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terça-feira, 31 de maio de 2016

[9264] - DIA MUNDIAL SEM TABACO...


FUMAR, MATA MAIS DO QUE
QUALQUER DOENÇA GRAVE!!!

[9263] - C O N V I T E ...


[9262] - CABO VERDE = BARLAVENTO + SOTAVENTO !



“Foi esta centralização forte que destruiu esta ilha...”
Augusto Neves, Edil de S. Vicente.

José Maria Rosário
O povo das ilhas vem pressionando cada vez mais um maior protagonismo e participação política na gestão e resolução dos seus próprios problemas.
Igualmente, são crescentes as preocupações não só dos actores políticos, mas também da sociedade civil, em torno do equilíbrio regional e distribuição pelas autarquias locais de mais atribuições do poder central.
O PAIGC, na lógica de “dividir para reinar”, perfilhou uma política velada de discriminação das autarquias de cor política diferente, criando, deliberadamente, um ambiente de difícil coabitação. Esse relacionamento tenso mereceu a seguinte apreciação do Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago, Manuel de Pina: “por certo todos os nossos projectos vão desencalhar e há todo um conjunto de stresses provocado pelo governo que agora não irá haver”.
Haveria vontade, do governo de JMN, em assumir, seriamente, o princípio da regionalização?
Sobre o tema correram já rios de tinta, assinalando as mais díspares opiniões, havendo inclusive estudos -não humanizados- que defendem supressão de autarquias recentes e até outras, com raízes irreversíveis, como o caso de Paúl.
 A natureza morfológica do arquipélago evidência a complexidade da matéria, muitas vezes analisada mais com paixão do que razão.
Finalmente, com o país bafejado de “uma forte lufada de ar fresco”, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, comprometeu-se levar a questão ao parlamento e consensualizar com as outras forças políticas uma lei da regionalização.
Definindo, com clareza, o tema diz o perito Lucas Monteiro, “Regionalização é entendida como um processo que deve permitir a cada parcela ou região de Cabo-verde desenvolver as suas capacidades e vocações singulares e além disso, constitui um valioso instrumento, quer dizer um importante meio a favor do aprofundamento da democracia e do respeito pelas diferenças e especificidades próprias de cada região.”
Mas, não será exactamente isso que todos os cristãos, de S: Antão à Brava, desejam? Desenvolvimento equilibrado, mais empregos e melhor qualidade de vida. Desiderato que aliás converge com o foco das promessas dos partidos políticos, nas recentes campanhas legislativas.
Aceite como salutar o princípio da descentralização de competências e havendo consenso de que o centralismo soçobrou-se, agora os actores políticos questionam, como e qual a via ideal?
Aí é que a porca torce o rabo. Querer basear-se -strito senso- nos parâmetros da constituição de 92, é usar tácticas dilatórias ou dar azo a “egos centralistas”, ignorando que os eleitores estão atentos e de olhos abertos.
Algumas mentes mágicas defendem nove parlamentos e nove governos. Das duas, uma: pretendem camuflar a realidade ou levar Cabo-verde ao “Guiness Book” , na categoria de  ciências políticas.
Por outro lado, alguns politólogos movidos por interesses obscuros, optam por omitir, exemplos que nos são pertinentes como o caso da Igreja, apesar de tida como conservadora, antecipou-se e deu um passo inteligente ao separar as dioceses da Praia e Mindelo, com ganhos que só não vêm aqueles que os não querem ver. A experiência de S. Tomé e Príncipe é pura e simplesmente omissa.
Outros, com posições extremistas, apontam “alabardas” a uma hipotética “república de Santiago” como factor obstrucionista, quando esta ilha, que ficou órfã depois das relações adúlteras da Pró-Praia, é tão prejudicada pelo centralismo como as restantes.
A regionalização é vital ao processo de consolidação da democracia. Estratagemas para distorce-la é lutar contra a roda da história e abrir espaço ao dissenso, que felizmente o 20 de Março descartou.
O compromisso de UCS é clarividente: “Avançaremos com a regionalização, cada ilha uma economia que se interliga no todo nacional, não só através dos transportes, mas através do conhecimento, do domínio das línguas e das tecnologias”.
Com a tripulação reduzida, o novo capitão tem à frente a espinhosa tarefa de mobilizar todas as capacidades para materialização da visão estratégica do MPD, para o desenvolvimento do país e projectar o futuro “em alicerces sólidos a partir dos quais cada cabo-verdiano poderia apoiar-se para realizar os seus sonhos”.
Bases para Regionalização
Nos anais da vida dos povos, jamais se vislumbrou sucesso num processo de regionalização que não levasse em conta o nível de desenvolvimento sócio– económico e as características dos aglomerados populacionais.
A base histórico-cultural é a seiva que alimenta a melhor forma de organização jurídico-administrativa de Cabo-Verde.
Mesmo no período colonial esses princípios foram ponderados, pois em Angola e Moçambique a orgânica já previa secretarias provinciais, o que não acontecia em Cabo-verde (onde chegou-se a criar cargo de governador de Barlavento), sendo ainda diferentes das demais colónias, os estatutos de Goa, Damão e Dio.
Ainda, na década 80, fora criada a figura de ministro-adjunto para a região norte, o que não teve continuidade devido ao erro fatal de se escolher uma pessoa sinistra (acaba mal o que começa mal) para essa função.
Cada ilha, um governo e um parlamento, distancia-se tanto do bom senso, como da optimização da gestão dos parcos recursos endógenos. Divorciar Monte Cara de S.Antão, ilhas com ligação funcional e ”emocional” muito fortes seria um paradoxo.
Todavia, se aquele modelo adapta-se a S. Vicente “pelo seu peso económico e relevância política”, o mesmo não acontece com Maio, cujo atraso em relação a essa ilha ronda quatro décadas. Algo análogo para a ilha das flores é o mesmo que acordar o poeta, lá nos espaços siderais, para vir dar uma risada do tamanho “do céu e da terra”.
Entretanto, restringir uma elite governativa apenas aos limites da cidade de Mindelo, desligada de toda a região norte, seria uma reversão em termos de melhor aproveitamento de cérebros, o nosso principal recurso.
Com isso não se pode deduzir que teríamos ilhas com menos direitos e oportunidades. O que se deseja é exactamente o contrário, criar condições e gerar sinergias para que todas ganhem velocidade cruzeiro ”onde cada ilha se torna capaz de libertar e aproveitar todo o seu potencial humano, natural, organizacional e económico, para criar riqueza, gerar rendimento e emprego”.
 É imperioso que a mitigação das assimetrias passe pela racionalidade de se evitar estruturas pesadas - ineficientes e ineficazes - que em vez de contribuir para melhoria das condições de vida das populações, se despencariam em “fantasias e mordomias”.
Duas Regiões: Sotavento e Barlavento
O “modus operandis” da experiência piloto em cogitação, deveria configurar-se em duas grandes regiões, conceito que sobreviveu a mais de 500 anos da história de Cabo-verde: Região de Sotavento, com sede na Praia, abarcando as ilhas de Santiago, Fogo, Brava e Maio e Região de Barlavento, com sede em Mindelo, abrangendo as ilhas de S. Vicente, S.Antão, S.Nicolau, Sal e Boavista.
Com dois grandes pólos de desenvolvimento, Mindelo beneficiar-se-ia de um estatuto de Zona Económica Especial e a cidade da Praia o da Capital, burgos que teriam, igualmente, a missão especial de arrastar o desenvolvimento do país como um todo.
Oxalá com dois “Faróis” possamos enxergar o rumo do desconhecido caminho ao País Desenvolvido, cujo “take off”, tantas vezes publicitado no passado, não passou de conto de fadas.
Pelo contrário, em vez de um ”país mais rico”, herdamos um “Micro-Estado não competitivo” com gordura a mais -130 por cento do PIB- e o ilusionismo do cluster (cujo arquitecto após passagem fugaz pelo governo e assegurar uma reforma milionária, tomou chá de sumiço como fizera em 91).
Divisão do território, tema na ordem do dia já atingiu o topo, sendo sábio o compromisso do chefe de executivo de chamar a si este melindre.
Se “o poder come o homem”, desse contágio UCS está imunizado, pois prometeu orações para que a tentação não lhe perturbe o ânimo, sendo nas palavras do ex-primeiro ministro Carlos Veiga,“ O líder certo, com as palavras certas, o programa certo para satisfazer os anseios dos cabo-verdianos”.
Todavia, a última palavra está reservada aos deputados, legitimamente, eleitos que em plenária da Assembleia Nacional, decidir-se-ão qual o modelo que melhor corresponde às legítimas aspirações dos cabo-verdianos e salvaguarde a unidade e coesão da Nação. Conforme defende Lucas Monteiro, “O desenvolvimento equilibrado e harmonioso das regiões constitui uma aposta muito forte no futuro de Cabo-Verde e ajusta-se ao imperativo de pôr um ponto final nas actuais assimetrias sócio-económicas entre ilhas e municípios”.
Seja qual for o caminho a trilhar e ou figurino a prevalecer, percebe-se no ar um sentimento generalizado que algo terá de mudar, pois, já não é de feição o tempo em que um engenheiro, chegava à ilha das montanhas, mandava colocar cadeados na boca de um poço até quando “pudesse”regressar, de novo.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 756 de 25 de Maio de 2016.


