Ao contrário do que os britânicos - sobretudo os ingleses - afirmam, o primeiro país europeu a ter chá, vindo do oriente, foi Portugal. Aliás, os senhores da velha Albion habituaram-se à aromática infusão graças a D.Catarina de Bragança, filha de D. João IV que, em 30 de Maio de 1662, casou com Carlos II, Rei da Inglaterra e da Escócia, e que levou as preciosas ervinhas secas para a corte inglesa onde, aliás, introduziu, também, o uso do garfo que era , na altura, um instrumento aínda desconhecido naquelas paragens. Mas, vá-se lá saber porquê, os britânicos acabaram por chamar TEA ao chá...
Súbitamente, faz-se luz sobre esta dúvida atroz graças a uma professora, salvo erro, de inglês, do meu neto Miguel que explicou aos seus alunos que, uma vez que o chá ao que parece, tería penetrado na Inglaterra graças a uma portuguesa, as caixas que o transportavam tinham, todas, a inscrição T E A que significaria Transporte de Ervas Aromáticas... Esta, nem ao diabo lembraría, quanto mais a uma professora de ingês... Para que conste e o erro não se repita, aqui se deixam breves palavras sobre a palavra chá ou tea...
O carácter chinês para CHÁ tem duas formas distintas de pronúncia: uma delas é TE que deriva de uma palavra malaia que designa a bebida e é utilizada no dialecto Min-nan caracteristico da região de Amoy. Outra, é usada em cantonês e mandarim, e sôa como CHA e tem o significado de apanhar, colher. Esta circunstancia levou a que o nome do chá nas línguas não chinesas se dividisse em dois grupos. Assim, as linguas que usam derivados de TE são o alemão, o inglês, o dinamarquês, o hebraico, o húngaro, o filandês, o indonésio, o italiano, o letão, o tamil, o singalês, o francês, o neerlandês, o espanhol, o arménio e o latím científico. As línguas que usam derivados do CHA são, o hindi, o japonês, o português, o persa, o albanês, o checo, o russo, o turco, o tibetano, o árabe, o vietnamita, o coreano, o tailandês, o grego, o romeno, o swahili e o croata.
E, por ora, chega de chá...
Zito Azevedo ----------- Foto: Hande
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