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terça-feira, 17 de abril de 2012

AS SEMENTES DO ÓDIO...


Este jovem chamava-se Sócrates Lopes Fortes e faleceu, em cicunstancias peculiares, em 18 de Fevereiro de 2012...
O conhecimento deste facto obtive-o através do Jornal On-line de C.Verde, "A Semana", que publicou a notícia a que acrescentou um dado que me deixou petrificado: Sócrates havia perecido por lhe ser sido negava assistência num Hospital (não identificado...) de Lisboa! E tal atitude dever-se-ia ao facto de o jovem não ter documentos por se encontrar ilegalmente em Portugal...O que era de espantar, pois foi jogador do Leixões e era estudante aquando da sua morte...
Um irmão do falecido acabou por desmontar esta monstruosidade informando que o Sócrates havia sido atropelado em Viseu e que, à revelia do que lhe havia sido recomendado pelo médico que o havia visto no Hospital daquela cidade, decidira vir para Lisboa ver o filho de 2 anos...
Que falara com ele, na véspera do falecimento, e que ele se lhe queixara de dores no corpo que atribuiu a uma gripe...Acabou por falecer antes que o INEM, entretanto chamado, tivesse podido aplicar-lhe qualquer tipo de tratamento...
Mas, o mais grave é que, antes de ter sido reposta a verdade dos factos pelo A Semana, a noticia inicial, fruto de mau trabalho de  uma má jornalista provocou uma onda de comentários indignados - 250 - e um falatório inflamado nas redes sociais em  que, à mistura com algumas poucas vozes pró moderação, se agigantavam os clamores de revolta, de vingança, de ódio...Um comentário chega ao exagero de pedir ao P.M. de Cabo Verde que faça regressar todos os caboverdeanos que estejam em Portugal, que seja banida a língua portuguesa e que todos os portugueses sejam expulsos de Cabo Verde...Enfim, li coisas que me deixaram mergulhado numa enorme tristeza por constatar que existem pessoas que nutrem  ódios racistas que nem sequer escondem a sua base xenófoba...Se, nuns casos, a verborreia revolucionária é fruto de alguma ou muita ignorância, situações há em que se notam profundos rancores que me espanta andarem por aí à solta quase 40 anos depois da Independência...Serão casos de pura e incurável frustração? Só sei que algo morreu em mim, esta tarde... 

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