Páginas

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

[9734] - JOAQUIM MONTEIRO, PRESIDENCIÁVEL...

Se depender de mim, Joaquim Monteiro será o próximo Presidente de Cabo-Verde...

Joaquim Monteiro tem-me surpreendido...  Ganhou maturidade política, fruto do seu engajamento  nas últimas eleições presidenciais. Com efeito, muitos achavam que Joaquim tinha muita lata em concorrer às eleições de 2012 em pé de igualdade com dois super-candidatos suportados pelos partidos.
Joaquim Monteiro, era visto como um bombo de festa pelo dito irrealismo e utopismo do seu pensamento e das suas propostas.
Mas Joaquim mudou e tornou-se mais realita mais pragmático, ou seja um presidenciável.
A candidatura de Joaquim foi no passado (e tem sido) alvo de chacota por sectores ligadas à elite no poder. 
Todavia lendo as diferentes entrevistas e tomadas de posição sobre temas nacionais, propondo rupturas de um sistema democrático que chegou à exaustão mesmo à nascença, por não ter sido configurado de acordo com a realidade cabo-verdiana, mudei radicalmente a minha oponião sobre o candidato. 
Joaquim é única pessoa que põe o dedo na ferida de um sistema democrático que ninguém percebe.
Não é por conheçer pessoalmente Joaquim. que frequentou a minha casa, tendo eu convivido com ele na emigração durante quase uma década em França, ou por ser da terra dos meus avós, de Coculi, da Ribeira Grande.
Sabia que Joaquim salvara milhares de Cabo-verdianos cercados em Huambo pelas forças da UNITA e em vias de serem liquidados se não fosse a ponte aérea realizada in-extremis com o apoio da Organização das Nações Unidas. Em França, Joaquim Monteiro condenou expressamente o infeliz processo de Reforma Agrária que mergulhou Santo Antão no terror, em 1981.
Joaquim, como candidato, tem levantado inúmeras questões relevantes, votadas ao silêncio pelo candidato actualmente incumbente, ou tratadas com alguma ligeireza pelo outro. Defende, por exemplo o Presidencialismo que é um modelo de governação mais adaptado a uma realidade como Cabo Verde, que deveria migrar para uma Regionalização de tipo federal. Defende o aumento do salário mínimo em Cabo Verde, apesar de utópico, é um idela de justiça social. Defende a revisão da Constituição: “A fórmula é levar o povo a assumir as rédeas governativas do país, sob a forma de referendo. A nossa Constituição terá que ser balizada, terão que ser definidos parâmetros próprios que convirão ao país....Primeiro, a Constituição terá que ser revista, porque não temos um referendo do povo de Cabo Verde. A Constituição cabo-verdiana foi elaborada, ou talvez copiada, de outras Constituições. Não foi referendada pelo povo e a nossa Constituição de futuro e para o futuro terá que ser referendada... Porque, se esta não é a minha Constituição, também não é a Constituição do povo de Cabo Verde.”
Outros defendem com unhas e dentes a constituição como se não fosse um conjunto de ideias escritas por um grupo social no poder.
Portanto se depender de mim Joaquim Monteiro poderá vir ser o próximo Presidente de Cabo-Verde! José Fortes Lopes.

[9733] - REGIONALIZAÇÃO -ACERTAR AGULHAS...


 PONDERAÇÕES SOBRE A REALIDADE POLÍTICA CABO-VERDIANA


     Admito que o facto de não viver em Cabo Verde pode privar-me de um conhecimento suficientemente abalizado sobre a realidade do país, em especial no tocante à actividade político-partidária. De facto, normalmente olho mais para a floresta do que para árvores ou grupos de árvores. Tenho ideologia mas nenhuma preferência por qualquer dos partidos da nossa cena política. Porém, a ideologia que eu interiorizo e cultivo diz-me que num país pobre de recursos como o nosso, o Estado tem de assumir fatalmente um papel de certo relevo na condução da coisa pública. Não um Estado gordo, cheio de regueifas, capturado pelos partidos e empregador tout court de clientela política, mas um Estado que tenha como primazia irrevogável a mais correcta e justa distribuição dos poucos recursos disponíveis e a mais parcimoniosa gestão do aparelho administrativo, de par com uma protecção social minimamente capaz garantida aos mais carenciados.
     Alguém dirá: mas isso configura precisamente um Estado socialista. E reajo: e porque não? Só que esse Estado não teria de se subordinar a estereótipos exteriores ou decalcar experiências alheias, mormente as fracassadas. Esse Estado teria de ser esculpido com as pedras da nossa própria realidade. Tal exige que os partidos em Cabo Verde olhem atentamente para essa realidade em vez de decalcarem os seus programas políticos de modelos que nada têm a ver com o que somos ou podemos. Esse modelo deve inspirar-se na nossa realidade humano-geográfica e não em ideologias de cartilha para todos os gostos. Assim sendo, os diferentes partidos terão de ter o mesmo denominador comum na tessitura da sua ideologia e dos seus programas políticos, e esse denominador comum é precisamente o país real com todas as letras.
     Ora, na nossa terra, penso que o que deverá diferenciar os dois principais partidos será mais o padrão de rigor e seriedade na sua conduta política do que qualquer suposta filiação ideológica estereotipada. Por exemplo, pode o PAICV alegar a imperiosidade de um certo peso do Estado em Cabo Verde, mas não para o conceber inflacionado pelo emprego dado preferencialmente aos seus boys. Outro exemplo, o MpD terá razão quando supõe a necessidade de melhorar o ambiente de negócios, como bastas vezes anunciou, como via para o crescimento económico, mas não para cair na ilusão de que o empresariado privado será capaz de se substituir ao Estado, ainda que parcialmente, no campo da acção social. E que o privado será capaz de grande protagonismo no investimento produtivo.
     O José Lopes tem dito, e eu também, que se impõe uma reconfiguração ideológica dos partidos. Mas quanto a mim será mais para redefinir os parâmetros da sua linha programática e clarificar o seu enunciado de princípios éticos do que para costurar uma nova ideologia, visto que a sua verdadeira inspiração deverá basear-se no primado do serviço público e na noção de que governar Cabo Verde é um acto nobre que preenche por si só um ideal de vida. Não é moralmente aceitável que tenha havido enriquecimentos em Cabo Verde à custa do Estado ou de favores e privilégios concedidos à sua sombra. Aceita-se que haja enriquecimento por intermédio de actividade privada bem-sucedida, mas terá sempre de se perguntar até que ponto será isso possível sem a fruição de privilégios especiais ou comportamentos ilícitos, como a evasão fiscal ou a escassa contribuição social. Há sinais de riqueza em Cabo Verde que chocam face à pobreza de grande parte da população.
     Esta conversa vem a propósito de um companheiro de diálogo não ter concordado com um reparo feito por mim sobre a afirmação da ministra das infra-estruturas, quando disse que Cabo Verde não é só S. Vicente. Admito que ele tenha razão quando refere que o PAICV proferiu também no passado afirmações pouco favoráveis sobre S. Vicente e que a ministra terá apenas cometido uma “gaffe”. Só que esse desabafo da ministra calhou em muito má altura e foi num contexto pós-eleitoral em que se criaram legítimas expectativas sobre a resposta do governo aos problemas de S. Vicente. Esse companheiro também discordou que eu tivesse duvidado das intenções do actual governo sobre a prometida regionalização. Só que temos estranhado o silêncio ou o vagar do governo, mais a mais quando ele foi estranhamente lesto a aprovar o tal Estatuto Especial para a Praia. Há contradições que entram pelos olhos dentro, tanto mais que, coincidência ou não, se vem assistindo a um incremento de movimentos “pró-Praia”, como se os santiaguenses é que têm razões para se queixarem dos desequilíbrios regionais.
     No fundo, a razão da minha desconfiança face ao actual impasse filia-se no facto incontestável de os dois partidos do arco do poder não darem outro sinal senão o de uma afinidade total em torno da hegemonia de Santiago e sua capital. Tanto que, como bem observou esse meu companheiro, o aparente consenso desses dois partidos sobre a solução “ilha-região” não augura nada de bom. Acredito, pois, que é para ficar tudo na mesma, já que não é uma simples alteração nominal, sem uma verdadeira descentralização do poder, que vai tirar as ilhas da sua letargia e doença crónica. Eu até penso que será pior a emenda que o soneto, porque assim eles, os centralistas, se lavam por baixo com o argumento de que, pronto, têm o que queriam e agora façam pela vida. 
     A única alteração de peso e com significado institucional passará pelo modelo região-ilhas, sendo que a Região Noroeste será talvez a única substantivamente armada de potencialidades para derrubar Santiago/Praia da sua perniciosa hegemonia sobre o arquipélago, ameaçando liquidar o futuro do país. Eles temem o êxito desse modelo porque sabem que ele acabaria mais tarde ou mais cedo por implicar, e justamente, ou a transferência da capital do país ou a introdução de um regime de rotatividade, idêntico ao das Canárias.
     Mas, como bem disse o meu interlocutor, os inimigos dessa solução serão porventura, tanto ou mais que os santiaguenses, os barlavenses que se instalaram na Praia e aí venderam a alma ao diabo, abdicando dos seus ideais, traindo as suas origens e comprometendo um futuro mais equilibrado do país e talvez mais esperançoso.
     Quem, como eu, defende uma verdadeira regionalização de Cabo Verde, não o faz por qualquer animosidade insana contra Santiago/Praia, mas apenas pela convicção de que o progresso do país não se compadece mais com o centralismo. E receio que a solução região-ilha poderá não passar de um expediente para manter intacto o centralismo. 

