De Leste a Oeste do Norte de África e na Península Arábia sopram ventos de revolta e os povos parece acordarem de uma letargia de séculos que os tem mantido numa espécie de Idade Média disfarçada porém, vivida não apenas em usos e costumes ancestrais mas por imposições cerceadoras das liberdades fundamentais por férreas ditaduras politicas, mais ou menos laicas mais ou menos próximas dos chamados regimes ocidentais e da democracia, um sentimento transversal a esta onda de fundo mas nunca vivido pela grande maioria dos actuais sublevados...É que, como recentemente ouvi comentar, a democracia não é uma mera ideologia política nos seus mais diversos matizes: democracia é uma espécie de essência civilizacional, filosofia de vida e de comportamento sucessivamente melhorada ao longo de séculos de vivencia com as realidades, de adaptação aos ventos da História e às memórias dos povos...Democracia não é fácil de construir, não é fácil de manter perante a sanha destrutiva do homem e, como todas as tendências civilizacionais, não se impõe, como as ditaduras, tem que ser aceite pela inteligencia dos seus destinatários, pacificamente, livremente e não através de nenhuma "intifada"...Serão os árabes, todos os árabes, capazes de um tão profundo salto no desconhecido?
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