tag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post821822397803314285..comments2024-01-02T09:06:10.892+00:00Comments on ARROZCATUM: [7589] - PRECIPITAÇÕES?!...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13592863065715295436noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-54327691911430819112014-11-05T09:43:05.790+00:002014-11-05T09:43:05.790+00:00É tudo, creio, uma questão de perspectiva...Não po...É tudo, creio, uma questão de perspectiva...Não posso retirar mérito aos velhos marinheiros nem às suas intenções mas, os fundamentos das suas experiências e a subsequente reconquista da sua dignidade, não podem ser desligadas dos motivos que ali os detiveram e da forma como a sua liberdade e os seus direitos fundamentais foram violentados...É dessa violencia que falo e interrogo-me se estes seriam os interlocutores ideais para transmitir noções de valores humanos, ético-morais e sociais, a uma plateia de crianças que, certamente, já teríam, todas, a sua dose da triste e violenta história do Tarrafal, bem como receio que esse reavivar das memórias possa ser utilizado para uma espécie de politização infantil de raizes menos pacíficas...Posso estar enganado mas foram estes os sabores que colhi da ementa televisiva e deles me fiz eco, conscientemente. Um abraço...Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13592863065715295436noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-749616770901238075.post-13775671261292989192014-11-04T21:52:04.823+00:002014-11-04T21:52:04.823+00:00Amigo Zito, lembro-me perfeitamente dessa reportag...Amigo Zito, lembro-me perfeitamente dessa reportagem sobre a visita ao ex-Campo de Tarrafal dos dois antigos marinheiros reclusos. Tanto apreciei a reportagem que a gravei para ver uma segunda vez. Gostei em particular da postura dos dois ex-reclusos, que me pareceram ter primado pela moderação, verdade e isenção nas suas palavras evocativas sobre esses penosos anos do seu passado. De facto, há quem aproveite esses momentos para dar largas às suas objurgatórias, muitas vezes exagerando e acrescentando um ponto ao conto. No entanto, é atitude que não custa compreender quando nos colocamos na pele de quem sofreu agruras no corpo e na alma pelo simples delito de opinião ou por ter participado num acto de insubordinação militar colectiva, com intuitos políticos, como foi o caso particular desses marinheiros. Hoje, usufruímos de liberdades cívicas e quase que nos esquecemos do quanto custa a sua privação. Embora os defeitos e os vícios da democracia, creio que ninguém no seu perfeito juízo desejaria a privação das liberdades cívicas como via para a resolução dos problemas da sociedade. Daí que o que colhi na expressão daqueles velhos marinheiros foi essencialmente um sentimento de regozijo por terem sobrevivido àquela extrema clausura e por terem chegado a uma idade octogenária ainda a tempo de saborearem a liberdade cívica.<br />Ora, julgo que foi esse sentimento que eles procuraram transmitir àquelas crianças, cuja escola foi visitada por mera circunstância, pois ela estava ali mesmo à mão de semear. Não notei que houvesse intenção de verter sobre as suas mentes ainda virgens aquilo que o amigo Zito considera noções de politização violentas. E aqui tenho de divergir do meu querido amigo sobre uma questão de conceito. Ainda ontem, passou na RTP 1 um programa sobre a Educação em que os ilustres e experientes convidados foram quase unânimes em considerar que os Valores (humanos, ético-morais, sociais) devem estar subjacentes aos programas de educação. Neste caso, permita-me que diga que a impressão que colhi é que os antigos reclusos procuraram acima de tudo uma atitude pedagógica ao transmitirem às crianças o significado do valor da liberdade. É que toda a matéria que se ensine aos jovens tem de ser sustentada pela essência dos valores humanos, sem o que ela fica desenquadrada com o sentido da nossa existência.<br />Aqueles velhotes pareceram-me dignos. Gostei. <br />Adriano Miranda Limahttps://www.blogger.com/profile/16678359151673400331noreply@blogger.com