Tomar, 30 de Setembro de 2016

Adriano Miranda Lima

[9732] - REGIONALIZAÇÃO - RETROSPECTIVA...



Fazendo um pouco de justiça e refrescando um pouco a memória, um tanto pré-condicionada:

1- Foi o partido que suporta este governo que, pela 1ª vez, falou de regionalização e, mais, promoveu a consagração na Constituição da República das autarquias supra-municipais;
2- Até porque foi o MpD que ressuscitou os municípios, consagrando-os na Constituição e nas Leis, como poder autónomo e táo legítimo com o poder do Estado;
3- Municípios que o PAIGC-CV, indo muito mais longe do que Salazar, tinha exterminado e substituído por secretariados administrativos, com as câmaras municipais e os presidentes a serem substituídos por delegados do governo e as assembleias municipais por conselhos deliberativos, todos nomeados, directa ou  indirectamente;
4- Foram figuras do MpD, que escreveram os primeiros artigos e fizeram os primeiros discursos pró-regionalização, tendo, por sinal, sido, até, eu que fiz a primeira mobilização pró-regionalização e os primeiros apelos à defesa da Região Autónoma do Noroeste, por minha conta e meu risco, mas como deputado da Nação, por São Vicente, pelo MpD.
5- A posição ou a declaração da ministra Eunice Silva foi uma gaffe ou um erro, que não vincula todo o Governo e, menos ainda, apaga essas verdades.
6- Os primeiros discursos públicos, em defesa da regionalização, feitos por figuras do MpD, incluindo, Carlos Veiga, foram "saudados" pelo presidente do PAICV e, então, primeiro-Ministro, José Maria neves, com insustos e vitupérios, chamando-nos de inimigos da Nação, semadores de discória entre a Nação.
7- Perante os movimentos e os discursos de entidades sanvincentinas, políticas e sociais, José Maria neves tripudiou sobre São Vicente e os sanvincentinos, dizendo, de forma insolente e menospreziva, que São Vicente se tinha transformado no muro das lamentações.
8- Etc., etc., etc.,...
9- É preciso, é honesto, é justo, é aconselhável não esquecer esses factos.
10- E os papalvos e ignorantes, verdadeiros idiotas, cuja estreiteza de vistas e superficialidade umbiguista, estão a ser aproveitada pelos centralistas, declarados ou disfarçados, do MpD, do PAICV e dos sem partido, não são gente de Santiago, são e estão e têm estado em São Vicente, inflados, a polir calçada e a arrotar asneiras, cheios de si e carregados de não me importa.
11- E cegos pelo bairrismo umbiguista, míope e leviano, estão a engolir como pósse ganete o isco, armadilhado, do modelo ilha-região, curiosamente, defendido pelas elites do MpD e, igualmente, pelas do PAICV, quando este partido, no sem remédio, teve que declarar que aceitava o que, em verdade, não aceita, isto é, a regionalização.
12- A questão, seja como for, é mais complexa que qualquer declaração da Eunice Silva ou de outro dirigente ou membro do governo, do MpD, ou do PAICV, mas nesta contas quem ganha, por enquanto, é o MpD, mesmo que contaminado pelas toxinas de alguns vermes ou veneno de alguns répteis.
13- E os reactivos de Santo Antão, alguns, até, furiosos, não são de Santiago, embora sejam aliados importantes e poderosos dos centralistas, de Santiago e não só.
13- É bom e digno não esquecer a história, por sinal, até mais ou menos recente, e criticar, combater, com sentido de justiça, se não, baralhamos tudo e parecemos salvadores da pátria, que não salvam nada.

Mas eu tenho de ficar por cá, porque a minha situação assim me obriga.
Abraço caboverdiano, sanvincentino, noroestino,

António Pascoal dos Santos
Tony de Nha Senhorinha
Filho, neto, bisneto, de gente de Santo Antão
De Chã do Cemitério e Monte Sossego
E de Feijoal Preto;Goa,  Aldeia, Panelinha ...

[9731] - C O N V I T E ...


[9730] - F U T E B O L ...


30.SETEMBRO

TONDELA vs PAÇOS DE FERRIRA - 20H30

01.OUTUBRO

RIO AVE vs ESTORIL - 11H45
CHAVES vs BELENENSES - 16H00
VIT. GUIMARÃES vs SPORTING - 18H15
NACIONAL vs PORTO - 20H30

02.OUTUBRO

VIT. SETUBAL vs MARITIMO - 16H00
BENFICA vs FEIRENSE - 16H00
BOAVISTA vs MOREIRENSE - 18H00
AROUCA vs BRAGA - 20H15

[9729] - ADIVINHEM QUEM LIXOU A CAIXA!...

José Sócrates foi eleito primeiro-ministro em Março de 2005. Três meses e meio depois (Agosto de 2005) correu com o anterior presidente da Caixa Geral Depósitos, que não chegou a aquecer o lugar (Vítor Martins, 10 meses no cargo), e nomeou Armando Vara administrador, com a responsabilidade de gerir as participações financeiras da CGD em várias empresas estratégicas.

Sete meses depois, a comunicação social anunciava que os seus poderes haviam sido “reforçados”. Cito o PÚBLICO de 9 de Março de 2006: “Armando Vara assumiu agora as direcções de particulares e de negócios das regiões de Lisboa e do Sul, assim como a direcção de empresas da zona Sul. Entre as suas competências estão ainda a coordenação das participações financeiras do banco público, EDP (4,78%), PT (4,58%), PT Multimédia (1,27%), BCP (2,11%) e Cimpor (1,55%).”

Vara permaneceu três anos como administrador da Caixa Geral de Depósitos, até sair em 2008 para a vice-presidência do Millenium BCP, com o dobro do salário, o sucesso que se conhece e um pedido de licença sem vencimento para poder continuar nos quadros da Caixa. 

Ainda em representação da CGD, Vara foi administrador não-executivo da PT, desempenhando um papel decisivo na oposição à OPA da Sonae em 2006, devido aos poderes mágicos da golden share. Justiça lhe seja feita: não se pode dizer que a CGD tenha sido um tacho para Armando Vara. 

