(5769) - A DOÇARIA CONVENTUAL...

 

Diz-se que se não fossem as freiras, não haveria doces, principalmente, a extensa, saborosa e variada doçaria conventual fabricada à base de açúcar e gemas de ovos... Mas, perguntar-se-á, porque razão, esta estranha cumplicidade entre as silenciosas freiras e a doçaria?

Segundo corre à boca pequena, as freiras, em cuja indumentaria dominam chapéus e capas brancas mais ou menos volumosos, utilizavam as claras dos ovos para "engomar" esses adereços das suas vestes...A determinada altura, colocou-se a questão do que fazer à enorme quantidade de gemas de ovos sobrante, impossível de ser consumida na sua totalidade em omeletes, gemadas e outras receitas de consumo normal...Foi então que, corria o SEC. XV e o açúcar tinha chegado à Europa (para substituít o mel) e já se cultivava a cana-de-açúcar na Madeira então já colonizada, que alguém se lembrou de fazer uns docinhos, para consumo no Convento e venda no exterior, com as vantagens que são evidentes...Tinham nascidos os "doces conventuais" que ainda hoje fazem as nossas delícias, e continuam a dar-se a conhecer através de designações muitas delas verdadeiramente inconfundíveis...Ora vejam: Barrigas de Freira, Papos de Anjo, Toucinho do Céu, Orelhas de Abade, Manjar Branco, Fios de Ovos, Pescoços de Freira, etc. etc..

Claro, que não podemos garantir a veracidade desta história.  Como diriam os italianos, "...ma si non e vero e ben trovato!"...