tag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post6382598158270677538..comments2024-01-02T09:06:10.892+00:00Comments on ARROZCATUM: [9286] - NHÔ JONAS, SEM PAPA NA LÍNGUA...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13592863065715295436noreply@blogger.comBlogger10125tag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-9806586908406302912016-06-05T21:59:52.346+01:002016-06-05T21:59:52.346+01:00Ops: - Quis dizer anos 1930/1940.
Uma década horro...Ops: - Quis dizer anos 1930/1940.<br />Uma década horrorosa na nôs terravaldemar pereirahttps://www.blogger.com/profile/14643976979944729439noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-58853795461652302522016-06-05T21:55:03.269+01:002016-06-05T21:55:03.269+01:00Voltei para ver os novos comentários esperando que...Voltei para ver os novos comentários esperando que houvesse alguém para corroborar o que diz o sr. Jonas e o que fica omitido por interesses obscuros. A verdade por vezes fere e procuram deturpà-la ou mesmo omitir conteúdos que não caiem no goto de muitos.<br />Adriano fala dos anos 190/40 de má memória e lembrei-me (mais uma vez) do que faziam os ingleses declaradamente ou à socapa. Insisti aqui com o nome do Captain Sands, oficialmente Cônsul de Sua Magestade Britânica no Mindelo e, mais uma vez, agradeço ao amigo Saial que fez buscas muito interessantes que nos deliciaram. Nunca esqueci o velhinho e seu interesse pelo Povo de Cabo Verde. E uma que deve ter tido a sua chancela foi - em época de plena necessidade - o encalhe de uma barco novinho que vinha da Argentina carregado de milho. O cargueiro que devia passar ao pé do Ilhéu dos Pássaros e seguir para o Norte foi encalhar-se numa Praia de Santo Antão de fácil acesso. <br />Não me perguntam mais. Nada sei e ninguém pia.<br />Que Deus tenha a sua alma !valdemar pereirahttps://www.blogger.com/profile/14643976979944729439noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-67860110225883247242016-06-05T19:09:42.131+01:002016-06-05T19:09:42.131+01:00Depois do muito que foi dito, e bem dito, pouco me...Depois do muito que foi dito, e bem dito, pouco me resta acrescentar.<br />Esta posição assumida desassombradamente pelo Senhor Jonas Wahnon, na senda de ouros protagonistas cívicos e intelectuais do Mindelo de outros tempos, permite sublinhar o seguinte:<br />- A ilha de S. Vicente contribuía para 75% do orçamento da colónia;<br />- O produto da actividade económica de São Vicente resultava exclusivamente do empreendedorismo privado, a começar pelo investimento feito pelos ingleses;<br />- No entanto, o orçamento da colónia não privilegiava a ilha na mesma proporção da sua contribuição, mas muito longe disso;<br />- É o Senhor Jonas que nos lembra que fatia grossa do orçamento destinava-se à capital para sustentar a parafernália do Estado. Deste modo, pode-se inferir que São Vicente é que em grande parte sustentava os custos da capital e da administração do território;<br />- Não obstante, havia certa animosidade da Praia contra São Vicente;<br />- Dá para concluir que se a iniciativa privada (que começou com os ingleses) não tivesse agido de modo a que S. Vicente pudesse praticamente sustentar a colónia, de duas uma: ou o Estado central teria de proceder em conformidade, recorrendo acrescidamente aos cofres públicos; ou então a tragédia da fome no arquipélago teria atingido proporções inimagináveis nos finais do século XIX e na década de 1930/1940.<br />Por tudo isto é que é absolutamente incompreensível que a estratégia política interna a seguir à independência tenha sido a promoção artificial da Praia e a marginalização de S. Vicente. Com o agravante de ter sido politicamente anulado um dos principais pólos de desenvolvimento do território, com os resultados que hoje são visíveis no país anquilosado, a funcionar com um centro empolado e uma periferia estagnada e em retrocesso.<br />Temos assim de sentir saudade da gente de fibra de outrora que fez da ilha de São Vicente o que ela foi.<br /><br /><br /><br />Adriano Miranda Limahttps://www.blogger.com/profile/16678359151673400331noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-69049044165589406912016-06-05T13:33:02.718+01:002016-06-05T13:33:02.718+01:00A geração desse tempo tinha o que muitos não têm h...A geração desse tempo tinha o que muitos não têm hoje em dia - o amor à terra e a vontade de ver o país a prosperar. Faço votos para que os S. Vicentinos continuem a honrar esta tradição de gente que não leva desaforo.