"Um olho no burro, outro no cigano" é uma frase de mau gosto com que costumamos resumir o nosso convencimento da falta de escrúpulos dos ciganos nos negócios de feira e não só, capazes de enganar a própria mãe se disso lhes advier algum lucro...Claro que como em todas as questões deste tipo, lavra o exagero, alguma dose de racismo e xenofobia à mistura com não pouca ignorância até porque nós, os não ciganos, também não andamos por aí a dar lições de honestidade e só não metemos a unha se não o conseguirmos...E, se não acreditam, oiçam esta...
Como se sabe o açúcar, por este ou aquele motivo ainda por desvendar, está escasso e também já se sabe que vai aumentar de preço no principio do ano que se aproxima...Com a rapidez da electrónica moderna, logo os comerciantes de bairro, aqueles de que a gente tem muita pena pois estão sendo eliminados pelas grandes superíficies, pasaram a vender o açúcar a granel, pesado na velha balança que nunca pesou lá muito bem e já ao preço que há-de vir, que é para poupar tempo...Ainda por cima, a fregueza. meio atarantada, chega a casa e verifica que em vez de um quilo o novo pacote só tem 970 gramas do precioso adoçante...Roubando desta forma descarada os seus próprios clientes, será que estes comerciantes desonestos também ficam de olhos no burro e nos ciganos quando vão à feira?!?
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