de cabrito. Leve novamente ao forno nos 190ºC e deixe assar aproximadamente 30 minutos até que tudo fique loirinho. Depois da carne bem cozinhada e o arroz tostadinho, retire e sirva bem quente!
Valores Nutricionais:
Total: Calorias: 3626 kcal | Lipídios: 147g | Hidratos de Carbono: 254g | Proteinas: 280g
Por pessoa: Calorias: 725,2 kcal | Lipídios: 29,4g | Hidratos de Carbono: 50,8g | Proteinas: 56g

ALEGRIA E BOM APETITE!

[9054] - "BAD NEWS"...


Sexta-feira, 25 de março de 2016

ASSALTO ARMADO: Esta madrugada, 15 homens fortemente armados entraram na residência do Deputado do PRS, Braima 'Cubano', levando toda a sua mobília e, aterrorizando toda a sua família. cercaram a casa e ninguém podia entrar. Esta crise política, com o País sem um ministro do Interior há vários meses, está a aumentar a criminalidade organizada no país. 
O deputado estava em casa, que fica no bairro Militar, nos arredores da capital, Bissau.

Publicado por António Aly Silva à(s) 10:26  
BLOG "DITADURA DO CONSENSO"

[9053] - P Á S C O A ...


[9052] - IDEIAS LUMINOSAS...

DIGNAS DE...

«oooOooo»








[9051] - A ESPERANÇA REGRESSA A S. VICENTE...


Em declarações à Inforpress o presidente da câmara municipal de São Vicente disse estar esperançado numa nova forma de colaboração entre a autarquia e o governo central.

Acreditando que o programa de governação do MpD “é [um programa] de apoio às câmaras”, Augusto Neves disse acreditar que uma relação mais próxima entre autarquia e governo irá melhorar a qualidade de vida dos habitantes da ilha uma vez que vai entregar à edilidade “aquilo que está na lei” como é o caso de taxas e impostos. Augusto Neves recordou ainda que “há muito tempo” que a câmara que dirige não recebe as taxas ecológica, aeroportuária e de turismo.
“São impostos que nos irão ajudar bastante na resolução de diversos problemas da população, será uma relação diferente, daí a nossa grande alegria porque a ilha há muito esperava por este momento”, precisou.
Além disso, nomeou, há ainda o “grande compromisso” da regionalização pelo que câmara e governo irão trabalhar nesse sentido para que São Vicente “siga prosperando” com “desenvolvimento” e “grande progresso”.
Questionado sobre as prioridades que aconselharia ao novo governo em direcção a São Vicente, Neves nomeou “investimentos estruturantes” para dinamizar a economia local e uma “concentração” no problema do desemprego, convencido de que Ulisses Correia e Silva vai dar uma “atenção especial” a São Vicente, ilha, acrescentou, “muito abandonada” pelo governo central na última década.
“Nós necessitamos, neste momento, de uma atenção especial para podermos retomar a economia, aliás o resultado das eleições expressa uma total confiança na gestão de Ulisses Correia e Silva e do MpD”, reforçou.
No entanto, em relação a obras, considerou que a “prioridade das prioridades” nesta nova legislatura “vai directamente para o Porto Grande”, que, sustentou, precisa de uma reestruturação, novos equipamentos e nova visão, com uma direcção simples mas que trabalhe.
“Há que pôr termo a essa história dos ‘clusters’ que é só fachada”, sintetizou.
“Mas atenção”, explicou, “qualquer investimento estruturante” em São Vicente deve ser pensado com o envolvimento das ilhas de Santo Antão e São Nicolau, ou seja, pensar a zona norte de forma integrada.
Perguntado se vai abandonar o discurso de “abandono da ilha” pelo governo central, agora que a chefia do poder passa para as mãos de um governo da sua cor política, Augusto Neves explicou que não necessitará de falar mais deste tema, pois está convencido de que “Ulisses vai cumprir”.
“Na qualidade de presidente de câmara ele passou pelas mesmas dificuldades e lutou pelos mesmos problemas”, acrescentou, e será portador de visão “totalmente diferente” já que passará a olhar para as autarquias como “parceiras do desenvolvimento” do país e não como adversárias.
“Seguirei sempre lutando e exigindo por São Vicente porque essa é a minha missão”, prometeu, ao mesmo tempo que se congratulou com a “grande vitória” que é a promessa do ensino gratuito até ao 12º ano, “um alívio” para a sua câmara que só em propinas vinha desembolsando cerca de dois mil contos/ano.
“Há muito trabalho pela frente, vamos dar tempo a Ulisses Correia e Silva para pensar e executar, para depois as famílias colherem os resultados que esperamos sejam bons”, concluiu Augusto Neves, que revelou disponibilidade para, junto com o MpD, candidatar-se a mais um mandato e “seguir a luta” rumo a uma vida melhor para os sanvicentinos.
(in Expresso das Ilhas)

