Ao longo dos anos, foram-se fazendo uns aterrozitos, foi chovendo e, do dia para a noite, centenas de toneladas de terra, entulho e água desaguaram na CREL, cortando esta importante circular externa de Lisboa entre o nó de ligação à A16 e o nó de Belas, ao mesmo tempo que uns 40.000 automobilistas viram as suas vidas a andar para trás e a ter que começar a sair de casa para os empregos uma hora mais cedo, pelo menos...Claro que a Brisa (Auto-Estradas de Portugal) acusa a Câmara Municipal da Amadora e os proprietários dos terrenos que invadiram a CREL de incúria, pois desde 2004 que anda a avisar uns e outros para os perigos de, mais tarde ou mais cedo, acabar por acontecer o que se viu, em virtude de se estarem a levantar aterros para lá da área de jurisdição da Empresa, que acabaram por entupir todas as vias de drenagem das águas pluviais com as consequencias que se conhecem, com a agravante de a quantidade de solo deslocado ser tal que vão ser necessárias algumas semanas para devolver o troço à circulação...
A Câmara, como era de esperar, nega tudo e até diz que ela (a Câmara) é que anda há anos a avisar a Brisa e o proprietário dos terrenos adjacentes ao troço agora inviabilizado para, etc, etc. etc., numa desculpa que tem tanto de mal contada como de irresponsável...
E, enquanto estes actores se divertem a acusarem-se, mutuamente, os trabalhos lá vão andando, desconfiando-se que a culpa pelo sucedido deve ter sido de S. Pedro que dizem ser quem manda na chuva, certamente com procuração de Deus e, em ultima análise, do Papa, seu representante na terra que tem muito que explicar a 40.000 utentes da CREL...
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