domingo, 29 de maio de 2016

[9259] - "PRÁ" PRAIA, TUDO! E "PRÓS" OUTROS?!



 A Pró-Praia vai continuar a exigir, do actual Governo, que políticas estratégicas e obras estruturantes para a cidade capital de Cabo Verde sejam implementadas, cada vez, em maior número e qualidade


A Pró-Praia vai continuar a exigir, do actual Governo, que políticas estratégicas e obras estruturantes para a cidade capital de Cabo Verde sejam implementadas, cada vez, em maior número e qualidade. Como prioridades, o presidente dessa associação, José Jorge de Pina, aponta o Estatuto Especial, a ampliação da pista do aeroporto e a descentralização de alguns serviços sedeados noutras ilhas, designadamente em São Vicente. A regionalização, conforme deixa a entender também, vai ser o momento para Praia e Santiago “exigirem” o que é seu por direito.

O Estatuto Especial para a Cidade da Praia, enquanto capital de Cabo Verde, é uma das exigências que a Pró-Praia vai a apresentar ao Governo de Ulisses Correia e Silva. José Jorge de Pina recorda que esse diploma é uma revindicação “antiga e justa”, consagrada na Constituição da República, mas que até hoje não saiu do papel. Pina culpa os dois principais partidos – o MpD e o PAICV -, atribuindo esse facto à “falta de vontade de algumas pessoas” em particular.

“Inclusivamente, políticos que na altura aprovaram o Estatuto Especial para a Praia, na Constituição, hoje tentam barrar o processo da sua preparação, discussão e aprovação, banalizando o diploma ao requerer esse mesmo tipo de estatuto para outras ilhas”, acusa, sem apontar nomes.   

De acordo com De Pina, o Estatuto Especial para a Praia não serve apenas para aumentar os privilégios dessa Cidade em relação aos demais centros urbanos do País, mas, antes, criar condições para que a capital consiga capacidade “financeira suplementar”, capaz de resolver o problema da manifesta falta de condições de exercício da capitalidade. “Toda a gente que visita esta Cidade reconhece que há carências em diversas áreas que impedem a Praia de exercer o seu papel de capital como outras as cidades capitais do mundo”, afirma.

Ciente da importância do referido instrumento, José Jorge Pina exige que essa prerrogativa seja cumprida o mais breve possível, à semelhança de outros instrumentos constitucionais que já foram materializados, designadamente, o Tribunal Constitucional, a Agência de Regulação de Comunicação Social, etc.

Outras revindicações

No que toca às obras estruturantes para o fomento de investimentos e desenvolvimento da cidade da Praia e ilha de Santiago, no geral, a Pró-Praia elenca como prioridade a extensão da pista do aeroporto Nelson Mandela, no sentido de passar a receber aviões de grande porte e aterragens seguras. “Os pilotos que operam na pista do aeroporto da Praia, sobretudo os da TACV, já levantaram essa preocupação, dizendo que operam aviões no limite e que qualquer falha pode ser fatal. Fora isso, a limitação da pista tem causado enormes prejuízos à TACV, uma vez que ela não pode abastecer o avião no aeroporto da Praia para voos de longo curso, por exemplo, os EUA; é necessário o avião deslocar-se à ilha do Sal apenas para abastecer e de seguida levantar voo em condições de segurança”.

Pina avança ainda que há projetos importantes aprovados para Santiago cuja realização depende de um aeroporto com uma pista que permita escalas de aviões de grande porte. “Brevemente, vão ser construídos grandes centros de convenções e hotéis, na cidade da Praia, inclusive com casinos, prevendo-se voos charters com turistas e pessoas que vêm apenas para jogar. Para responder às demandas, precisamos de um aeroporto com condições para aterragens e descolagens de aviões de grande porte, mas também de condições que permitam o estacionamento dessas aeronaves”, nota De Pina.

O presidente da Pró-Praia regozija-se, por ora, com as obras de ampliação e melhoria das salas de embarque e balcão de “cheek in” em curso, neste momento, no aeroporto da Praia. “São obras importantes, mas o mais importante é a extensão da pista. Por isso, vamos lutar para que isso seja contemplado o mais rapidamente, em vez de deixar para 2025 como a ASA (Empresa de Aeroportos e Segurança Aérea) pretende. A ASA, quase sempre, deixa os projectos da Praia para depois, a não ser quando é para cobrar, como o que aconteceu com o estacionamento de veículos no aeroporto, que apenas é cobrado na Cidade da Praia”, acusa Pina.