quinta-feira, 24 de março de 2016

[9050] - TUDO SOBRE O "ZIKA"...


Este vídeo tem a duração de 6 minutos e contém a informação mais
completa e a mais mais bem apresentada que conheço...
Recomendo, vivamente, a sua visualização atenta!

(Colab. de Tuta Azevedo)

[9049] - QUEM ENTRA, SAIRÁ UM DIA...

Eva Caldeira Marques
·
Amigos, após dias a saborear a vitória do MpD, vitória da alternância, da democracia, e do belo poder decisório do povo, ficam-me duas palavrinhas por dizer:

Cabo Verde é constituído por pequenas ilhas, todos nós nos conhecemos e temos familiares e amigos dos vários partidos. Devido a simpatias e militâncias políticas diferentes, uns festejaram, e outros se entristeceram com a derrota, que sentiram pesoalmente devido às suas simpatias. O que é normal, pois quem não sente não é filho de boa gente.

Porque vivemos em democracia, todos nós, de todos os espetros políticos, já vivenciamos derrotas e vitórias.

E ainda bem, pois é este o significado da democracia, a limitação do poder e dos concomitantes abusos associados a tempos excessivos no mesmo.

Por isso, quem tiver de festejar agora, que o faça, pois a vida são dois dias. Quem estiver triste, é normal, pois ninguém estima a derrota.

Mas todos, ganhadores e perdedores, vivendo com a certeza que estes momentos não duram para sempre, pois que em democracia os que entram estão fadados a sair. E assim vamos continuando o percurso do nosso país, esperando sempre por uma melhor gestão dos nossos parcos recursos, com o povo supervisionando sempre, como o demonstrou agora.

Estou muito orgulhosa de todos. Que Deus ilumine as nossas pequenas ilhas de coração grandioso.


[9048] - MORREU UM GÉNIO...


VITIMA DE CANCRO, MORREU HOJE, AOS 69 ANOS,
JOHAN CRUYFF
UM DOS MAIORES FUTEBOLISTAS EUROPEUS
DE TODOS OS TEMPOS!

[9047] - A LAGINHA EM QUESTÃO...OUTRA VEZ!


O responsável do Caravela, conhecido como  Toi D´Caravela, levanta preocupações sobre obra que está a ser construída na praia da Laginha. Na entrada Sul da praia da Laginha pode-se verificar uma vedação verde onde trabalhadores têm lançado bases para uma obra que se julga ser um bar de praia.

O mesmo levanta a questão da legalidade da construção numa zona balnear. “Não sei qual é a legitimidade de se estar a fazer a obra. É proibido construir na praia, a não ser que seja o Governo para melhorar a praia. Mas agora, construir uma obra particular numa praia até que ponto é legal?”, questiona Toi de Caravela.

Em caso de ilegalidade pedirá o embargo da obra.