Foi muito pior do que isso: a Caixa transformou-se num imenso caldeirão onde os mais variados interesses se foram servir, cabendo a Vara decidir quem enchia a gamela. (Ouvido no âmbito da Operação Marquês a propósito do empreendimento de Vale do Lobo, Armando Vara recusou tal ideia, tendo declarado que estas decisões nunca eram aprovadas por uma só pessoa, mas por um colectivo da CGD.)

.E que gamelas encheu a Caixa nos últimos anos?O Correio da Manhã teve acesso a uma auditoria recente e revelou a lista dos maiores credores do banco. A lista está ordenada por exposição ao risco de crédito, mas eu prefiro ordená-la pelas imparidades já registadas – e aí o cenário é simultaneamente desolador e esclarecedor. 

No topo da lista está o grupo Artlant, que tencionava construir em Sines um daqueles megaprojectos PIN pelos quais o engenheiro Sócrates se pelava: uma “unidade industrial de escala mundial” para a produção de 700.000 toneladas/ano de um componente do poliéster, que levaria à “consolidação do cluster petroquímico da região de Sines”, segundo um comunicado do Conselho de Ministros de Junho de 2007. 

José Sócrates chegou a lançar a primeira pedra em Março de 2008 e agora cabe-nos a nós apanhar os calhaus: 476 milhões de dívida, 214 milhões em imparidades.

Em segundo lugar (imparidades: 181 milhões; exposição: 271 milhões) estão as Auto-estradas Douro Litoral. São 79 quilómetros adjudicados em Dezembro de 2007 e cada milímetro de alcatrão deve hoje três euros e meio à CGD – ou seja, a mim e a si, caro leitor. 

Em terceiro vem o famoso empreendimento de Vale do Lobo, o tal com o qual o Ministério Público está a tentar agarrar José Sócrates, e que tem uma astronómica dívida de 283 milhões (imparidades: 138 milhões). 

Segue-se um grupo imobiliário espanhol que não conheço (Reyal Urbis), mas que fiquei com muita vontade de conhecer, e dois nossos velhos conhecidos: o grupo Espírito Santo e o grupo Lena,todos com dívidas acima dos 200 milhões. 

Digam-me: com uma lista destas, alguém se espanta por a Caixa esteja a precisar de quatro mil milhões? Eu não.




quinta-feira, 29 de setembro de 2016

[9728] - ANIMA-SE A CORRIDA PARA O PLATEAU...


Por
Gonçalo Amarante

Prof. Joaquim Jaime Monteiro 
Homem humilde, sério e de coragem – o Candidato do Povo à Presidência!


Como diz o Livro dos Provérbios, «tudo tem o seu tempo».

Posto que, em Cabo Verde, se silencia tudo o que não vem dos partidos políticos ou dos seus maiorais, verdade abafada, mas apreciada pela Comunidade Internacional, foi a elevadíssima importância da Candidatura do Prof. Joaquim Jaime Monteiro nas Presidenciais de 2011, em Cabo Verde:

Provou que, numa terra pobre como Cabo Verde, os escassos recursos do Estado não devem ser esbanjados nas eleições presidenciais;

Provou que é incorrecto, suspeitoso e condenável qualquer Candidato fazer campanhas milionárias, com recursos de origem suspeita e censurável;

Provou que, para um cargo tão alto e tão exigente em isenção, independência e lisura moral, como o cargo de Presidente da República, não deve ser escolhido, em Cabo Verde, qualquer candidato cuja campanha evidencie recebimento de favores que têm de ser pagos ou compensados pelo eleito, à custa do Povo e da República;

Provou que, em Cabo Verde, o sistema marginaliza e ostraciza os homens de valor, repúblicos e aptos para contribuírem para a melhoria da vida do Povo.

Nada dos homens é eterno. 
Cada dia está a tornar mais palpável e mais visível o crescente desencanto do POVO para com os partidos políticos e para com os políticos, aqueles e estes com crédito em queda livre, se não nas ruas da amargura.

Evidenciam este desencanto a abstenção, crescente de Eleições para Eleições, com números alarmantes nas Eleições de 20/Março e de 04/Setembro; a margem cada vez maior de votos conseguida pelos Independentes em detrimento dos principais partidos políticos e até barrando o nascimento de novos partidos e o crescimento dos pequenos partidos, mesmo quando inteligente e corajosamente liderados (a ponto de legitimar a pergunta se esses novos e pequenos partidos não teriam mais votos como Independentes).

Desencanto que já não era sem tempo, pelo que um e outro partido e seus dirigentes, de cada vez que tomam as cadeiras do poder, têm feito para esquecer, prejudicar, “desencantar” o Povo.

Mais um sinal de que este desencanto é real foi a estratégia (vencedora) do Dr. Ulisses Correia e Silva de que seu “partido é Cabo Verde”, o que prova que soube ver a tempo e tirar proveito do desencanto do Povo com os partidos: apostou no homem e no compromisso do homem para com o Povo de Cabo Verde. Nas Autárquicas, mais uma vez, foi a mesma estratégia do “homem” a credenciar e a reforçar outros homens, que eram os candidatos às câmaras municipais.

Passou o tempo em que o Povo se encarneirava atrás de um partido ou de simpatia partidária.
Nesta necessária e saudável evolução política, o Povo procura ver o mérito real do homem a quem dá o seu voto.

Esse mérito real, tem-no o Candidato Joaquim Jaime Monteiro de sobra para se colocar à frente dos ilustres concorrentes, pelo que Joaquim Jaime Monteiro tem feito para o Povo de Cabo Verde, mas que a sua humildade e a sua modéstia o impedem de dizer.

Afirmo de modo bem claro que, se o POVO é JUSTO, o elevado merecimento de Joaquim Jaime Monteiro o coloca à frente de todos os outros ilustres Candidatos.

Encontrava-me a trabalhar em Angola, quando surgiram os terríveis e sanguinários confrontos armados que desembocaram na guerra civil. 
Nós, os Cabo-verdianos então em Angola, fomos apanhados na perigosa ratoeira de sermos tomados, por cada força angolana em confronto, como possíveis aliados dos seus adversários.

Nos começos de 1975, os Cabo-verdianos de Huambo foram cercados e estavam em vias de serem chacinados, quando a Organização das Nações Unidas, ONU, providenciou voos (civis) de emergência, para evacuarem os Cabo-verdianos cercados em Huambo e em vias de serem liquidados.

O clima e furor de guerra era tão grande e tão intenso, que, chegados a Luanda, os aviadores ao serviço humanitário da ONU mostraram os perigos que tornavam impossível os voos sem escolta de aviões militares (caças a jacto), que dessem apoio e cobertura aos voos civis contra armas antiaéreas.

Apertados estavam os nossos corações perante a iminência de, nas poucas horas que faltavam, e em que os aviadores não podiam fazer os voos de socorro a Huambo, os nossos irmãos e irmãs, Cabo-verdianas e Cabo-verdianos serem dizimados.

Foi nessa hora de total desespero que, em Luanda, o Prof. Joaquim Jaime Monteiro, na sua coragem e no seu AMOR ao POVO DE CABO VERDE e a CABO VERDE, procurou os Aviadores ao serviço da ONU e, com os seus conhecimentos militares, os convenceu a fazerem os voos, disponibilizando-se ele para, no cockpit, os acompanhar e aconselhar sobre a segurança dos voos.

Chegados a Huambo, esperava-o o duríssimo e quase impossível problema de convencer as hordas armadas que tinham cercado, encurralado e estavam em vias de chacinarem os Cabo-verdianos, porque, alegavam, os Cabo-verdianos de Luanda tinham tomado posição contra eles.

Com a sua invulgar coragem e aquela sua serena presença de espírito (qual o do Santo Padre Leão I para demover Átila), Joaquim Jaime Monteiro conseguiu convencer as hordas armadas a libertarem e a deixarem partir os Cabo-verdianos para Luanda, de onde puderam regressar sãos e salvos para Cabo Verde, graças à coragem, ao valor e sobretudo ao Patriotismo e ao rasgado Amor de Joaquim Jaime Monteiro à sua terra e ao seu POVO DE CABO VERDE.