Privatização das operações portuárias

Atenta ao que se passa em Cabo Verde, a Pró-Praia lamenta que o processo de privatização das operações portuárias, interrompido por causa das eleições legislativas de 20 de Março, esteja a ser posto em causa nos moldes em que o mesmo foi negociado pelo Executivo anterior. “Trata-se de um projecto que vai ao encontro dos objectivos de Cabo Verde”, defende.

“Infelizmente”, acrescenta, “logo após o anúncio da empresa vencedora, surgiram vozes a dizer que o processo, assim como foi negociado, não serve os interesses de Cabo Verde, alegando  que vai atrofiar o Porto Grande de São Vicente. Este posicionamento é uma afronta que nos conduz para uma caminhada muito perigosa e destrutiva do processo de privatização, modernização e do desenvolvimento do sector portuário em Cabo Verde. A Pró-Praia está atenta e vai exigir que o novo Governo retome o processo de negociação e assinatura do contrato imediatamente nos mesmo moldes que foi suspenso por causa das eleições”.

Investimentos privados estruturantes

José Jorge de Pina salienta que a Pró-Praia participou, desde a primeira hora, no processo de discussão e aprovação de projectos estruturantes para o desenvolvimento da Praia. Como exemplo aponta o complexo do ilhéu de Santa Maria e o hotel Hilton na Achada de Santo António, mas também o Santiago Resort, o World Trade Center, entre outros. “A serem concretizados, a ilha de Santiago vai atrair mais turistas e com isso um maior desenvolvimento”, refere.

José Jorge Pina avança, outrossim, que a sua Associação está engajada na criação do centro Pró-Mar, na Cidade da Praia, o que irá possibilitar a formação de marítimos e de profissionais para trabalhar a área costeira, a segurança marítima, mas, também, a bordo de navios no país e no estrangeiro. “A materialização destes e outros projectos irá ajudar a reduzir o desemprego no seio da juventude santiaguense e das ilhas próximas, trazendo divisas para a economia nacional”, conclui De Pina. - (in A Nação).

[9258] - C O N V I T E ...


sábado, 28 de maio de 2016

[9257] - O SILÊNCIO DAS INOCENTES...


Para mim, iniciou-se hoje, oficialmente, a época da "caça à sardinha assada", com pouca batata e muito pimento...
Não foi, no entanto, uma estreia de bons augúrios: as "clupeideae", enormes, eram magras como modelos de alta costura, grávidas a mais não poderem e chamuscadas como se tivessem estado sob fogo de Napalm... Uma desgraça completa, aliada à mais completa ausência se sal... Salvavam-se os pimentos - verdes e encarnados -assados no ponto!
Ao olhar, mais triste que faminto, os despojos das inocentes sacrificadas, não consegui ignorar os inchados pares de ovas que cada exemplar ostentava, uma espécie de prenuncio de muitos milhares de outras sardinhas,  bem mais jovens e saborosas, decerto, do que aquelas  vetustas matriarcas  que, apanhadas nitidamente fora de época ou de pesqueiro, não conseguirão cumprir a sua função de maternidade e constante renovação da espécie...
Será por estas e por outras razões de idênticos quilates que existe um permanente e preocupante défice do numero dos cardumes o que obriga a que todos os anos se observarem longos períodos de inactividade piscatória, única forma de repor os "stocks" exauridos por praticas pouco recomendáveis quando não criminosas!

sexta-feira, 27 de maio de 2016

[9256] - ABUNDAM OS COGUMELOS...

Sidney Manuel
No momento em que se fala na Regionalização, e cada vez com mais afinco, parece que temos 'videntes' em Cabo Verde e desta feita 'os videntes' decidiram com antecedência salvaguardar os interesses das ilhas. Acabou de ser criada uma associação para defender os interesses da ilha de Santiago, que se auto-proclama como " Os Vigilantes da Ilha de Santiago "... Imaginem se esta moda pega: daqui a nada teremos nove associações, uma por cada ilha (eu me disponibilizaria a criar uma associação para defender os interesses da Santa Luzia) e já nem sequer precisaremos mais do Primeiro Ministro e Presidente da Republica, porque os direitos de cada ilha passariam a ser geridos por essas associações. Daí, eu perguntar, qual é a necessidade disso?

N.R. - A pergunta do amigo Sidney é pertinente e dá lugar a uma outra indagação: haverá por aí alguém interessado em abordar o assunto que nos parece revestir sinais divisionistas preocupantes?

[9255] - ESTAMOS DE PASSAGEM...


Conta-se que no século passado, um turista americano foi à cidade do Cairo, no Egipto, com o objectivo de visitar um famoso sábio. O turista ficou surpreso ao ver que este morava num quartinho muito simples, atulhado de livros. As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
- Onde estão seus móveis? Perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa olhou ao seu redor e indagou também:
-E onde estão os seus...?
Os meus?!, surpreendeu-se o turista. - Mas estou aqui só de passagem!
- Eu também... "A vida na Terra é somente uma passagem... No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente, e esquecem-se de ser felizes",  concluiu o sábio...

NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL...
SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA.

O tempo é como um rio. Você nunca poderá tocar na mesma água duas vezes, porque a água que já passou, nunca passará novamente.
Aproveite cada minuto de sua vida e lembre-se: Nunca busque boas
aparências, porque elas mudam com o tempo. Não procure pessoas perfeitas, porque elas não existem. Mas busque acima de tudo, um alguém que saiba o seu verdadeiro valor.
Tenha 4 amores: Deus, a vida, a família e os amigos... Deus porque é o dono da vida, a vida porque é curta, a família porque é única e os amigos porque são raros!

quinta-feira, 26 de maio de 2016

[9254] - O MEMORANDO DOS REGIONALISTAS...


MEMORANDO SOBRE REGIONALIZAÇÃO/REFORMAS DE CABO VERDE (ABRIL 2016)

     Em 2013, o Movimento para a Regionalização de Cabo Verde-Diáspora associou-se ao GRRCV (Grupo de Reflexão da Regionalização em Cabo Verde), sediado no Mindelo, para elaborar o Memorando da Regionalização, onde foi elencado um conjunto de propostas no sentido da implementação de uma verdadeira Regionalização em Cabo Verde. O contexto de então era desfavorável a esta reforma, na medida em que o partido no poder sempre mostrou relutância ou tergiversação em relação ao tema.Tendo em consideração:
− O novo contexto político criado em Cabo Verde após as eleições de Março de 2016; 
− O facto de o actual partido do governo ter incluído no seu programa político a Regionalização, prometendo, inclusivamente, o início da sua implementação, a título experimental, em S. Vicente, até ao fim do corrente ano;
− As conclusões da Palestra/Debate Cabo Verde − A Encruzilhada da Regionalização − que ocorreu em Lisboa a 30 de Abril de 2016;
Resolvemos actualizar o Memorando em função da nova realidade sociopolítica e publicar a versão que se segue.