Relembra que com a ampliação da praia da Laginha, o movimento do bar caiu e queria fazer um bar mais perto dos banhistas. “Disseram-me que ninguém poderia construir na praia e, neste momento, para minha surpresa, vemos uma obra a ser levantada”. O mesmo questiona se existem todos os requisitos necessários para construir.

“Se estiver tudo legal e se não há lei que proíba a construção na praia, tudo bem. Quando construí havia um edifício antigo que comprei e só me foi permitido construir o Caravela porque iria trazer uma melhoria na zona”.

Para construir na praia, a decisão tem de passar pelos decisores que gerem a orla marítima e pelos gestores da ilha. E é dessas mesmas instituições, Câmara Municipal e AMP, que espera uma resposta. Confia nestas instituições, pelo que, se uma “descarrilar” a outra poderá repor a ordem na decisão e manter a legalidade. “Porque se for ilegal não podemos deixar continuar. São coisas que ficam aqui e, nesta altura de campanha, temos de começar a agir para que as coisas não continuem”.

“Se a Laginha tem o Caravela e tem o movimento que tem, é por causa do Caravela e se hoje é uma zona muito em voga, isso deve-se ao trabalho de fundo que foi feito pelo Caravela. Essa construção representa um novo perigo uma vez que a zona já está lotada de bares e as pessoas têm compromissos para honrar”, desabafa.

Neste sentido, espera pelo posicionamento das autoridades que gerem a orla marítima da ilha, e no caso de se confirmar a ilegalidade, pedirá o embargo da obra.

A AMP, gestora da orla marítima da ilha, foi contactada e fomos encaminhados para o Presidente que, segundo a secretária, esteve o dia inteiro em reunião do Conselho de Administração. (in Noticias do Norte)

[9046] - S.VICENTE NA HORA DA MUDANÇA...


Ulisses Correia e Silva: “São Vicente estava numa situação de depressão financeira”

O resultado das eleições legislativas em São Vicente reflectiu uma clara vontade de mudança, pois “a ilha já estava a precisar de mudança por causa das muitas promessas não cumpridas, situações que levaram a ilha a uma depressão financeira”, afirma o novo Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva em entrevista exclusiva para o Notícias do Norte.

Durante as eleições legislativas os sãovicentinos mostraram o seu descontentamento em relação ao antigo Governo de José Maria Neves passando o PAICV para a terceira força política na ilha. A grande aposta dos mindelenses no partido ventoinha liderado por Ulisses Correia e Silva com uma larga vantagem sobre o seu principal oponente parece ser a solução para a ilha.

Sob o lema “Nha partido é Cabo Verde”, Ulisses Correia e Silva, novo Primeiro-ministro, venceu na ilha de São Vicente em 90 por cento das mesas de voto. Em entrevista exclusiva ao NN, Correia avançou que a aposta dos mindelenses na sua candidatura foi um reflectir de uma grande vontade de mudança, tendo em conta que a ilha precisava de mudança por causa das várias promessas não cumpridas por parte do Governo anterior, deixando a ilha cair numa “depressão financeira”.

UCS que diz não se surpreender com os resultados, frisou que a população de São Vicente não sentiu a presença de um Governo interessado em dar soluções e resolver os problemas da ilha, daí a resposta nas urnas. O mesmo considera que os jovens expressaram massivamente a confiança no MpD, “pois tiveram todas as razões para não votarem no governo do PAICV, uma vez que as suas expectativas foram frustradas durante 15 anos”, no que toca ao emprego, ao acesso ao ensino superior, às dificuldades financeiras e às condições de acesso à habitação.

O PM promete responder às expectativas do povo da ilha de São Vicente dotando a ilha de um Governo Regional no sentido de dar maior autonomia à ilha nas decisões administrativas, económicas, sociais e políticas.

Correia manifesta interesse em dotar a ilha do Monte Cara de uma autonomia de modo a fazer crescer a economia da ilha. Para além de um governo regional, o PM promete ainda enquadrar a ilha a nível nacional do Governo de modo a permitir o seu desenvolvimento criando condições para trazer felicidade à população. (in Noticias do Norte)


quarta-feira, 23 de março de 2016

[9045] - AVISOS À NAVEGAÇÃO...

