Dona Jacinta estava em dia de azar: depois de ter quebrado a jarra que costumava estar no centro da mesa, e que sua avó tinha comprado numa viagem às Caldas, pisou o rabo da gata Marina, assustou-se com o miado aterrador, caiu e...partiu a perna...
No Hospital - um Hospital no Centro do País - foi vista e aplicaram-lhe uma tala, que devia ser o suficiente, pois a fractura não era muito profunda...
Durante dois dias, D. Jacinta sofreu dores permanentes e foi levada de volta ao mesmo Hospital onde, estranhamente, verificaram que a senhora tinha que ser operada...A fractura, afinal, era grave!
Entre a operação e o recobro, D.Jacinta passou o dia ausente do seu quarto, onde regressou à noitinha mas, desgraçadamente, os problemas ainda não tinham acabado pois a paciente não conseguiu dormir com dores, nem deixou dormir a sua companheira de quarto que, por acaso, é minha cunhada...
De manhã, um clínico todo engomado, perfumado e emproado, respondia às queixas de D.Jacinta com a notícia de que ia ser radiografada, o que aconteceu na meia hora seguinte...
A senhora continuava a sofrer de dores e, ao fim da manhã, o mesmo elegantíssimo médico veio dizer-lhe, como se se tratasse da coisa mais comezinha deste mundo que, como os parafusos que tinham aplicado para consolidar a fractura parecia que, afinal, eram um pouco maiores do que o necessário, a senhora iria ser operada, de novo, para os substituir por parafusos mais pequenos...D. Jacinta parece ter esquecido as dores pois o choro convulsivo que se seguiu às palavras do clínico só podiam ser mesmo de indignação...
Sem comentários:
Enviar um comentário