Nessa altura, a tremenda situação no Huambo e em toda a Angola e o apertado dramatismo das circunstâncias não permitiam e não me permitiram dar um FORTE ABRAÇO ao GRANDE CABO-VERDEANO DE SEMPRE que é JOAQUIM JAIME MONTEIRO!

Em 2011, problemas difíceis de saúde na minha família não me permitiram fazer este artigo de gratidão e de apoio.

Agora vejo que «DEUS escreve direito por linhas tortas», porque agora é o tempo certo, pois, como diz o Livro de Provérbios «tudo tem o seu tempo»: O tempo em que, desencantado com partidos e com políticos, o POVO de CABO VERDE procura votar no HOMEM QUE MERECE.

Os Candidatos são ilustres.
Mas Justiça seja feita, Cabo-verdianas e Cabo-verdianos, nesta hora da Verdade, há algum Candidato que mereça passar à frente de Joaquim Jaime Monteiro? …
– Salvo o devido respeito, perante DEUS e perante os homens, NENHUM!




[9727] - DO BRASIL, COM INTELIGÊNCIA...

ESTE JUÍZ fazia cá falta para julgar o caso da aluna que até bateu na professora, pelo mesmo motivo,,,.A nossa SIC, e outras TVs...nem uma palavra!!!

O QUE SE SEGUE NÃO ACONTECEU EM PORTUGAL
Mas serve como exemplo...
O ALUNO QUE PROCESSOU O PROFESSOR POR ESTE LHE TER APREENDIDO O TELEMÓVEL NA SALA DE AULA PERDE A CAUSA EM TRIBUNAL!!!


O juiz Eliezer Siqueira de Sousa Junior, da 1ª Vara Cível e Criminal de Tobias Barreto, no interior do Sergipe, Brasil, julgou improcedente um pedido de indemnização que um aluno pleiteava contra o professor que lhe tirou o telemóvel na sala de aula.
De acordo com os autos, o educador tomou o telemóvel do aluno, pois este estava a ouvir música com os fones de ouvido durante a aula.
O estudante foi representado por sua mãe, que exigia  reparação por danos morais diante do "sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional". Na negativa, o juiz afirmou que "o professor é o indivíduo vocacionado para tirar outro indivíduo das trevas da ignorância, da escuridão, para as luzes do conhecimento, dignificando-o como pessoa que pensa e existe”. O magistrado solidarizou-se com o professor e disse que "ensinar era um sacerdócio e uma recompensa. Hoje, parece um carma".
O juiz Eliezer Siqueira ainda considerou que o aluno violou uma norma do Conselho Municipal de Educação, que impede a utilização de telemóveis durante o horário escolar, além de desobedecer, reiteradamente, às instruções do professor. Ainda considerou não ter havido abalo moral, já que o estudante não utiliza o telemóvel para trabalhar, estudar ou qualquer outra actividade edificante.
E declarou: "Julgar procedente esta demanda, é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os reality shows, a ostentação, o ‘bullying intelectual', o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectualmente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”.
Por fim, o juiz ainda faz uma homenagem ao professor. "No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro HERÓI NACIONAL, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor."

ISTO DEVERIA SER LIDO POR TODOS OS POLÍTICOS, MAGISTRADOS, PROFESSORES, ALUNOS MAL COMPORTADOS E RESPECTIVOS PAPÁS...

(Pesquisa de Adriano M. Lima)

[9726] - AS IDEOLOGIAS EM DÉFICE...



DA IDEOLOGIA E OUTRA ORDEM DE PRINCÍPIOS

     As ideologias podem definir-se grosso modo como sistemas de pensamento abstracto concebidos para interpretar a realidade social e encontrar soluções para os problemas das comunidades humanas. Os partidos políticos organizam-se em função de uma ideologia, que, em princípio, deverá pautar a sua concepção sobre a sociedade e a governação da coisa pública.
     Mas, nos tempos que correm, há quem pense que a ideologia está a ser substituída por ideias feitas produzidas por uma determinada corrente da economia. Ou seja, por uma visão monolítica veiculada por uma globalização de cariz neoliberal, pouco aberta a encarar variantes de pensamento racional no seu seio. É certo que todo o sistema económico é legítimo detentor de uma ideologia, mas o problema é quando ele se julga inatacável nas suas razões, nos seus propósitos e nos seus fins. Em boa verdade, esse monolitismo, salvaguardadas as diferenças, tende a ser do mesmo jaez do que caracterizava a ideologia marxista-leninista, que se subordina rigidamente às relações de dominação entre as classes sociais, pouca margem de maleabilidade consentindo na sua dialéctica.
    Estando a ideologia marxista-leninista aparentemente na mó de baixo, a palavra de ordem vem agora de uma ideologia de sentido contrário, e de coloração única, em que o credo do mercado sob a égide do capitalismo liberal mais ortodoxo se impõe em toda a linha condicionando a vida dos povos.
     E qual é o resultado desta evidência? Desde logo, uma vez induzida uma única visão da realidade, a Ideologia, na sua pluralidade, deixa de catalisar a discussão e o confronto político, ficando assim coarctada a liberdade de pensar, criar e inovar. E a democracia é praticamente assassinada porque só um livre escrutínio eleitoral pode ditar a escolha maioritária da ideologia vencedora ou dos acordos políticos gerados pelo confronto de pensamentos diferentes ou opostos. Só nessa condição a Ideologia é trave mestra na definição dos parâmetros orientadores das soluções governativas. Ora, se falece essa possibilidade, ou se estiola a virtude que lhe está subjacente, cai-se na alienação e na consagração de um pensamento único, via aberta para a autocracia. 
     De facto, a ausência da discussão e do confronto de visões distintas abre caminho para a aridez mental que propicia a manipulação de consciências. Por trás, instalam-se então de pedra e cal poderes invisíveis que se obstinam nos seus processos e nos fins a atingir. No nosso país como em outros mais, os instrumentos dilectos da sua estratégia de manipulação são órgãos de comunicação e políticos domesticados e desprovidos de ideologia.
     Sim, políticos domesticados e desprovidos de ideologia, disse eu. Infelizmente, é o que mais abunda nas pseudo democracias da actualidade. Políticos que nunca se sentiram tocados por um lampejo do ideal de servir a comunidade e que apenas ingressaram numa formação partidária para assegurar um modo de vida cómodo que nunca almejariam mercê das suas capacidades profissionais e competindo no mundo do trabalho. 
     Muitos deles se diziam da extrema-esquerda na sua juventude para mais tarde se metamorfosearem hipocritamente em sociais-democratas ou liberais, como ilustram vários exemplos. Mas em todos os casos sem um verdadeiro substrato ideológico enraizado no seu espírito. São dos tais que mudam de partido como quem muda de casaca ou que abdicam de cargos políticos para que foram eleitos mal vejam o aceno de um lugar privilegiado numa superestrutura supranacional ou a oferta de um cargo bem estipendiado no tal mercado que hoje manipula e tutela as nossas vidas. De resto, para eles o cargo político é apenas um trampolim para outros voos. Sem ideologia propriamente dita na ossatura do seu pensamento ou nas fímbrias da sua consciência, desconhecem o significado da palavra Ética e espezinham a palavra Moral se algo de incómodo surge no trajecto das suas conveniências pessoais.
     A União Europeia foi outrora um paradigma de valores e princípios que outros povos gostariam de emular. Hoje, o seu destino parece estar nas mãos de gente sem ideias, pouco escrupulosa e de escassas virtudes.
     

Tomar, 23 de Setembro de 2016
Adriano Miranda Lima





quarta-feira, 28 de setembro de 2016

[9725] - CORRIDA VICIADA...