Rosário da Luz
“Permitam-me um balansu pessoal dos últimos três dias: 
Quanta baixaria, hein nha pov!?!? Quanta boca vitoriosa mal mandada, quanta gaucherie publicamente demonstrada, quanto “post” perfeitamente dispensável aqui no Face!

Antigamente, quando um general vitorioso conquistava uma cidade, compensava os seus soldados com a pilhagem do burgo; e permitia-lhes que vingassem a sua fome, seu cansaço e sua frustração com atos abomináveis de estupro, roubo e massacre. Afinal, era assim que se pagavam mercenários. And today?

Lamentavelmente, os generais.cv também admitem excessos pavorosos às suas tropas. Eu sei que vivemos num estado de direito e que estes excessos são apenas simbólicos. Mas o problema é que o general do momento fez campanha sob o lema “governar para todos os Cabo-verdianos”. Parte da sua vitória deve-se precisamente à exclusão pelo PAICV de todo aquele que não subscrevesse cegamente o partido. Eu estou cá para o provar.

Ulisses Silva construiu uma imagem de campanha sobre o pressuposto de que “Si Partidu e Kabu Verdi”; e reforçou este compromisso de forma bastante promissora no discurso de vitória. Contudo, convém lembrar-nos que, por mais acertada que tenha sido a sua postura, tudo o que prometeu vai ter que ser realizado com PESSOAS; e muito provavelmente com gente da sua corporação. Ou seja, precisamente o pessoal que tem exprimido tão alegremente o seu rabentolismo.

O general do momento deve lembrar-se que quem lhe deu a vitória não foram os fundamentalistas do MpD; foram cidadãos neutros, fatigados com os excessos da governação anterior e ansiosos por um governo de justiça e mérito. O general tem que ter cautela para não ver o seu discurso – e as altas expectativas dos seus constituintes – defraudados pela agressividade social dos seus soldados.” (in FaceBook)

By Rosário Luz.

[9044] - TU ÉS AFRICANO?!


Bu eh africano?
Só se for pa razões geográficas.
A+B nunca é igual a so A ou  so B. (so se A ou B eh igual a zero, ki ka eh o caso).

Caboverdianu parci de junçon de europeus ku africanos. Se quando europeus txiga na CV es encontraba tribos de africanos, sim, cabo-verdianos ta serba africanos. Mas africanos ka ta habitaba Cabo Verde. Caboverdianos ainda ka ta existiba. Cabo Verde ka tinha tribos moda Angola por exemplo. Habitantes de Cabo Verde surgi graças a junção di europeus ki decidi habita Cabo Verde, ku africanos, na altura escravos. Mesmo se alguns africanos já tivesse descubrido CV antes, es ka habita Cabo Verde pes ser txomado de caboverdianos. Passa pa Cabo Verde ka ta fazi des caboverdianos. E ka foi assi k caboverdianos surgi.

aperto-de-mão-africano-tradicional-8217843Eh por isso ki na cabo verdi nu tem tanto caboverdianos negros cabelo bedju como brancos, loiros de odjo azul. E ninguém eh ka mas caboverdiano ki keloto pm eh mas negro ou pm eh tem cabelo bedju e keloto nou. Tudo doz eh cabo-verdiano e ponto final.

Hj em dia tem um sentimento de fla ma nos eh africanos so pa sobrepõem africanos a europeus, pele negra a pele branca, so pa demostra ma pele negra eh ka inferior a pela branca. Mas kela eh patético. Kela so ta demostra complexo de inferioridade. Kela eh cria um guerra ku un otu raça pa nada. Nunca ka sta bem conseguido mostra ma preto eh superior a branco, pmd el ka eh, e nem ki branco eh superior a preto, pmd el ka eh tb.