As eleições recentes conduziram a uma nova maioria governativa, cujo manifesto de intenções abre naturais expectativas sobre um novo programa político e económico para Cabo Verde, pressentindo-se, por outro lado, a predisposição para um maior diálogo entre o poder político e a sociedade.
     É inegável que Cabo Verde cresceu ao longo dos 40 anos de independência graças à ajuda internacional e beneficiando na última década da expansão do crédito internacional. Todavia, a economia cabo-verdiana continua com as suas debilidades congénitas e, por isso, com fraca inserção no mercado internacional, uma vez que não dispõe de um sector empresarial capaz de ombrear com os seus parceiros estrangeiros. Ciente desta realidade indesmentível, os últimos governos do PAICV procuraram investir na infra-estruturação do país, como forma de alavancar e estimular a actividade produtiva, recorrendo para esse efeito ao endividamento externo, mas sem se conseguir por enquanto os efeitos pretendidos. Entretanto, com o actual nível do endividamento e com a estagnação do crescimento da economia, assiste-se a uma degradação do quadro macroeconómico que poderá comprometer a própria sustentabilidade da dívida. Com este constrangimento, mesmo que se suspendam os programas públicos para não agravar o endividamento, poderá não ser possível restabelecer a solidez das finanças públicas.
     Perante este cenário pouco animador, a tríplice conjugação entre as baixas taxas de crescimento económico, o circunstancialismo do peso da dívida pública e a diminuição da ajuda externa, constitui um sério aviso e um travão à possibilidade de criar riqueza para sustentar a economia e satisfazer os anseios de uma população a crescer décadas a fio e cada vez mais concentrada nos principais centros urbanos. Um número crescente de jovens aí residindo poderá estar condenado ao desemprego permanente e à pobreza crónica, impossibilitado de encarar a emigração como uma alternativa, como outrora aconteceu. Assim, todos os indicadores socioeconómicos poderão entrar no vermelho, situação susceptível de espoletar o aparecimento de tensões sociais e políticas e de gerar mais fenómenos de delinquência e criminalidade para além dos que já existem.
     Na verdade, Cabo Verde encontra-se numa encruzilhada. Minúscula parcela deste mundo em acelerada mutação e sob o impulso de um incontornável processo de globalização, o futuro do arquipélago/país vai depender da forma como souber interpretar os sinais dos tempos para se adaptar aos vários desafios que se lhe colocarem pela frente.
     É então momento para reflectirmos e perguntar se a causa original dos nossos problemas não estará directamente relacionada com o modelo de organização político-administrativa adoptado a seguir à independência. A opção então tomada foi a concentração de todo o Estado na ilha de Santiago, designadamente na cidade capital, onde se instalou e entrincheirou um poder político de cariz acentuadamente centralista e burocrático, condicionando sobremaneira o desenvolvimento equilibrado e igualitário que as populações sonharam sob os auspícios da independência nacional. Não seria exigível grandes conhecimentos em geografia humana e ciências sociais para se aperceber, em devido tempo, e com cristalina evidência, que esse paradigma iria produzir efeitos disruptivos, perversos e indesejáveis no território, consubstanciados no crescimento desmesurado da capital e num inevitável efeito centrípeto absorvendo os recursos humanos das ilhas da periferia, assim condenando-as irremediavelmente à estagnação, em muitos casos ao retrocesso, e à irrelevância política, social e económica. 
     Era fatal que tal fenómeno acontecesse, e não seria por falta de advertência, porque não escasseiam exemplos que a História nos aponta acerca dos malefícios sociais inerentes aos modelos centralistas, concentracionários e burocráticos, paradigmas da mais perfeita autocracia. Talvez por isso, precavendo-se, ilhas da Macaronésia como os Açores e as Canárias tiveram outra lucidez e sageza políticas ao procederem à desconcentração dos seus órgãos de governação no acto do seu processo de autonomia regional. No caso particular das Canárias, é exemplo a alternação da capital da região autónoma entre Santa Cruz de Tenerife e Las Palmas de Gran Canária, sugerindo o que poderia ter sido emulado por Cabo Verde. 
     Mas não. Ao invés da deliberada marginalização política a que foi votada a ilha de S. Vicente (assim como outras parcelas do país), o procedimento poderia ter sido o reconhecimento do seu papel na nova arquitectura político-administrativa do novo país, com benefícios muito prováveis em todas as áreas da vida nacional, na medida em que se alargariam as perspectivas de um desenvolvimento mais racional e mais equilibrado do conjunto das ilhas. No arranque do país, teria sido sumamente vantajoso manter dois (ou três) polos políticos fundamentais, em vez de eliminar sub-repticiamente um deles para apostar exclusivamente num, o que acabou por gerar uma macrocefalia com os defeitos, as distorções e os vícios que são lhe clássicos, mas que são de todo intoleráveis num estado insular que devia fazer do contributo da diversidade a força agregadora e enriquecedora. 
     Estamos, assim, perante aquilo que um elemento do nosso Grupo designou por “pecado original” e que consistiu tão-somente em instalar todo o Estado numa única parcela do território nacional, com isso iniciando-se um processo contínuo e imparável de crescimento anómalo e anquilosado, que agora só pode ser estancado com uma decisão política de sinal contrário que reverta os malefícios da decisão original. Aliás, as próprias leis da Física explicam o fenómeno com clareza meridiana: as Leis da Inércia e da Atracção de Newton enunciam que um corpo em movimento continua neste estado se não encontrar uma força contrária, e que quanto mais maciço é maior é a atracção ou acreção que exerce. Ora, foi precisamente o que aconteceu e está a acontecer com a capital cabo-verdiana, sendo que desta feita as ciências exactas se dão as mãos com as ciências sociais para explicar, curiosamente, um fenómeno comportamental. 
     É assim que, por força desta realidade, o critério para a gestão do orçamento e para os investimentos a que obedecia o governo anterior, em coerência com o seu modelo centralista e concentrador, tinha como fundamento essencial o peso demográfico e os encargos com o aparelho do Estado. Compreende-se que em certa medida não seja fácil mudar os parâmetros daquele critério, face ao imperativo humano-geográfico criado, consumado e imposto artificialmente por decisão política tomada há quarenta e um anos. Agora, só resta alterar essa realidade para que emerja um outro critério, doravante atento a princípios de unidade nacional, de equilíbrio, de equidade e de subsidiariedade, que são de importância basilar num pobre estado insular. Porém, isso só é possível mediante uma profunda reforma do Estado, que não só o emagreça no que tem de supérfluo e institucionalmente descartável, mas que, acima de tudo, introduza uma outra arquitectura político-administrativa. Sem isso, as mudanças e o desenvolvimento que se auspicia progressivo do país tornam-se uma miragem e a prazo poderá não ser mesmo sustentável a sua economia e o seu próprio funcionamento institucional, com riscos sérios para as condições de vida das populações e para os laços de coesão nacional.
     A este propósito, muitos opositores da reforma do Estado que almejamos, invocam o argumento da unidade nacional para questionar qualquer intenção de descentralizar o poder, como se os excessos do centralismo e a macrocefalia da capital não constituíssem a mais declarada ameaça ao espírito de coesão nacional. O raciocínio devia basear-se em premissa precisamente contrária. Num país arquipelágico, o espírito de unidade nacional deve basear-se em tudo o que possa unir o que a geografia dividiu. A pedra basilar e a trave mestra do “edifício nacional” em (re) construção, só podem passar pela partilha democrática do poder e pela rigorosa observância de princípios como o da subsidiariedade e da discriminação positiva, para que a convergência social, política e económica seja a meta final do Estado de direito democrático. 