Esta madame a quem parece haver algo que lhe cheira mal, chama-se Kristalina Georgieva e é uma dos vice-presidentes da U.E. que, subitamente, parece querer entrar numa corrida que já vai na QUINTA ETAPA, como se os restantes concorrentes fossem meros verbos de encher, marionetas de uma pantominice qualquer em que Angela Merkel continua a pensar que basta ela estalar os dedos para todo o mundo se por de joelhos, ela que se apresenta como madrinha desta bulgar, desculpem, desta búlgara cujo rictus facial deve denunciar o pivete da sua própria falta de estatura moral...
Não me parece que esta atitude da "pequenina" fura-bichas a recomende para o lugar que agora pretende disputar, como quem, subitamente, sente o irreprimivel desejo de um chá com torradas - o de Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas...

[9724] - ~ESS' QU' É NHA TERRA...

Foto Jailson Coelho - Ribeira de Calhau - S.Vicente

[9723] - CHUVA GROSSA...


A ilha de S.Vicente acaba de ser bafejada com uma das maiores precipitações dos últimos anos, da ordem dos 300 milímetros por metro quadrado,, o que terá levado a que algumas ruas se tenham visto, subitamente, transformadas em rios caudalosos... Relata-se que todos os poços, alguns dos quais se encontravam secos há cerca de quatro anos, apresentam já para cima de 15 metros de água o que abre novas perspectivas às culturas de regadio...
Por outro lado,  e atentando-se na cor das águas que, em torrente, descem para a costa, é penoso verificar que, por falta de obras para retenção dos caudais pluviométricos, toneladas de solo arável continuam a ser arrastadas para o mar que cerca a ilha reduzindo, assim, a sua capacidade produtiva, enquanto na ilha de S.Tiago se despenderam milhões na construção de barragens...Aliás, até parece que, uma delas, em vez de reter, sorve a água para as entranhas da terra, numa demonstração grotesca de uma política de autêntico esbanjamento do herário público subsidiado pela ajuda externa...
Assim, enquanto na Praia se delapida o orçamento, em S.Vcente deixa-se que escorram para o mar milhões de metros cúbicos de água que, no seu percurso sem obstáculos vão dissolvendo e arrastando consigo a pouca terra fértil que a erosão dos séculos e o esforço humano conseguiram extraír das entranhas vulcânicas da ilha mártir...

[9722] - ESTATISTICA...

 

Parece que as férias foram benéficas tendo provocado um aumento significativo da curiosidade dos viajantes da Net, no que concerne à frequência e volume das visitas a este Blogue...
Efectivamente, desde o dia 30 de Agosto que as visualizações se mantêm acima das 400 por dia, tendo ultrapassado as 500, dez vezes, as 600, quatro vezes e as 700, três vezes... O mínimo (402) registou-se no dia 2/9 e o máximo (726) no dia 17/9... Mas, se ao nível das visitas "mudas" houve progressos, no que concerne a comentários expressos, tudo na mesma: os escassos comentários continuam a ser produzidos por um restrito grupo de amigos que, por feliz acaso, se conhecem pessoalmente entre si, mau grado residam, cada um, numa área geográfica diferente, entre Almada, Tomar, Queluz, Aveiro, Mindelo, Tours, Paris...Poucos, mas muito bons!

terça-feira, 27 de setembro de 2016

[9721] - ANTROPOLOGIA CULTURAL...


Diâmetro 1,8 cm

O AMULETO DOS TRÊS VINTÉNS...
.
Pela primeira vez, em Portugal, no reinado de D. Pedro II, se cunhou a moeda de três vinténs, de prata. E foi sendo cunhada até ao fim do reinado de D. Miguel que terminou em 1834 pela convenção de Évora-Monte. Nos reinados seguintes desapareceu esta simpática moedinha, embora continuassem em circulação as anteriormente cunhadas.
Esta moeda de prata, pequenina, tem, para os estudiosos da antropologia cultural, um encanto especial. É que a ela anda ligada uma tradição de séculos e uma expressão linguística corrente ainda hoje, embora com significado bem específico que todos conhecemos: aquela já não tem os três vinténs; ou já lhe tiraram os três vinténs.
Mas, vamos à história: antigamente, as mães que podiam ofertavam às suas filhas, às vezes logo no dia do nascimento, uma moedinha de prata, de três vinténs, ou seja de 60 réis a que faziam um furinho por onde passavam um fio que permitia dependurá-la ao pescoço da menina. Funcionava como amuleto para salvaguardar a pureza e a virgindade daquela jovem que durante toda a  vida o usava com orgulho.
Só com o casamento ela entregava a moedinha ao marido, ou este, orgulhoso, lha tirava do pescoço para a guardar religiosamente. Podia então a sociedade afirmar com verdade que ela já não tinha os três vinténs porque os deu ou o marido lhos tirou. Estava, pois, casada, não era mais uma menina virgem.
A peça deste mês é uma dessas moedinhas, cunhada no reinado de D. José I, em data não assinalada na cunhagem: três vinténs de prata. A marca caraterística destas moedas, como se disse, era o furinho por onde passava o fio que havia de as suspender. Todavia, a peça que hoje vos trazemos tem dois furos, não alinhados, o que, muito provavelmente, significa ter servido duas vezes: à mãe e à filha, à avó e à neta... Talvez que uma importante superstição aconselhasse que o mesmo furo não devesse servir duas vezes.
Bonito, a nosso ver, é o estudo da cultura tradicional e popular dos portugueses; e esta peça e esta história e tudo o mais que gira à sua volta, parecem-nos encantadores.

ASSOPS-Associação de Passos de Silgueiros * Rua Dr. José Assunção, 113, Passos de Silgueiros 3500-541 SILGUEIROS * Telefone: 232 952 001 * www.assops.pt * museudesilgueiros@gmail.com

[9720] - MIGINGO - UMA ILHA ÚNICA!...







Pesquisa de Adriano M. Lima

[9719] - A BRINCAR, A BRINCAR...


[9718] - A QUIMERA DO TERMINAL DE CRUZEIROS...

Terminal de Cruzeiros de Ponta Delgada - S. Miguel - Açôres

 " Faltam 3 dias para o fim de Setembro, data limite para o Governo utilizar os 10 milhões dólares doados pela Holanda a Cabo Verde, a fundo perdido, se não conseguirem mobilizar os outros 18 milhões dólares que faltam para o Terminal de Cruzeiros... Até hoje, nem um pio mas, no noticiário das 13.00 horas, de ontém, o ministro da cultura anunciava 20 mil contos para a Cidade Velha destinados à recuperação da Sé Catedral. "
(E. Monteiro)



[9717] - REGIONALIZAÇÃO VERSUS CENTRALISMO...