<br /><br />Matrixx Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-86522840225250497502016-06-05T12:18:12.646+01:002016-06-05T12:18:12.646+01:00Um texto interessante. Faz desfilar aos olhos dest...Um texto interessante. Faz desfilar aos olhos desta geração, infelizmente, mal informada, ou pior - univocamente orientada em termos da História destas ilhas - de que existiram em Cabo Verde desde há longuíssimo tempo, figuras interventivas, de grande relevo, de destaque, que o povo respeitava e que não tinham medo do destino nem de eventuais interpretações das suas palavras. Estão neste caso, para além do autor e do destinatário do artigo, os vultos que os meus companheiros dos comentários citaram.<br />É sempre bom estas achegas evocativas de um tempo e de uma forma de pensar e de reagir da nossa gente ilustre.Ondina Ferreirahttps://www.blogger.com/profile/11639482018329048254noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-40360644753188042052016-06-05T12:00:39.891+01:002016-06-05T12:00:39.891+01:00(continuação)
De certeza a geração Jonas teriamsaí...(continuação)<br />De certeza a geração Jonas teriamsaído à rua há décadas, não para as orgias festivas, mas para manifestar e exigir dignidade à sua ilha como fizeram o reduto que em 1977 pagou caro a sua dignidade. Felizmente que ainda há poucos mohicanos ( e tinha que haver, pois por mais que se faça contra esta ilha, ela tem sempre reservas morais tanto no país como na Diáspora) que vem honrando esta tradição mindelenses. Desde há 10 anos para cá foram criados movimentos e associações reclamando mais autonomia para a ilha e reformas em Cabo Verde para beneficiar não somente a ilha mas todo o arquipélago, em perigo de se transformar num enorme oásis plantado num deserto boiando no Atlântico.José Fortes Lopeshttps://www.blogger.com/profile/01258385341442410340noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-63074117848928483402016-06-05T11:59:40.810+01:002016-06-05T11:59:40.810+01:00(continuação)
Como sabemos isto tudo foi mudado co...(continuação)<br />Como sabemos isto tudo foi mudado com o regime instalado em 1974 que praticou uma política económica (centralizada e planificada) que não dava hipóteses a economia liberal de S. Vicente (daí a revolta de 1977 e o terror que se seguiu e se instalou na ilha e depois em todo CV) só podia levar à sua morte económica, social e intelectual da ilha, para além de ter contribuído ao exílio da sua elite ou à sua emigração forçada para Praia, para a instalação da poderosa máquina burocracia que é hoje o estado de em Cabo Verde.<br />Todavia como sabemos é com a constituição democrática de 1992, bastante imperfeita, quese institui um regime baseado exclusivamente no número de votantes, com um peso excessivo da dimensão, desprezando outras variáveis importantes, tais como a insularidades o facto de se viver num arquipélago, e não num país continental (uma ilha que dista da capital por mar em 160 milhas, sendo tão escassas as suas comunicações que ainda há pouco tempo era muito mais fácil a comunicação com a antiga Metrópole ou com o Japão do que com ela) matou por completo S. Vicente, uma ilha em estado avançado de “clochardização''.<br />Hoje a geração Jonas ao ver o estado de cabo Verde da sua ilha deve dar voltas de indignação nas suas tumbas. Há 60 anos Jonas já acusava o novo-riquismo e a superficialidade da elite administrativa carreirista, totalmente desgarrada, vivendo numa redoma dourada, ignorando a realidade da ilha (vivendo em castelos rodeados pela ‘choqueira’) e do arquipélago:” 0 sr. Dr. Bento Levy talvez tivesse tomado como rivalidade ou paixão de S. Vicente para com a Praia, o facto de todos lamentarem que se esteja ultimamente desenvolvendo a cidade da Praia com inúmeras construções urbanas de preço elevadíssimo (milhares de contos) sem olhar a pobreza do meio e com manifesto desprezo pelas necessidades mais prementes das outras ilhas; nomeadamente S.Vicente, que pouco ou nada vê dos 75% das receitas totais da Província com que contribui anualmente para equilibrar o orçamento.” <br />(continua)<br />José Fortes Lopeshttps://www.blogger.com/profile/01258385341442410340noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-17968224000555426572016-06-05T11:58:12.296+01:002016-06-05T11:58:12.296+01:00" UN VEZ, GENT' DE SONCENTE CÂ TÁ LEVÁ D&..." UN VEZ, GENT' DE SONCENTE CÂ TÁ LEVÁ D'SAFOR PÂ CASA..."Uma carta de Jonas Wahnon (2º das Foto), um importante comerciante da praça mindelense (proprietário da mais padaria célebre que ficava na Chã de Cemitério em S. Vicente) datada de 60 anos, ao seu amigo Bento Levy (1º das Foto) um importante advogado e político, natural da Praia-Santiago, e influente deputado de Cabo Verde na então Assembleia Nacional em Lisboa, em pleno regime de