     Em 2015, o MPD tornou pública a sua posição sobre a regionalização do território, reconhecendo que ela poderá ser elemento de correcção das assimetrias nacionais e permitir que cada região possa autonomamente, no seu espaço de jurisdição, definir estratégias de desenvolvimento, estabelecer prioridades de investimento público, regular um sistema de incentivos ao investimento privado, resultando assim uma maior eficiência da administração pública global, o que não implica necessariamente um agravamento significativo de despesas públicas e mesmo prevendo que em termos de custo/benefício possa ser favorável no contexto geral do orçamento público.  
     No entanto, somos agora confrontados com a notícia da atribuição de um Estatuto Especial para a Praia, parecendo haver intenção de o actual governo concretizar o que antes fora sendo ventilado mas que o seu antecessor congelara por eventual conveniência política face a outras mais gritantes prioridades nacionais e a oposição de uma parte esclarecida da opinião pública. É por demais despropositada a atribuição desse estatuto a uma capital já de si prenhe de benefícios e a rebentar pelas costuras, tanto mais que a expectativa dos cabo-verdianos das outras ilhas e do interior de Santiago seria a reiteração da promessa eleitoral alardeada pelo MpD e que lhe permitiu conquistar uma expressiva votação eleitoral em todo país, nomeadamente na ilha de S. Vicente. A concretizar-se a atribuição de mais uma regalia à cidade capital, sobrariam razões para se pensar que, ao invés do prometido, se pretende acrescentar mais uma peça à engrenagem do centralismo.  
     Apesar desta notícia que, queiramos ou não, vem agora ensombrar as nossas expectativas, não podemos deixar de saudar a abertura do novo governo saído das eleições de Março 2016 e a sua intenção de levar a cabo um conjunto de reformas do Estado (descentralização, desconcentração, desburocratização), veiculando o processo de regionalização, que em certa medida vem ao encontro das recomendações e propostas contidas no nosso Memorando da Regionalização, de 2013, e no nosso livro Os Caminhos da Regionalização, de 2014. Com efeito, os propósitos do governo coincidem com o nosso entendimento de que é inadiável a constituição de órgãos de governação regional com poderes suficientes e de que esta é a melhor via para melhorar a gestão administrativa e política do país.
     Em virtude de algumas dúvidas suscitadas pela terminologia e pelos conceitos, entendemos oportuno sublinhar que qualquer modelo de regionalização tem implícito um conteúdo eminentemente político na sua filosofia conceptual, independentemente do leque de competências e atribuições com que se identificam os poderes regionais que gera. Seja o que resultar do estudo que irá realizar-se em sedes próprias, o facto é que o fundamento da regionalização não poderá ser desvirtuado: transferência de competências políticas e administrativas, a ser aplicada em função das características específicas das nossas ilhas e das suas vocações naturais e das suas potencialidades económicas, demográficas e sociais. 
     Reconhecemos e aceitamos de antemão que o modelo de região que se escolha para Cabo Verde não poderá ser pré-definido e concebido à régua e esquadro, mas sim algo sujeito a uma progressiva evolução e constante avaliação, com os ajustamentos, correcções e aperfeiçoamentos que a experiência for recomendando. É próprio das ciências sociais que assim seja, tal a complexidade e imprevisibilidade dos fenómenos que são do seu domínio, razão por que entendemos que o estudo da problemática em causa deverá revestir-se de conveniente latitude mental e abertura de espírito, e alicerçar-se no firme propósito de encontrar as soluções que melhor se coadunem com a nossa realidade, de modo a que se concretizem as reformas que a modernização do país exige e o aprofundamento da democracia exige. Para tanto, e tendo em conta os pressupostos contidos no Memorando atrás referido, propomos/sugerimos ao Governo de Cabo Verde a adopção urgente das seguintes medidas: 
1) Desenvolvimento de todos os esforços tendentes à concretização da prometida reforma do Estado, a qual deve incluir uma verdadeira descentralização do poder e a desconcentração dos órgãos e estruturas do Estado, sem descurar a desburocratização dos serviços; não poderá de forma alguma ser precedida de medidas extemporâneas ou mesmo contrárias a esse desiderato, como, por exemplo, a atribuição do tencionado Estatuto Especial para a Praia;
     2) Realização de um Fórum sobre esta problemática alargado a todas as forças políticas e à sociedade civil, e com a participação de políticos e peritos internacionais de países com experiência em matéria de descentralização e regionalização, para debater o caso concreto de Cabo Verde e encontrar o modelo que melhor lhe sirva;
     3) Acordo para a constituição de uma Comissão Independente constituída por elementos das principais forças políticas da sociedade civil e assessorada por consultores das diversas especialidades integrantes deste problema, que deverá preparar um relatório e uma proposta para uma profunda reforma do Estado (incluindo a descentralização, a desconcentração e a desburocratização da máquina do Estado) conducente à definição do modelo de região mais consentâneo com a realidade cabo-verdiana. Deverá assentar num calendário e num roteiro, onde constem medidas concretas (quantificadas e quantificáveis) para a sua implementação, designadamente integrando os seguintes pontos:
     4) Concepção de um modelo de regionalização que seja exequível e racionalmente sustentável à custa de uma adequada redução do poder central e de um redimensionamento articulado do poder autárquico;
     5) Transferência de competências políticas e recursos (humanos, económicos e financeiros) do Estado Central para as comunidades regionais, conferindo-se-lhes assim os instrumentos materiais e jurídicos que as tornem capazes de estancar a realidade actual da desertificação e do empobrecimento humano e económico das ilhas da periferia;
     6) Introdução de políticas de incentivo à desconcentração humana e retorno dos quadros às ilhas de origem;
     7) Revisão dos critérios de concepção orçamental que vêm aprofundando as assimetrias no arquipélago, como os que se baseiam apenas na proporcionalidade mecânica atinente ao número de habitantes e à dimensão da ilha;
     8) Concomitantemente com o que precede, adopção de políticas de discriminação positiva e abolição da uma mera contabilidade baseada no número de habitantes, como única forma de reduzir as assimetrias, as clivagens políticas, sociais e económicas entre o centro e as periferias do território; 
     9) Instituição de um sistema bicamaral, com um Senado ou Câmara Alta em que terão assento os representantes de cada Ilha ou regionais, incluindo as comunidades emigrantes. Será uma forma de garantir maior democraticidade, na medida em que a  representação parlamentar com novos rácios por ilha beneficia o equilíbrio regional;
     10) Reconhecimento de que as diversas comunidades emigrantes dispersas pelo mundo são parte integrante e activa de Cabo Verde e que todos os seus problemas devem passar a ser encarados e resolvidos no quadro das regiões de origem dos seus membros. Para o efeito, a descentralização e a desburocratização devem convergir para que cada região tenha as competências necessárias para a realização desse desiderato.

