O sentido do chamado Servidor Público é para nós, cá do sul, uma coisa um tanto vaga, mais semelhante a um seguro de vida do que a uma vida dedicada ao bem público...Nos países do norte, é sabido que o serviço publico tem algo de sagrado e os seus trabalhadores gozam de uma estima particular por parte dos cidadãos comuns que neles reconhecem os verdadeiros guardiões dos seus direitos cívicos e defensores dos seus interesses particulares e comunitários. Em suma, são consideradas pessoas de bem, honestas, trabalhadoras, dignas de toda a confiança, autênticos paradigmas de cidadania...Nós, claro, achamos que isso tudo é trêta, que o que "eles" querem é um bom "tacho" e ganhar mais do que nós, terem mais regalias do que nós, terem a mania de que sabem mais do que nós enfim, que são mais cidadãos do que nós que não somos funcionários públicos...São uma espécie a abater! Claro que esta antipatia visceral não acontece por acaso e existe porque os nossos servidores públicos são, à semelhança da enorme maioria dos servidores do que quer que seja, maus servidores, mal formados, mal informados, mal dispostos, incompetentes faltosos, molengões ou seja, são a antítese do verdadeiro, do genuíno, do autêntico Servidor do Estado. Enquanto, cá no sul, não aprendermos algumas regras nesta matéria de serviço publico - os de dentro e de fora - jamais seremos um povo solidário, gregário, bem formado e capaz de acções cívicas que combatam as más políticas e apoiem as boas com atitude moral societária em prol do bem público universal!
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