Para início de conversa, devemos confessar que, aqui deste lado, somos visceralmente contra a "pena de morte" seja qual for o crime pelo qual qualquer acusado tenha que ser condenado.
Depois vamos contar alguns dos esforços de um dito cientista americano, cujo nome não retivemos, se calhar por ser absolutamente irrelevante, de tão grotesca que é a busca deste cavalheiro que, pelos vistos, não é contra a pena de morte mas sim contra as contrariedades, dores e outras sensações incómodas que atingem o supliciado antes que a morte o venha subtrair a tais sofrimentos que, esses sim, o nosso "cientista" acha desumanos. Em suma, o homem andou não se sabe durante quanto tempo à procura de um método indolor de matar os condenados, ou seja, de uma morte santa sem os inconvenientes dos métodos tradicionais nos Estados Unidos - a cadeira eléctrica, a injecção letal e os vapores de cianeto - que provocam hemorragias, vómitos, convulsões, dores lancinantes, etc., etc. Este humanista da morte acabou por encontrar um método indolor de morrer e em que o próprio condenado coopera alegremente, que é da hypoxia, ou privação de oxigénio no sangue como se com provou em câmara de reprodução de condições adversas a grandes altitudes mas que, embora resultando, tem o inconveniente do preço de construção dessas câmaras de simulação...Finalmente, um pesquisador oriental de uma universidade inglesa acabou por ser o eleito, graças a um invento seu destinado a matar porcos nos matadouros com maior rapidez e eficiência e, sem dor para os pobres porcinos: inalações mais ou menos prolongadas de nitrogénio...E rápido, higiénico e poupa milhões! O nosso artista ficou satisfeito com a descoberta e logo se apressou a levar a boa nova a um dos mais acérrimos defensores da pena de morte que o apelidou de ignorante e amigo de assassinos...Efectivamente, adiantou o amigo da morte, quanto mais hemorragias, mais vómitos e mais dores a aplicação da pena provocar, melhor, pois o que interessa não é que o criminoso morra, o importante é que ele sofra, bastante...Não há duvida - é pior a ementa do que o soneto!
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