A uns 2.500 km de distância, encravada em pleno deserto do Sahara, repousa a Mauritânia, país de cerca de três milhões de habitantes, número este que não inclui os cerca de 600.000 escravos que sobrevivem à extinção oficial decretada há cerca de 20 anos. E não os inclui porque, simplesmente, não são considerados cidadãos, tanto que nem ao nome têm direito, nem ao registo de nascimento, nada...São, em certa medida, coisas, para os seus donos, num país que em pleno século XXI aínda vive num regime social de castas em que, alguns não passam a escravos em determinada altura das suas vidas; não: nascem já escravos! E escravos morrerão, por altura, decerto, dos seus 30 anos de idade...Diz-se que haverá eleiçoes para a chefia do Estado e o candidato da oposição já jurou, com ambas as mãos sobre o Corão, que irá, se fôr eleito, acabar, finalmente, com a escravatura no país.
É natural que ganhe: o cargo, o palácio, o poder e...umas dúzias de escravos!
Zito Azevedo-
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