Como está concebida e congeminada, de um lado, por centralistas e ilusionistas, declarados e disfarçados, dos dois maiores partidos, e do outro, por idiotas, papalvos,  míopes, vulgares bairristas, e umbiguistas, cheios de si e carregados de não me importa, não vai resultar, pelo menos, para algumas ilhas, como São Vicente, Boa Vista, Maio, Brava, São Nicolau. E para as ilhas com 3 ou mais concelhos também não vai resultar em nada de bom, antes, vai complicar, baralhar s situação.
Entretanto, a Praia poderá ter estatuto especial - que poderá não ser apenas administrativo, ao contrário do previsto na Constituição da República, estatuto especial, que voltarão a tentar que não seja apenas para a Cidade da Praia, por ser capital do país, como previsto na Constituição, mas para todo o Município da Praia.
As elites políticas e administrativas de Santo Antão, na sua esmagadora maioria, salvo raras excepções, vão continuar a trair e a sacanear São Vicente, enquanto os idiotas e atrasados mentais, que tomaram conta de São Vicente, vão continuar a gritar: ilha-região, ilha-região.
É preciso estudar muito melhor a questão, ver outras experiências no mundo, de países insulares e não insulares ou mistos, continentais e insulares, combater o oportunismo, o eleitoralismo, afastar do processo em São Vicente os idiotas pomposos, vulgares ociosos e polidores de calçada politiqueiros, e defender a revisão da Constituição, em tempo oportuno e adequados - que já foi revista por muito menos - e continuar a defender soluções variadas, com estatutos variados, para diversas regiões político-administrativas, umas com estatutos uniformes, outras com estatutos, mais ou menos, diferenciados, e ... sempre ... a Região Autónoma do Noroeste (Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Santa Luzia e Ilhéus Adjacentes, sem a estupidez bairrista e umbiguista de começarmos, logo, no início, a gritar, que a capital da região autónoma tem de ser em São Vicente, porque não tem ser em São Vicente, nem tem de ser numa das outras ilhas dessa região, natural, político-legislativa, com governo regional e parlamento regional, á semelhança dos Açores, da Madeira, das Canárias, etc. 
A presidência do governo regional seria rotativa, como em canárias, por exemplo, pelo que o argumento de quem manda mais fica logo esvaziado, à partida ... Mas aqui estou eu já a estender-me demasiado, nesta madrugada, em que tenho ainda várias coisas a fazer ...e com tantas e tamanhas dificuldades de sobreviver, honestamente e sim tmá bençom ne catchorre, de nenhuma cor política, gerindo, insatisfeito e sufocado, mas com dignidade e "eterna" rebeldia, o ostracismo político em que foi colocado, após a minha eliminação do cenário político-institucional, agravado pela minha intencional asfixia profissional-financeira, precisamente, pro eu defender, desde 2008, opor minha conta e risco e usando da minha situação de Deputado da Nação, eleito por São Vicente e descendente e muito ligado a Santo Antão, certas soluções, entre elas, a regionalização administrativa diferenciada, a reestruturação dos municípios, a a deslocalização de alguns ministérios e, sempre, a Região Autónoma do Noroeste.
Bom novo dia, que começa em Cabo Verde, no Centro e nas Periferias de diversos graus, nas quais se inclui Santo Antão, que não se salvará sozinha, muito ao contrário do que pensam os seus caciques e a a maioria dos seus maiorais, - passe a cacofonia - mais ou menos reactivos e feudais
Caboverdianamente, 
Sanvincentinamente,
Noroestinamente,
António Pascoal Silva dos Santos
(Silva e dos Santos de Santo Antão, com raízes parciais e também ramificações noutras ilhas). assim como Monteiro, Rodrigues, Bahia, Dias, Ramos, Tomás Helena, Pires, Lima,Coutinho, Andrade, e outros ramos, todos provenientes de Santo Antão, pelo menos, até ao nível dos bisavós, e que, naturalmente, não aparecem no meu nome, nos nossos nomes).

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

[9716] - NOVO CAMPUS DA NOVA...





A Escola de Economia da Universidade Nova de Lisboa deverá mudar-se para Carcavelos quando estiverem concluídas as obras do novo Campus.
Será a primeira Universidade Pública portuguesa construída com fundos privados.
O moderno complexo terá capacidade para acolher 3.350 utilizadores (dos quais 3.100 serão alunos). O novo Campus vai dividir-se em dois espaços estruturantes - a zona exterior, com jardins e rampas na direcção do mar, e a galeria interior - a partir dos quais se organizam os auditórios, anfiteatros e salas de aulas, a biblioteca, os serviços administrativos, as áreas de estudo a funcionar 24 horas por dia, o restaurante e as áreas desportivas (ginásio, surf house e campos de jogos).
No total, o projecto ocupa uma área de 27 mil metros quadrados, num terreno de 84 mil metros quadrados, cedido pela Câmara de Cascais na sequência de um longo processo de expropriação. Os edifícios terão no máximo três pisos acima do solo e a altura máxima das fachadas é de 15 metros. Além de um parque de estacionamento com capacidade para 541 veículos, em cave, haverá 25 áreas de parqueamento no exterior. O projecto, da autoria dos arquitectos Vítor Carvalho Araújo e António Barreiros Ferreira, inclui ainda uma residência com 123 quartos para estudantes. Mediante um acordo com a Fundação Inatel, os alunos poderão também ficar alojados na unidade de Oeiras.
in Publico (Marisa Soares)

[9715] - GUTERRES - QUINTA VITÓRIA...

Reuters/Mike Segar

ANTÓNIO GUTERRES VENCE A 5ª
VOTAÇÃO NO CONSELHO DE
SEGURANÇA DA ONU...
12 VOTOS DE ENCORAJAMENTO
1 VOTO SEM OPINIÃO
2 VOTOS CONTRA
A PRÓXIMA AUDIÇÃO TERÁ LUGAR
NA PRIMEIRA SEMANA DE OUTUBRO.

[9714] - ONU - GUTERRES PERTO DA META...




GUTERRES NA RECTA FINAL...
DENTRO DE  MOMENTOS, OS RESULTADOS
DA QUINTA AUDIÊNCIA NO
CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU.

[9713] - MAGISTER VERSUS MINISTER...

COGITO ERGO SUM...
Viva o Latim!
Como se verificará explica-nos muita coisa...
O vocábulo"maestro" vem do latim "magister" e este, por sua vez, do advérbio "magis" que significa "mais" ou "mais que".
Na antiga Roma o "magister" era o que estava acima dos restantes, pelos seus conhecimentos e habilitações!
Por exemplo um "Magister equitum" era um Chefe de cavalaria, e um "Magister Militum" era um Chefe Militar.
Já o vocábulo "ministro" vem do latim "minister" e este, por sua vez, do advérbio "minus" que significa "menos" ou "menos que".
Na antiga Roma o "minister" era o servente ou o subordinado que apenas tinha habilidades ou era jeitoso.
*COMO SE VÊ, O LATIM EXPLICA A RAZÃO POR QUE QUALQUER IDIOTA PODE SER MINISTRO ... MAS NEM TODO O MORTAL PODE SER MAESTRO !*

(Sugerido por Valdemar Pereira)



domingo, 25 de setembro de 2016

[9712] - EFEMÉRIDES NACIONAIS..



José Fortes Lopes
Em 2016 e 2017 comemoram-se dois marcos importantes da História de Cabo Verde: o Centenário do Ensino Liceal Oficial graças ao empenho do Senador Vera-Cruz e os 90 da sua electrificação, da iniciativa de Pedro Bonucci e João Leça.
São dois marcos importantes que fazem transitar o arquipélago do obscurantismo à modernidade. Este era um arquipélago que poderia estar condenado a afundar-se no meio do oceano desde que perdeu todo o seu interesses estratégico com a perda do imperio português da Ásia e do Brasil e o fim do comércio triangular associado ao comercio de escravos entre África e a América.
Mas no início do do século XIX reaviva-se o interesse pelo arquipélago dada a sua posição estratégica no Atlântico. O aliado Britânico entra em negociação com Portugal para a sua cedência para o apoio à sua frota comercial e miltar que cruzava os oceanos em apoio ao seu vasto império. Este escolhem o Porto Grande de S. Vicente, uma ilha quase deserta, para estabelecer a sua base. Surge de raiz uma cidade planeada a régua e esquadro com caracterísiticas bem vincadas cuas implicações todos conhecemos. Os depósitos de carvão depressa dão lugar a um fervilhar de actividades impulsionadas pelos britânicos. Instalam-se inglêses, portugueses e, é claro, um grande número de cabo-verdianos de todo o arquipélago que vão criar nesta ilha um novo cabo Verde, o paradigma da modernidade, do cosmopolitismo e do progresso. 
Juntam-se a esta aventura judeus do Norte de África, italianos etc. Nesta ilha dá-se o fervilhar de iniciativas com empresas britânicas inglêsas instaladas em sectores estratégicos, com portugueses e cabo-verdianos a ocuparem da administração e de actividades comerciais. Surgem vários 'herois' em todos os sectores e um deles é Pedro Bonucci, filho de italianos residentes na ilha, que tem uma ideia com João Leça, electrificar a cidade do Mindelo, abolindo a iluminação pública vigente em Cabo Verde, o sistema Kitson. Esta ideia pegou a cidade passou da escuridão para a claridade nocturna e começou a idade Moderna no arquipélago. Bom hoje quase 200 anos do início desta aventura tudo parece mentira. Os mindelenses que julgam que esta ilha/cidade sempre existiu como ela se apresenta hoje ( muitos andam a desmantelar a cidade património, a sua memória e a pisar o seu passado) nem imaginam o esforço, o suor e o investimento humano e financeiro que isto tudo deu para que gerações futuras vivessem num meio com um nível de qualidade urbana comparável a qualquer meio civilizado.

