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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

USA JUSTICE ...

Este edifício de aspecto sinistro é aquilo que parece ser: uma penitenciaria, prisão, cadeia ou como lhe quiserem chamar: é o sítio onde se arquivam os criminosos antes e depois de serem julgados ou antes de serem executados nos Estados Unidos da América...Foi num edifício deste tipo que o nosso compatriota João Alves (nome fictício) "residiu" durante largos meses, acusado de um crime que, afinal, não cometera.
João, é um dos muitos milhares de portugueses que buscam lá fora o trabalho que lhes proporcione condições de vida, para si e suas famílias que, por motivos os mais diversos não conseguem encontrar no seu país; trabalhava a bordo de um desses barcos de cruzeiro de luxo que passam a vida daqui para lá e de lá para cá, a proporcionar uns tantos dias de luxo, romance,boa cozinha e muita diversão a uns tantos milhares de turistas mais ou menos endinheirados, mais ou menos velhos, mais ou menos chatos.
Naquela viagem seguia uma quarentona, ainda dentro do prazo de validade, que acompanhava a mãe de noventa e tais... Parece que a senhora gostava de uns copos fora de horas e lá conseguiu que o nosso João, depois da sua hora de serviço, a acompanhasse num dos bares de bordo nuns tintos antes da hora da deita...Nada de especial, portanto..
Só que, no dia seguinte, de manhã, João Alves é detido pois a americana se havia apresentado ao comandante do navio, acusando o seu companheiro de copos da noite anterior de agressão e abuso sexual... Por sorte até parecia haver agentes do FBI a bordo e, rapidamente, João foi formalmente acusado, desembarcado e trancafiado na prisão americana mais próxima, correndo o risco de uma condenação de prisão perpétua. Como se deve compreender, passou muito maus bocados: a empresa proprietária do navio, de que era empregado, descartou-se por completo, as autoridades consulares portuguesas nem sequer lhe mandaram perguntar se fumava e o ministério publico nomeou-lhe um advogado ad-hoc...E os meses a correr!
Entretanto, dá-se o volte face de, durante o julgamento, os peritos que examinaram as provas forenses como DNA e outras coisas do género, confirmarem que tudo era negativo e, portanto, no sentido de contradizer de forma absoluta as acusações da turista americana quarentona. Começou, então, a palhaçada a que estamos habituados a assistir nas séries da TV: o João dava-se como culpado e apanhava uma pena de, por exemplo, 15 a 30 anos com direito a liberdade condicional...O João dizia que não! Mais algum tempo depois, nova proposta: o João dava-se como culpado e apanhava, só, de 7 a 13 anos, com liberdade condicional...Que dizer: para salvar a face depois de terem reconhecido que tinham metido o pé na poça, vão oferecendo ao coitado que eles sabem ser inocente penas cada vez mais reduzidas até que, alguns, pressionados pelas péssimas condições de encarceramento, acabam por assinar confissões falseadas. Só que o João Alves estava decidido a resistir e resistiu até que, esgotados todos os prazos para o poderem ter enclausurado tiveram que o libertar com a chancela de "erro judiciário"...
Entretanto, a pretensa ofendida, agora, exige à companhia de navegação uma indemnização de salvo erro, 34 milhões de dólares...E o João, a quem e com que ajudas, vai pedir outro tanto e muito mais por tantos e tantos meses de prisão indevida, perda de emprego, danos morais e psicológicos, etc., etc. ??? Entretanto, o que é feito da diplomacia portuguesa ??? ALL THIS STINKES !!!

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