Ka ta existe superioridade na raças. Es eh simplesmente diferente e dretu kada um di si forma. Nka ta intendi pmd ki sempre kuando 2 kzs eh diferente guentis tem ki julga kal ke superior e kal ke inferior? Nhos simplesmente aceita mês eh diferente kada um de se jetu.

Um cabo-verdiano eh africano em termos geográfico moda um japonês eh asiatico tambe em termos geográficos. Mas nu ka eh so africano em termos genéticos e cultural. Nu tive um forti influencia europeia na genética e culturalmente tambe. Eh basta bu odja ki pa mas ki nu tem traços de africanos, nu sta longi de cultura de próprios africanos. Cultura e stilu de vida de um angolano ou guineense por exemplo eh txeu diferente di dinos (e odja kim sta fala de países más próximos culturalmente de Cabo Verde).
Nu fui junçon de europeus e africanos, e nunca nu ka sta bem sabi si eh mas pa europeus ou mas pa africanos. E sinceramente ka ta vali pena pamodi eh so cria discussons desnecessários.
Tanto europeus como africanos foi importante pa Cabo Verde, e ambos deve ser valorizados na Cabo Verde. Mas nu ka eh 100% nem um nem otu!

De um caboverdianu, pensador, critico da realidade, apaixonado pa si terra, pa kenha ki tambe kre um Cabo Verdi midjor.
Mas artigos na futuro.

Djoni Pinto

[9043] - FUNDAMENTALISMOS...


Quando, em 1095, o Papa Urbano II mandou organizar a Primeira das oito Cruzadas à Terra Santa, é natural que se tenham lançado ao solo as primeiras sementes dos fundamentalismos religiosos modernos...
Quando, em 1945, o Presidente Roosevelt, dos Estados Unidos, se encontrou com o rei Ibn Saud, da Arábia Saudita e obteve vantagens em matéria de acesso ao petróleo, fornecimento de armas e outros negócios mais ou menos chorudos, oferecendo, em troca, a complacência americana sobre os usos e costumes da monarquia absoluta que aí continua a reinar, foi como se os mesmos solos fossem abundantemente adubados dando amplo espaço ao recrudescimento de antagonismos fundamentalistas de que a Al-Qaeda foi e é,  o exemplo mais visível...
Mas, essa organização do milionário saudita Bin-Laden não andava, nem anda sozinha no terreno, igualmente disputado pelo Boko Haram, pelo Daesh e outros, em que o extremismo islâmico se expressa num ódio visceral à Europa mas não, como poderia pensar-se, à recente Europa da União pois esse antagonismo é histórico, residindo nos fundamentos daquilo a que poderíamos chamar de espírito europeu, construído sobre os escombros do Império Romano, e do pensamento de homens como Cícero, que moldaram a nossa identidade civilizacional burilada por outros, como Voltaire, quiçá, o europeu mais odiado pelos radicalistas islâmicos...
O terror que, nos últimos anos, vem recrudescendo, com os ataques a Nova Iorque, Londres, Madrid, Paris, Bruxelas, para só referir o Mundo Ocidental, é mais uma etapa da luta pelos valores europeus e, se a Europa conseguiu sobreviver aos seus próprios erros, vencendo o feudalismo, a inquisição, o nazismo, o comunismo, as guerras intestinas e os ódios mesquinhos, conseguirá, certamente, encontrar os caminhos que hão-de levar ao restabelecimento da paz global sem a perda da nossa identidade, dos nossos valores, das nossas convicções, do nosso humanismo, em suma, do nosso europeísmo!

[9042] - TERROR OU DIREITO À VIDA?!


