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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

(6190) - O CENTRO DO MUNDO - (3) ...

 
A historia funciona em termos de naçao: ja' foi dito em varios lugares  que a naçao caboverdiana precede o estado de Cabo Verde. Qual a data do seu nascimento ? Teria a Naçao Caboverdina nascida em Cabo Verde ou na diàspora? Ja' defendi a hipotése de que a Naçao Caboverdiana nasceu na diàspora, nos Estados Unidos no século XIX. Tudo o que seja anterior a esta data pertence a naçao portuguesa. Assim a historia da Cidade Velha pertence aos portugueses e a Portugal que a inventaram no oceano atlantico. E com razao diz o Adriano Miranda Lima  que as estorias anteriores ao nascimento da Naçao Caboverdiana no século XIX pertencem a Portugal e compreendo o apoio de Portugal a candidatura da Cidade Velha a patrimonio da humanidade porque pertence a historia das aventuras maritimas portuguesas. A historia é feita de documentos: quais foram as instituiçoes criadas em Cabo Verde para pensar as descobertas? Nada disso e ainda os arquivos nada revelaram neste aspecto. Dizia Eugénio Tavares que falar de musica sem conhecer solfejo faz fivia. E' o que acontece com esse falhado historiador americano...
Luis Silva...
...oooOooo...

Acho que o Luiz tens razão no que diz. Como este assunto pode e deve ser motivo de mais reacções, dando razão aos que dizem que as conversas são como as cerejas, vou fazer retorno de palavras de um comentário que meti no ARROZCATUM.
Esta conclusão histórica do senhor Marcel Balla não deve ser motivo para deslumbramentos porque tal não faz qualquer sentido. Em primeiro lugar, porque se alguém poderia colher dividendos desta conclusão seria Portugal (reportando-se ao seu papel histórico na era quinhentista), que descobriu, povoou e explorou as ilhas enquanto pôde e como pôde, especialmente tornando-as importante entreposto do comércio de escravos, comércio que encaixava com a lógica e os princípios morais então dominantes, porque até a Igreja Católica a aceitava e aproveitava. Mas seria paradoxal que o Cabo Verde independente se ufanasse com esta sábia descoberta do senhor Balla, sabendo-se como se sabe que as motivações nacionalistas em que se fundou o ideário da independência têm na escravatura, e indiscutivelmente, uma página negativa da história do território. Mas os paradoxos não nos largam, nem a tessitura da história deles se livra. É que sem a escravatura provavelmente o povo cabo-verdiano não existiria, como é fácil de perceber. De facto, não fossem os chorudos lucros daquele comércio, provavelmente o arquipélago teria sido abandonado ou pelo menos não beneficiaria de uma continuada atenção. Portanto, duvido que a conclusão do historiador Balla concite algum interesse no meio académico ou que encontre sequer bom acolhimento entre os cabo-verdianos que tenham cabeça para pensar, quando supõe engrandecidos os cabo-verdianos com a sua tirada.
Abraço,
Adriano

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