Lisboa, Maio de 2016

Pelo Movimento para a Regionalização de Cabo Verde-Diáspora 

ADRIANO MIRANDA LIMA
ARSÉNIO FERMINO DE PINA
JOSÉ FORTES LOPES
LUIS SILVA

[9253] - NOVA CARTA POR PONTOS...



[9252] - PRÉMIO PULITZER...



Esta é uma das dramáticas fotos que, este ano, mereceram o Prémio Pulitzer de Fotografia...
Um insuflável, cujo motor gripou, vagueia superlotado, nas águas do Mar Egeu com refugiados sírios - homens, mulheres e crianças - para quem o destino é, infelizmente, menos importante do que a própria fuja! - (Reuters)

[9251] - ARREPENDIMENTOS...


Assunto: Os 5 Principais Arrependimentos de Pacientes Terminais


Bronnie Ware trabalha com pacientes perto do fim da sua vida, pacientes terminais.
Neste post, ela escreve sobre os principais arrependimentos que vieram à tona aos seus pacientes em seu leito de morte.
Os cincos principais seguem abaixo:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim, e não a vida que os outros esperavam de mim.
Este foi o arrependimento mais comum.
Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados.
A maioria das pessoas não tinham honrado a metade dos seus sonhos e morreram sabendo que era devido às escolhas que fizeram, ou deixaram de fazer.
É muito importante tentar realizar pelo menos alguns de seus sonhos ao longo do caminho.
A partir do momento que você perde a sua saúde, é tarde demais.
Saúde traz uma liberdade que poucos percebem, até que já a não têm mais.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.
Isto veio de todos os pacientes do sexo masculino que eu acompanhei.
Eles perderam o crescimento de seus filhos e o companheirismo do parceiro.
As mulheres também citaram este arrependimento, mas como a maioria era de uma geração menos recente, muitos dos pacientes do sexo feminino não tinham sido chefes de família.
Todos os homens que eu acompanhei se arrependeram profundamente de passar tanto tempo da sua vida com foco excessivo no trabalho.
Ao simplificar o seu estilo de vida e fazer escolhas conscientes ao longo do caminho, é possível não ter que precisar de um salário tão alto quanto você acha.
E criando mais espaço em sua vida, você se torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades, mais adequado ao seu novo estilo de vida.

3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.
Muitas pessoas resguardaram seus sentimentos para manter a paz com os outros.
Como resultado, tiveram uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eram realmente capazes de ser.
Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam, como resultado.
Nós não podemos controlar as reações dos outros.
No entanto, embora as pessoas possam reagir quando você muda a maneira de falar com honestidade, no final a relação fica mais elevada e saudável.
Se não ficar, é um relacionamento que não vale a pena guardar sentimentos ruins.
Você ganha de qualquer maneira.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.
Muitas vezes os pacientes terminais não percebiam os benefícios de ter por perto antigo e verdadeiros amigos até a semana da sua morte, e nem sempre foi possível encontrá-los. Muitos haviam se tornado tão centrados em suas próprias vidas que tinham deixado amizades de ouro se diluírem ao longo dos anos. Havia muitos arrependimentos por não dar atenção a estas amizades da forma como mereciam. Todos sentem falta de seus amigos quando estão morrendo.
É comum que qualquer um, em um estilo de vida agitado, deixe escapar amizades. Mas quando você se depara com a morte se aproximando, os detalhes caem por terra. Não é dinheiro, não é status, não é posse. Ao final, tudo se resume ao amor e relacionamentos.
Isso é tudo o que resta nos dias finais: amor.

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.
Este é surpreendente.
Muitos não perceberam, até ao final da sua vida, que a felicidade é uma escolha.
Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos. O chamado “conforto”.
O medo da mudança os faziam se fingir aos outros e a si mesmos, enquanto lá no fundo ansiavam rir e ter coisas alegres e boas na vida novamente.

Colab. Tuta Azevedo




[9250] - CABO VERDE E A LETRA "E"...

1(E)stado; 2(E)conomia; 3(E)mpresas; 4(E)xportações); 5(E)nergia;  6(E)mprego; 7(E)migração!  


1 E)stado de Cabo Verde é deficitário e insolvente vive da AJUDA EXTERNA, e o mesmo (E)stado não consegue sozinho financiar-se a si mesmo no mercado internacional;

2 (E)conomia cabo-verdiana( Turismo, Pescas, Remessas , etc, etc) não consegue produzir e gerar riquezas e receitas o necessário para sustentar as despesas do (E)stado;

3 (E)mpresas, em Cabo Verde não é atractiva na medida que o território é insular e as pequenas e grandes empresas de comércio e indústria pesada e ligeira não têm interesse em instalar em Cabo Verde;

4 (E)xportações, no mercado interno cabo-verdiano não se produz bens, produtos e serviços em quantidade suficiente para transacionar-se além fronteiras, tornando assim a economia vulnerável e o mercado de  Cabo Verde praticamente sem relevância internacional nas exportações;

5(E)nergia, falta frequentemente a luz (energia eléctrica) em Cabo Verde. Vive-se no (E)scuro em que a (E)scuridão habita as ilhas e a mesma falta da energia elétrica provoca o atraso económico.   

6 (E)mprego, em Cabo Verde! Por não haver grandes, pequenas e médias empresas a oferta de emprego é escassa, logo mais de metade da população adulta (200.000 pessoas) estão no desemprego e tem baixa escolaridade o que tem feito de Cabo Verde um território não atractivo para o IDE-Investimento Directo Estrangeiro e a consequente inexistência de emprego;

7(E)migração, é e têm sido a única solução e válvula de escape para se fugir a pobreza e o desemprego em Cabo Verde, em que 300.000 cidadãos cabo-verdianos estão emigrados na Europa, 50.000 cidadãos cabo-verdianos radicados em África e 200.000 cidadãos cabo-verdianos vivem nos Estados Unidos da América...

Colab. de José Fortes Lopes

terça-feira, 24 de maio de 2016

[9248] - O LAMENTO DE CALIMERO...




[9247] - A OFENSORA OFENDIDA ...(2)



O comentário é de Ester Daniel, uma jornalista do “Ocean Press” que parece não saber o que seja educação, manifestando ainda uma clara simpatia pela xenofobia

 Comentando o Editorial de hoje do Cabo Verde Direto, uma jornalista do nosso colega "Ocean Press" (que muito prezamos) escreveu o seguinte: “Oh PORTUGA deixa a Daia em paz. ba djobe oto assunto bo escreve!”. O comentário foi feito na rede social Facebook.