A LIBERDADE UNIVERSAL OU O DIREITO À VIDA

O blogue ARROZCATUM (arrozcatum.blogspot.pt), de Zito Azevedo, postou uma imagem elucidativa dos atentados terroristas cometidos na Bélgica ontem, 22 de Março, contendo a seguinte legenda:

PRIMEIRO, MADRID... DEPOIS, PARIS...HOJE, BRUXELAS...
NÃO TERÁ CHEGADO O MOMENTO DE COLOCARMOS AS NOSSAS BARBAS DE MOLHO?!
COMEÇO A DUVIDAR, SERIAMENTE, SE VALERÁ A PENA CONTINUAR A HIPOTECAR INDEFINIDAMENTE
A SEGURANÇA E O DIREITO À VIDA À LIBERDADE UNIVERSAL! 

As palavras do editor do blogue são breves mas são avisadas, contendo a síntese de uma questão verdadeiramente dilemática. Merecem a mais séria e urgente ponderação ao mundo civilizado. É que a liberdade universal não passa de uma abstracção e não pode sobrepor-se ao direito à vida. Ela é, efectivamente, uma abstracção humana, e por isso um valor sempre aferido pelo relativismo, ao passo que a vida é de uma transcendência e concretude tais que não pode ser posta em causa por qualquer outro princípio regulador da nossa convivência comum. Aliás, toda a criatividade humana deve ter como finalidade última o respeito pela vida, a sua dignificação e a sua preservação. Tudo lhe deve ser subordinado.
Estamos assim perante um dilema. O inimigo utiliza o espaço das nossas liberdades, direitos e garantias para nos aniquilar. Restringir a fruição desse espaço resulta sem dúvida em prejuízo da comunidade geral, mas facilita seguramente o combate ao inimigo, o controlo dos seus passos, a sua detecção, o seu cerco e a sua captura. Só que os ideólogos de um mundo livre entendem que alterar os nossos hábitos é dar um trunfo ao inimigo. Interessará é saber até quanto é permissível ficar incautamente a mercê das fauces da morte inesperada e traiçoeira.
O ideal seria que a liberdade universal cuidasse, antes de mais, de situar a vida humana ao mais alto patamar dos princípios invioláveis, e que esse entendimento fosse partilhado por todas as culturas e credos. Quando as filosofias iluministas foram concebidas há 3 séculos, a esperança era que irradiassem clarividência para toda a humanidade, mais cedo ou mais tarde. Mas o que se tem visto neste século XXI de acelerado progresso material frustra em absoluto qualquer expectativa. É que as luzes da civilização estão a ser desviadas do seu curso por incompreensíveis fenómenos de obliteração, e, por estranho paradoxo, com uma frequência e intensidade mais acentuadas desde que entrámos na era da globalização. A impressão é que não chegou ainda o momento certo para a universalização das regras de vida civilizada. A globalização falhou nos seus propósitos de galgar etapas de progresso, com resultados que até nos colocam perante quadros de autêntico retrocesso civilizacional. Pois outra conclusão não permitem as cenas de selvajaria demencial a que assistimos. Donde é lícito inferir que a globalização parece estar a ser o melhor catalisador da entropia em que o mundo mergulhou desde o início deste século. 
Insistir em que coabitem connosco os que se instalam convictamente em quadrantes mentais adversos, não passa de uma inutilidade perversa, de um estoicismo sem sentido e que pode até fazer ruir o castelo das nossas próprias crenças e princípios civilizacionais. Se nada se fizer de forma firme e concludente, enquanto for ainda possível, não tardarão a eclodir no mundo energias de sinal contrário tão primárias como aquelas que actualmente ameaçam o mundo civilizado e cristão. E aí o planeta voltará a mergulhar num conflito provavelmente sem precedentes e com consequências imprevisíveis. Para isso, basta conferir mandato a mentes retrógradas do nosso espaço civilizacional como um Donald Trump e outros que provavelmente andam à espreita da sua oportunidade.