[9711] - "FIAT LUX"...


90 ANOS DE HISTÓRIA 

É já no dia 8 de Outubro que se vai realizar em Lisboa um encontro, tendo como um dos objectivos, a evocação dos 90 anos da electrificação da cidade do Mindelo, bem como uma homenagem à figura de Pedro Bonucci, que juntamente com João Leça tomaram em ombros essa grande tarefa. 
Foi há mais de um século, numa sessão da Câmara Municipal presidida por Júlio Augusto Alves da Veiga, realizada algures na primeira metade de 1914 que surgiu a ideia de se substituir a iluminação pública vigente, do sistema Kitson, por uma rede eléctrica.
Em 1922, a Comissão Municipal em face do crescimento da cidade, decidiu então abrir um concurso público para o exclusivo de iluminação pública e particular, mas foi só cerca de 3 anos depois, isto é, em 6 de Agosto de 1925 que finalmente se começou a concretizar essa ideia, com a elaboração de um contrato entre a Comissão Municipal e os cidadãos Pedro Bonucci e João Rocheteau Leça, para a iluminação pública da cidadedo Mindelo.
Pedro Bonucci e João Leça , dois filhos de Mindelo, decidiram então levar a cabo essa grande tarefa, que viria a tornar-se realidade, um ano depois, em 1926.
Passam assim 90 anos, de uma data que ficará para a história da cidade, como um marco importante, que assinalou a passsgem para a era da modernidade. Um feito, e uma data que devia já ter tido o devido destaque e reconhecimento por parte da própria Camâra Municipal do Mindelo, como também da própria Electra.

Lucy Bonucci

[9710] - O INSUBSTITUÍVEL JORNAL...



 Jornal impresso em papel, como sempre o conhecemos, realmente não poderá nunca ser substituído pela internet.

A seguir, alguns dos importantes usos do jornal:

>Uso doméstico:
>Cobrir bananas ou abacate para amadurecer.
>Recolher lixo.
>Limpar vidros.
>Dobradinho, serve para alinhar os pés da mesa.
>Embrulhar louças numa mudança.
>Recolher a caca do cachorro.
>Forrar a gaiola do passarinho.
>Cobrir os móveis e o chão antes de pintar a casa.
>Evitar que entre água por baixo da porta.
>Proteger o chão da garagem quando o carro está a pingar óleo.
>Embrulhar o tacho do arroz para o manter quente.
>Fazer palmilhas para os sapatos para os dias frios e chuvosos.
>Matar moscas, baratas e demais insectos.
>Na época da crise económica, usá-lo como papel higiénico, mesmo que seja um pouco duro.
>Uso educativo:
>Bater no focinho do cão quando faz xixi dentro de casa.
>Fazer barquinhos de papel.
>Arrancar um pedacinho em branco para anotar um número de telefone.
>Usos comerciais:
>Alargar os sapatos.
>Encher carteiras de senhora para conservar a forma.
>Embrulhar peixes.
>Embrulhar pregos na loja de produtos para construção.
>Fazer um chapeuzinho para o pintor.
>Cortar moldes para o alfaiate ou para a costureira.
>Embrulhar quadros.
>Embrulhar flores.
>Uso festivo:
>Acender a churrasqueira ou a lareira.
>Rechear a caixa do presente-surpresa.
>Outros Usos:
>Fazer bolinhas para atirar aos companheiros de classe.
>Fazer uma capinha para o machado ou foice.
>Nos filmes, para os bandidos esconderem o revólver.
>Para te esconderes atrás dele quando não queres que te vejam.
>Ah, ... e por último: para ler as notícias !
>Alguém consegue fazer isto tudo com o computador?!

(Sugerido por Ondina Ferreira)

sábado, 24 de setembro de 2016

[9709] - REGIOLANIZAÇÃO VERSUS CENTRALISMO...


E se a Regionalização não significar o fim do Centralismo em Cabo Verde?