A jovem jornalista, que provavelmente nem leu direito o nosso Editorial – ou, lendo, não o compreendeu em absoluto -, assume, desta forma, o discurso xenófobo próprio de qualquer nazi-fascista. O mesmo, aliás, que a extrema-direita utiliza contra os caboverdianos na Europa.

[9246] - A OFENSORA OFENDIDA...(1)

Ao invés de responder com toda a frontalidade à médica Ofélia Monteiro, a jornalista Maria da Luz Neves preferiu esconder-se atrás da AJOC e vir (por processos indiretos) atacar Cabo Verde Direto. Uma atitude, aliás, estranhamente corroborada pela própria presidente da Associação Sindical dos Jornalistas, Carla Lima (sua colega de trabalho na RTC), o que muito lamentamos


Com surpresa, lemos na edição de sábado de A Semana Online uma peça noticiosa onde se anuncia que a Associação Sindical dos Jornalistas (AJOC) terá entregue uma queixa à Autoridade Reguladora da Comunicação Social (ARCS) contra o Cabo Verde Direto, responsabilizando o nosso jornal “por alegados insultos públicos dirigidos à jornalista da TCV (…) Maria da Luz Neves”, avançando que a AJOC “orienta ainda a jornalista a apresentar queixa por injúria e difamação responsabilizando o administrador do referido jornal”.

O A Semana alude expressamente a declarações da jornalista Carla Lima, presidente da AJOC, que – refira-se – em nenhum momento contactou o nosso jornal, pese embora ter feito apreciações sobre “insultos públicos dirigidos à jornalista da TCV”, sua colega na empresa pública RTC.

A Direção do Cabo Verde Direto não entende a razão da suposta queixa à ARCS, tão-pouco em que medida terá proferido nas suas páginas “insultos públicos” à jornalista Maria da Luz Neves.

Cabo Verde Direto editou uma notícia sobre a agressão a uma médica do HAN, onde, naturalmente não é feita qualquer alusão à jornalista, e, posteriormente, publicou um artigo de opinião da médica Ofélia Monteiro, esse sim, onde se fazia referência à jornalista da TCV.

Em nenhum momento, o nosso jornal publicou nas suas páginas qualquer referência a Maria da Luz Neves, à sua peça televisiva  e, muito menos, à sua competência (ou incompetência) profissional.

Foi a médica Ofélia Monteiro, aliás, numa linguagem que em nenhum momento se pode considerar insultuosa, que opinou sobre o trabalho da jornalista!

A não ser que a AJOC e, em particular, Maria da Luz Neves, sejam contra a liberdade de opinião e expressão, não vemos em que medida o nosso jornal proferiu “insultos públicos” à jornalista.

A jornalista Maria da Luz Neves – querendo - poderia ter publicado no Cabo Verde Direto uma resposta à médica Ofélia Monteiro, mas nunca nos contactou nesse sentido, antes preferindo ir comentando em várias páginas da rede social Facebook o artigo de opinião da clínica (incluindo na nossa página).

Pelo contrário, ao invés de responder com toda a frontalidade à médica Ofélia Monteiro, a jornalista Maria da Luz Neves preferiu esconder-se atrás da AJOC e vir (por processos indiretos) atacar Cabo Verde Direto. Uma atitude, aliás, estranhamente corroborada pela própria presidente da Associação Sindical dos Jornalistas, Carla Lima (sua colega de trabalho na RTC), o que muito lamentamos.

A Direção do Cabo Verde Direto

[9245] - AINDA NÃO HÁ CEMFA...

A Semana
24 Maio 2016
O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, disse esta segunda-feira, que problemas imprevisíveis impediram a nomeação do novo Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas. Entretanto escusou-se a falar sobre esses alegados constrangimentos.

Jorge Carlos Fonseca anunciou, há uma semana, que ia indigitar, por decreto presidencial, o novo Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, cuja proposta foi apresentada pelo Governo de Ulisses Correia e Silva. Entretanto tal não aconteceu “devido a problemas imprevisíveis no processo", segundo o PR.

”Por se tratar de um assunto que requer uma articulação entre o Governo e o Presidente da República, fomos deparados com pequenos problemas imprevisíveis, e espero que muito rapidamente seja selecionado", declarou Jorge Carlos Fonseca escusando-se a entrar em pormenores sobre os alegados problemas que surgiram no processo.

Recorda-se que o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Alberto Fernandes, apresentou a 30 de Abril, último, a sua demissão do cargo que vinha ocupando desde Novembro de 2011, depois do massacre de Monte Tchota, que vitimou onze pessoas — oito militares e três civis, dos quais um nacional e dois espanhóis.

[9244] - CAPACETE DE 40 ÓNE...

Manuel Brito-Semedo
A morna “Doce Guerra”, do compositor Antero Simas (Praia, n. 1952) é uma exaltação da especificidade das ilhas e suas gentes, ao mesmo tempo que é um hino e uma glorificação da identidade cultural do povo de Cabo Verde.

Ai naquel dia di festa
‘M qu’rê colá sanjom na Picos
‘M qu’rê batuco
Na rebera de Julião

Vulcão na praia de Santa Maria
Vale di Paúl na Boavista
Morna de nhô Eugénio
Na nhô San Nicolau.

