Quando, naquela noite de fim-de-ano, a peça de fogo de artifício explodiu pelo fundo, queimando a palma da mão do João Luis, ele correu para a casa de banho e colocou a mão queimada debaixo da água fresca que corria, abundante, da torneira do lavatório...
Passados alguns minutos, a dor e o ardor caracteristicos da queimaduras já se haviam atenuado o suficiente para se iniciar a segunda fase do tratamento...Já na cozinha, o João Luiz quebrou um ovo, separou a gema e começou a colocar finas camadas da clara sobre a região queimada...A temperatura da ferida era, ainda, tão elevada que, mal a clara era aplicada, secava, pelo que era necessário repetir tudo e tantas vezes quanto o necessário, até que a película de clara conseguisse conservar-se húmida...Esta operação pode revelar-se demorada mas o João Luiz sentiu, ao fim de cerca de duas horas, que o calor e o ardor tinham desaparecido, quase por completo.
No dia seguinte, a horrível ferida já era pouco mais do que uma memória e, dez dias mais tarde, não havia dela o minimo vestígio...Mas, afinal, o que é que se tinha passado?
Simples: a clara do ovo, sendo uma placenta, é rica em colagénio que, por sua vez, é portador de grande quantidade de vitaminas regeneradoras que participam activamente na preservação e regeneração dos tecidos, operando autênticos "milagres" na cura de queimaduras.
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