Estado Novo. Ambas as figuras de destaque foram homenageadas nos Blogues ArrozCatum e Praia de Bote. <br />Como bem recorda Luiz Silva, Jonas Whanon era um “enfant terrible” conhecido pela sua rebeldia contra o regime colonial, fazia parte do grupo dos Claridosos políticos e deu muitos suores ao regime de Salazar assim como muitos intelectuais mindelenses, razão por que ser despachou de Lisboa um importante destacamento da Pide para calar a boca contestatária que se levantava contra o abandono a que Cabo Verde se encontrava quando O Porto Grande começou a perder influência em favor de Las Palmas e que os ingleses anunciavam a sua retirada futura na ilha diminuindo os investimentos. <br />Esta carta é uma resposta a Bento Levy por ter insinuado que existia da parte dos habitantes de S. Vicente uma grande animosidade com a Praia. Na realidade tratou-se de uma polémica que se estalou entre as duas cidades numa altura em Lisboa considerava seriamente a transferênciadefinitiva da capital de Cabo Verde para a cidade do Mindelo, que era, como reclama Whanon, a única cidade digna do seu nome em Cabo Verde com todas características urbanas de qualquer cidade no mundo, e onde se concentrava a massa crítica do arquipélago, para além de produzir 75% do PIB de Cabo Verde, já lá vão 60 anos. <br />Naquele tempo S. Vicente fervilhava de intelectuais, homens de negócios, provenientes de todo o arquipélago e mesmo do mundo. Jonas já acusa a burocracia da Praia de não querer compreender que sendo S.Vicente a sala de visitas da Província de Cabo Verde e que matando a ilha matava-se Cabo Verde, e condenava-se todo o arquipélago. Numa altura em que a partidarização da sociedade era inexistente (ninguém ligava 'boia' ao partido de Salazar), a ilha tinha através das suas redes sociais uma força política intrínseca. Mesmo assim já se queixava do peso da burocracia da Praia que emperrava o desenvolvimento de S. Vicente, através de “riolas” ou intrigas e invejas. <br />(continua)José Fortes Lopeshttps://www.blogger.com/profile/01258385341442410340noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-27907229713019530902016-06-05T10:30:01.479+01:002016-06-05T10:30:01.479+01:00Sem tirar nada do que diz o Luiz, acrescento que o...Sem tirar nada do que diz o Luiz, acrescento que o Sr. "Joana" (como o chamavam as vendedeiras), foi sócio co-fundador do efémero Sporting Clube de S.Vicente, com o então Capitão dos Portos Daniel Duarte Silva e outros. <br />Importante frisar ainda que o sr. Jonas Wahnon foi um dos dinâmicos elementos que constituíam as Forças Vivas em S.Vicente que defendiam os interesses de Cabo Verde. Senão, lembro-me de uma pessoa pacata, de poucas palavras e bom pai de 4 filhos e 3 moças, qualquer delas a mais bela.valdemar pereirahttps://www.blogger.com/profile/14643976979944729439noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-34721774192348268322016-06-05T02:04:15.778+01:002016-06-05T02:04:15.778+01:00O Senhor Joanas, proprietario dua padaria célebre ...O Senhor Joanas, proprietario dua padaria célebre que ficava na Chã de Cemitério, conhecido pela sua rebeldia contra o regime colonial, fazia parte do grupo dos Claridosos politicos e que teria encorajado o carpinteiro Ambrosio a organizar em 1934 a célebre revolta que mais tarde foi poetizado pelo Gabriel Mariano. Dizia Baltasar Lopes que se o Senhor <jonas vivesse num outro pais seria um grande polemista. Baltasar lopes considerava Claridoso todas as figuras do Mindelo como Nhô Fidjito que organizava constantes manifestaçoes junto à Câmara de São Vicente e fornecia o papel para a ediçao da Claridade. Seria Baltasar Lopes o unico intelectual cabo-verdiano que pertencia aos dois grupos: claridosos literatos e claridosos politicos. O Senhor Jonas era também uma grane figura do desporto mindelense, tendo sido grande jogador de criket e presidente do Club Sportivo Mindelense. Hoje é habito dizer que já Soncente não tem homens da tempôra do Senhor Jonas, Nhõ Fidjito, Nhô Damtatinha, que frontalmente defendiam as injustiças sociais de que eram victimas os cabo-verdianos. As desigualdades sociais, o fosso entre ricos e pobres, principalmente nas cidades da Praia e São Vicente, a perda de credibilide dos partidos politicos nos obrigam a recuar no tempo e a reler as obras de figuras como Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, José Lopes, porque Cabo Verde não nasceu em 1936 com a Claridade e nem com o Paigc em 1956 mas sim nos finais do século XIX e cujo papel da nossa emigraçao na América foi determinante.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/12564983541784987237noreply@blogger.com