– Antero Simas

Formula-se a hipótese de que as características das gentes das ilhas são determinadas pelas variáveis históricas, geográficas, económicos e sociais.
Nesse caso, destacam-se a época e o tipo de povoamento, que terão muito a ver com o grau da sua mestiçagem cultural; o relevo ou a orografia do seu espaço ou ilha, se é montanhosa ou plana, interior ou litoral, determinando a sua forma de percepcionar o mundo; e o tipo de actividade económica desenvolvida terá motivado a sua abertura ao exterior, fazendo-a mais ou menos cosmopolita.
Tomemos como exemplo as gentes da ilha de Santiago (ilha maior do arquipélago, povoamento do século XV, cuja economia sempre foi a agricultura de sequeiro) versus as gentes de São Vicente (ilha do Porto Grande, com povoamento de finais do século XVIII, com uma economia girando à volta da baía) e as gentes de Santo Antão (segunda maior ilha, montanhosa, com povoamento do século XVI, tendo como economia principal a agricultura de regadio) versus as gentes do Sal (uma das menores ilhas habitadas, totalmente plana, povoamento do século XIX, cuja economia sempre girou à volta das salinas e do aeroporto e, mais recentemente, do turismo).
Só assim se poderá explicar que em Cabo Verde, ao lado de costumes e hábitos de importação europeia, se encontrem formas sociais, costumes, crenças e processos africanos. Isso advém-lhe da sua mista realidade – a africana e a europeia – com características diversas e cheias de contrastes, que dá ao cabo-verdiano uma identidade própria, visível, por exemplo, nos ritos de passagem.
Desde as sociedades primitivas, determinados momentos na vida de seus membros são marcados por cerimónias especiais, conhecidas como ritos de iniciação ou ritos de passagem, que são celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio da sua comunidade.
Esses ritos de passagem são realizados de diversas formas, dependendo da situação celebrada, que vão de rituais místicos ou religiosos, passando por assinatura de papéis, às praxes. Os mais comuns são os ritos ligados a nascimentos, formaturas, casamentos e morte.
Estas cerimónias, mais do que representarem uma transição particular para o indivíduo, representam igualmente a sua progressiva aceitação e participação na sociedade na qual está inserido, tendo, portanto, tanto o cunho individual quanto o colectivo.
Nos ritos de passagem das meninas, que decorrem de aspectos biológicos, assinala-se a primeira menstruação, que marca a sua passagem da infância para a adolescência e a perda da virgindade, com o tirar dos “três-vinténs”, como sói dizer-se, o seu iniciar na vida adulta. É por demais evidente que isso acontece em ambientes culturais e antropológicos tornando-os específicos de uma dada sociedade e ou comunidade.
Aos 40 anos a mulher tem um novo rito de passagem, que é o da sua transição para a meia-idade. É aqui que bate o ponto.
Há já algum tempo que me intriga não conseguir uma explicação e o significado do costume de as mulheres, sobretudo em São Vicente, “porem capacete”, no sentido real do termo, para celebrar os seus 40 anos. Cheguei, inclusivamente, a ser desafiado a dar esse esclarecimento.
 Encostei-me à Esquina do Tempo e as informações conseguidas dão-nos conta que, por detrás dessa praxe, que já se está a tornar numa tradição, há um estória verdadeira, burlesca e com alguma malandrice pelo meio e “tirada” em cantiga, acontecida com uma menina da Boa Vista.

Para as cabo-verdianas nascidas em 1976



Fidjinha m’nina nova
casá q’ ôme de 80 óne.

Oi, ôme, Nhô Antôn Dóia,
bocê tró-m êss capacete,
capacete de 40 óne.

Bocê tró-m êss capacete,
capacete de 40 óne.

– Cantiga Popular

Nos anos cinquenta, Fidjinha, uma rapariga da Boa Vista a viver em São Vicente, a despeito de ter tido namorado, chega aos 40 anos virgem e casa-se com Nhô Antôn Dóia, um capitão de cabotagem da Boa Vista, homem dos seus 80 anos. A virgindade, o “capacete”, aos 40 anos é caso raro na sociedade cabo-verdiana, que é muito erotizada, mesmo nessa época dos anos de 1950.
No contentamento e na ânsia do casamento, Fidjinha pede ao marido para lhe tirar o “capacete” de 40 anos – Oi, ôme, Nhô Antôn Dóia, / bocê tró-m esse capacete, /capacete de 40 óne. Sabida a estória, isso torna-se motivo de dichote em São Vicente e é posto na bóca de viola, que logo faz sucesso.
Retomando o fio à meada. Colocar na cabeça um capacete pelos 40 anos, um instrumento de poder usado por homens numa determinada época da nossa sociedade, pode ser visto como um símbolo do poder de que a mulher se apropria aos 40 anos legitimando-o como seu, ser dona da sua própria cabeça, da sua própria vontade. Filhos criados, estabilidade financeira, viúvas, divorciadas, casadas ou separadas, sem estarem subjugadas aos pais, irmãos ou maridos, a vida (re)começa aos 40, dizem elas!
Apesar dos entraves impostos pelo poder patriarcal, as mulheres, inteligentes, imaginativas e “empoderadas”, sempre arranjaram uma forma de se organizar e manifestar a sua insubordinação perante a opressão manifestando-se de forma simbólica e subtil.
Explica-se assim, a meu ver, a praxe da colocação do capacete de 40 óne pelo dia de aniversário como sendo um rito de passagem que se pode integrar na interpretação simbólica da apropriação do poder pela mulher.  


Fontes
Eddy Barros RAMOS, Praia, 73 anos, Professora da Escola Técnica do Mindelo, aposentada.
Eutrópio Lima da CRUZ, Praia, 66 anos, Musicólogo, aposentado.
Serapião António OLIVEIRA, Boa Vista, 91 anos, Músico e Compositor, aposentado.
Valdemar PEREIRA, Tours, França, 82 anos, Vice-Cônsul, aposentado.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 755 de 18 de Maio de 2016.

[9243] - ZIKA IMPORTADO DO BRASIL...

A Organização Mundial da Saúde, OMS, confirmou: o tipo do vírus da Zika que está circulando em Cabo Verde, o asiático, é o mesmo presente nas Américas e provavelmente foi importado do Brasil. A sequenciação do vírus foi feita  pelo Instituto Pasteur, em Dacar.

Esta é a primeira vez que a cepa do Zika responsável pelos surtos ligados a desordens neurológicas e microcefalia foi detectada na África.
Preocupação
O director regional da OMS para a África afirmou que as conclusões são "preocupantes porque são provas adicionais de que o surto está se espalhando para além da América do Sul e está à porta da África".
Segundo Matshidiso Moeti, as informações vão ajudar os países africanos a reavaliarem seu risco e adaptarem e aumentarem seu nível de preparação.
Até o dia 8 de maio, mais de 7,5 mil casos suspeitos da doença foram registrados em Cabo Verde. Pelo menos três casos de microcefalia foram reportados no país e um pelo Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, após um bebé ter nascido em um hospital americano.
Até o momento, não há relato de casos da síndrome de Guillain-Barré em Cabo Verde.
Grávidas
A OMS defende que, como primeiro passo, estes países devem aumentar a comunicação às grávidas sobre o risco.
O objectivo é aumentar a conscientização sobre as complicações associadas com o tipo asiático do vírus e promover medidas de protecção para prevenir picadas de mosquito e transmissão sexual.
Além disso, os países devem aumentar a vigilância em relação à transmissão do zika e acompanhar casos de má formação congénita em bebés, como a microcefalia, e também casos da síndrome de Guillain-Barré.
A agência da ONU está  ajudando os países africanos na resposta, detecção precoce e gestão de potenciais complicações associadas ao vírus zika. A resposta está apoiada em investimentos feitos na África Ocidental durante a emergência do ébola. (in Exp. das Ilhas)

segunda-feira, 23 de maio de 2016

[9242] - MIRAGENS...


[9241] - OS JÓVENS CAMPEÕES...


Na fase final, realizada em Baku, no Azerbaijão, os Sub-17 portugueses realizaram 6 jogos, marcaram 15 golos e sofreram 1, num total de 4 vitórias e 2 empates... Venceram, assim, pela 6ª vez o Campeonato da Europa em 7 presenças nas finais...Parece estar na forja uma nova "Geração Dourada"!