Dizia o editor do blogue: “Primeiro, Madrid... depois, Paris... hoje, Bruxelas…” Mas pergunto por que só esses países. E o resto, a Síria, o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, onde a barbárie não tem hora marcada, onde se instalou com armas e bagagens? Se não conseguimos espalhar globalmente o bem-estar e a felicidade, ao menos que apreendamos globalmente as dores e as tristezas do mundo. Sem fronteiras e sem delimitações. É que quando a tragédia bate à porta do mundo ocidental, sentimo-la com um impacto mais doloroso e mais angustiante. Iluminamos com as respectivas cores os símbolos emblemáticos dos países atingidos, o clamor da emoção é partilhado irmãmente pelos que são do mesmo credo e cultura. Nada a obstar. Mas porque não generalizar a mesma simbologia expressiva da consternação quando, todos os dias, a barbárie bate à porta dos que se situam em outras coordenadas geográficas e são ainda mais vítimas do que nós? Bem, reconheça-se que seria um procedimento tão repetitivo que acabaria por banalizar o acto simbólico, esvaziando-lhe o significado. Por isso é que chegou o momento de agir para evitar que o avolumar das nossas perplexidades filosóficas nos trave o discernimento e a noção da verdadeira extensão da tragédia.
Alguém afirmou que a ameaça terrorista é uma autêntica guerra mundial. Outros admitem que apenas estamos no início do terror. Assim sendo, com justa razão se pergunta por que não se lhe declara guerra total, com todas as consequências que isso implica. Continuar a responder com proclamação de princípios é proceder como a avestruz. É portar-se com a mesma passividade com que se assistiu à ascensão da Alemanha nazi. É uma retórica que fica bem na fotografia mas que não nos protege do mal, como se tem visto.
Posto isto, só restam duas hipóteses. Ou o mundo ocidental continua na sua atitude timorata e comedida até que, por via eleitoral, surjam líderes totalitários que entrem pela via da irracionalidade, ou então se tem de enveredar por uma estratégia de intervenção ainda possível dentro de limites controláveis, como sejam:
─ Investir nos meios e nos efectivos de forças de segurança e militares adequados à contenção e/ou destruição da ameaça. Isto porque é sabido que a Europa descurou o investimento na sua defesa e se desarmou psicologicamente;
─ Suspender sine die o Acordo de Schengen;
─ Reforçar o controlo da circulação dentro dos parâmetros exigidos pela luta contra o terrorismo global;
─ Convocar os líderes das comunidades islâmicas dos países de acolhimento para a assunção plena das suas responsabilidades;
─ Encarar como inevitável a urgente intervenção de uma força militar mundial com mandato das Nações Unidas, orientada para a Síria, o Iraque e o Afeganistão, empenhando especialmente o mundo árabe, e não dar tréguas até à aniquilação total das forças do terror, onde quer que estejam instaladas ou dissimuladas;
─ Aceitar como incontornável o redesenhar da geografia política do Médio Oriente, já que aí reside a causa remota do problema, o que exige uma acção diplomática de elevada complexidade e mestria.
Se alguém rotular de profeta da desgraça quem elenca estas medidas, é porque ainda não acordou para a realidade. Outros, que preferem o idealismo hipócrita e vazio, dirão que a montante de tudo isto está a má conduta política da Europa e dos Estados Unidos, para quem a geopolítica foi e tem sido um fato talhado à medida dos seus interesses. É verdade irrefutável. Mas não é por culpas do passado remoto e mais recente que se tem de enterrar a cabeça na areia. Se não há líderes mundiais capazes, que se arranje uma lanterna de Diógenes para procurar alguém que tenha herdado os genes de um Winston Churcchil.

Tomar, 23 de Março de 2016
Adriano Miranda Lima

terça-feira, 22 de março de 2016

[9041] - O LIXO IMPERA ÀS PORTAS DE LUANDA...






Cenas impensáveis fixadas pela câmara do fotógrafo 
Ampe Rogério e que o Valdemar fez
chegar às nossas mãos...

ÀS PORTAS DE LUANDA:
Kilamba Kiaxi - Belas - Cazenga - Cacuaco

 E É PROÍBIDO DEITAR LIXO!