Da visualização atenta de um programa de TV sobre a Serra Leoa, retive dois factos que, imaginem, conseguiram espantar-me, nesta altura do campeonato da corrupção universal.
Primeiro, foi o caso de um professor rural que, todos os meses, passa as passas do Algarve para conseguir receber o seu vencimento. Se quer te-lo no bolso em tempo de oportuno, tem que meter pés ao caminho e ir até à capital do distrito a que a escola pertencia, dar uma "gratificaçãozinha" a um ou dois funcionários e, depois de muita burocracia, muita discussão, muito suor e muita capacidade de sofrimento, o professor lá consegue receber o magro salário já despojado de uns tantos "leones" consumidos pela corrupção ministerial...
Depois, foi o caso do aluno que foi mandado de volta para casa por não ter conseguido levar ao
professor - o tal... - a quantia de 3.000 leones (cerca de um euro) - como comparticipação nas despesas de impressão do ponto de exame da escola...Não lembra ao diabo, expulsar um aluno da escola por este não conseguir participar na engorda do ordenado oficial do seu próprio professor!
E, claro, com três quartos de século de existência, eu continuo a ficar com pele de galinha quando tomo contacto com coisas destas, como se fossem excepções...
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