Com o anúncio recente de que o recém-eleito Governo de Cabo Verde irá apresentar ainda este ano a sua proposta de Regionalização, podíamos embandeirarmos em vitoriosos, aclamando o fim do Centralismo. Outros achariam,  inclusivamente, que os regionalistas deviam deixar de falar do tema, pois já está tudo dito e tratado,  o processo está entregue em boas mãos, os políticos profissionais tratarão de apresentar a melhor proposta possível. Se o reconhecimento da parte do Governo que a Regionalização é uma necessidade e uma mais-valia para Cabo Verde, o que por si só já é muito positivo, nada mais precipitado seria proclamar o fim do Centralismo! Mesmo assim é de felicitar todos os que se empenharam declaradamente nesta luta intelectual que já passou por uma fase mais difícil e que hoje parecem estar expectante para ver este sonho se concretizar..
 Com efeito algumas questões se colocam: E se a Regionalização não significasse o fim do Centralismo? Será que pode haver Regionalização com o mesmo nível de Centralismo? Será que o modelo que se pretende implementar a que chamam Regionalização Administrativa é verdadeiramente o melhor modelo? Será possível considerar a Regionalização desconexada da sua vertente política? Estas questões parecem paradoxais ou infundadas, mas para quem tem debruçado sobre esta matéria elas fazem todo sentido, já que os sinais de continuidade de certas práticas persistem. 
Na prática a Regionalização deveria implicar a Descentralização Política, Económica e Administrativa do país. Mas não podemos iludir-nos muito, pois, poderá haver Regionalização com manutenção e mesmo reforço da Centralização, basta que não haja uma vontade genuína e real de concretizar o conjunto de Reformas necessárias e prometidas ao país, para a sua efectiva Descentralização. Portanto por detrás da Regionalização, poderá esconder alçapões, ou seja, outras formas de Centralismo, ainda mais sub-reptícias. De resto forças conservadoras e de bloqueio já colocaram o limite das Reformas, aquele para a qual a actual Constituição permite, como se esta fosse uma verdade absoluta e perene.
A situação mais preocupante actualmente prende-se com a manutenção do centralismo económico, que representa hoje um autêntico nó górdio ao desenvolvimento económico equilibrado no arquipélago,  que cria desequilíbrios no seu seio assim como no interior de cada ilha.
 Com efeito, recebemos estas notas da parte de um observador atento às políticas económicas (anteriores e actuais) em Cabo Verde, que julgamos do interesse geral divulgar. Ele informa-nos o seguinte: 
”16.set.2016 - Bom dia, amigo José - A pagina económica online de ontem do jornal A Semana traz um artigo que dá conta do arranque amanhã, sábado, 17, das Obras de Requalificação do Porto de Calheta, orçado em 40 mil contos, financiado pelo Governo. Somando com os 60 milhões de escudos transferidos em menos de 15 dias pelo actual Governo dá 100 milhões, só para S. Miguel, sem contabilizar os outros 15 mil contos para Ribeira de Flamengos, pelo que, num período de 5 meses o interior de Santiago já absorveu 115 mil contos... Mas não há os tais 18 milhões de dólares que faltam para o terminal de cruzeiros, cujo prazo limite para o País aproveitar dos 10 milhões USD, oferecidos pelo governo holandês, a fundo perdido, termina no fim do mês. O Governo do MPD, anos 90, foi o pior que aconteceu a S. Vicente, onde o Veiga usou o Onésimo como bode expiatório para rebentar com a nossa ilha. Com o Ulisses, vai ser a mesma coisa, ou pior.“ 
“Estou agoniado, diria furioso, sabes porque? O ministro Elísio Freire, acaba de anunciar que o Kuwait vai emprestar-nos 1,5 milhões de contos para serem aplicados exclusivamente na cidade da Praia, para abastecimento de água a todos os domicílios dos praienses. Esta é que é viver em Democracia? Esses rapazes MPD, queriam o Poder. Estou com saudades do JMN, o Mpd não fez nada nadinha até então.“ 
Com efeito, mal se passaram 6 meses e este amigo apresenta-nos aqui o que parece ser mais uma catadupa de investimentos milionários realizados pelo novo governo e anunciados exclusivamente para a ilha de Santiago. Concedendo o benefício da dúvida, podemos imaginar que estes investimentos estariam na calha desde o anterior governo cujas políticas centralistas eram bem conhecidas. Pode-se portanto alegar coincidência de calendário. Todavia observadores mais cépticos, dirão que é mais do mesmo, pois Santiago já acumula em menos de 6 meses de um novo ciclo governativo a totalidade dos investimentos efectuados, ao passo que para as restantes ilhas nada alterou, mantendo-se expectativas muito altas em relação ao desbloqueio dos mesmos. Se esta tendência se mantiver, constitui, pois, algo decepcionante e desanimador, dando razão a que se pense que se mudam os governos e a mesma política centralista perdura, mesmo com um discurso eleitoral contrário. Não se pode esquecer a enorme expectativa criada com a vitória do MPD em Março 2016 em pôr termo ao Centralismo e em mudar, pelo menos, o paradigma económico no arquipélago. 
Mesmo assim sou da opinião que se deve continuar a conceder o beneficio da dúvida a este governo (neste período que é ainda de estado de graças) e aguardar ainda mais algum tempo para ver a orientação final do ‘barco’. Então sim, estaremos em posse de todos os elementos para emitir uma opinião definitiva. É claro que os mais pessimistas conhecendo as inércias do sistema já vêem sinais suficientemente claros para se poder concluir que vai haver evolução na continuidade, pois as tendências não desmentem as orientações gerais! 
Que mais dizer, denunciar? Neste blogue e nos jornais praticamente já dissemos tudo ao longo destes anos.
 Não somos poucos a questionar os fundamentos do centralismo que acabaram por frustrar as expectativas de desenvolvimento da ilha de S. Vicente (que aqui referimos exclusivamente, mas o problema generaliza-se a todo o país-arquipelágico), e das políticas desajustadas que ela engendrou, que se saldaram na morte da sua economia (que era no passado baseada no comércio e nos serviços) que já foi o principal motor do arquipélago. 
Recorde-se o modelo foi herdado da chamda 1ª República,  que foi o governo do MPD eleito em 1992 o que mais que aprofundou o Centralismo, ao passo que o governo do PAICV (de 2001 a 2016) levou o modelo ao seu paradoxo e paroxismo, com a transferência de parte substancial da economia e dos serviços do país para a capital e a ilha de Santiago, induzindo a fuga dos recursos humanos disponíveis da periferia para aquela ilha. O objectivo do Centralismo consiste em construir no arquipélago o modelo típico e clássico do Estado-Nação, constituído por: uma capital e uma economia unificadas e centralizadas. Esta ambição é legítima, mas as consequências sociais e económicas deste tipo de modelo são mais do que evidentes em Cabo Verde um país-arquipélago. Outros dirão que o modelo centralista construído ao longo de 40 anos era o que melhor servia/e para captar a ajuda externa de que depende o arquipélago para a sua sobrevivência como nação independente. Nada mais falso, mas a ser verdade, seria o reconhecimento de um atestado de inviabilidade económica e financeira de Cabo Verde. 
Como consequência das políticas centralistas a ilha de S. Vicente sofreu (e as restantes por que se encontram à partida em pior situação) uma hemorragia imparável dos recursos humanos (quadros e funcionários que as sustentavam), de tal forma que aquela que era a jóia da coroa do arquipélago, como era justamente tida, porque irradiadora de progresso económico e social, é hoje uma sombra, um espectro, não sobrando emprego nem promessa de futuro. A alternativa que sobra a quem vive hoje nesta ilha periférica, e quer ter o futuro à sua frente, é a demanda da capital que, por sua vez, e por via disso, rebenta pelas costuras, a ponto de reivindicar estatutos especiais e outras regalias para a resolução de problemas demográficos, sociais económicos e ambientais, tidos hoje como gravíssimos, criados pela própria política centralista irresponsável. O paradoxo não podia ser mais flagrante. Todavia, não obstante as evidências é neste modelo que todas as políticas insistem, por inércia ou deliberadamente.
O saldo da errada estratégia política é, pois, verdadeiramente negativo para S Vicente e o resto de Cabo Verde. Uma sociedade que antes vivia dos recursos que ela própria gerava, sente-se hoje cada vez mais abandonada pelo Estado ou despossuída das sua potencialidades autónomas, já que a iniciativa privada e individual esfumou-se. A maioria da população, sem outra saída, sobrevive à base de expedientes, ou, em alguns casos, de mendicidade. Enquanto isso, existe uma elite social (que já foi revolucionária e se gabava de engajada) que vive distraída na sua bolha, à sombra do guarda-chuva do Estado e dos partidos, deliciando-se com querelas políticas urdidas na capital, fazendo vista grossa aos problemas da comunidade. Para além disso o poder central e os partidos políticos na capital cultivam deliberadamente divisões no seio da elite da(s) ilha(s) onde as personalidades, os egos e egoísmos inconciliáveis têm a última palavra.
Esta atitude de acomodação e amorfismo, típica de uma sociedade dependente do Estado, incapaz de se libertar do cordão umbilical que a prende ao sistema em vigor, contrasta com a vitalidade cívica de outrora, com inumeráveis exemplos de destemor e frontalidade na defesa do interesse da comunidade (ver Nota). Não é por acaso que eram de S. Vicente ou radicavam na ilha os seus mais destacados personagens.
O quadro social da ilha de S. Vicente é, pois, dramático, deprimente e desolador, e se não forem tomadas medidas urgentes para reverter a situação, o cenário tenderá inevitavelmente a agravar-se e é imprevisível o que pode advir do desespero social e da esperança trancada. Este não era o desiderato de 41 anos de uma independência (que não trouxe as promessas iniciais), para a qual a fracção jovem da população da ilha contribuiu generosamente, confiando num futuro promissor de progresso e prosperidade, como era então badalado. Por isso, é ironicamente trágico que seja a ilha de S. Vicente a principal vítima de uma independência pouco previdente nas suas consequências e mal gizada na arquitectura da sua implementação, assim como nas políticas de desenvolvimento aplicadas, sobretudo quando se teima em não ver que Cabo Verde é um arquipélago disperso na imensidão do oceano que separa as 10 ilhas. 
Até quando serão sustentáveis políticas económicas centralistas em Cabo Verde?
19 de Stembro de 2016
José Fortes Lopes

Nota: Nunca é demais destacar a atitude de tantos homens dignos que povoavam a ilha do Porto-Grande e que prefeririam muitas vezes dizer não, em vez de beneficiar das benesses dos poderes. Destacam-se o altruísmo do distinto Senador Vera-Cruz ao ceder a sua residência na cidade do Mindelo para local onde começou a funcionar o 1º Liceu oficial de Cabo Verde (que me 2017 se comemora o seu Centenário), contrariando ordens para o seu encerramento; a oposição do deputado Adriano Duarte Silva relativamente à aplicação do Estatuto do Indigenato (que de resto nunca nunca vigorou em Cabo Verde) e da construção do Porto Grande; os desafios do Dr. Baltazar Lopes Aurélio Gonçalves e de tantos outros à ordem estabelecida em defesa dos mais desfavorecidos.