Carlos Sá Nogueira Borges
O ENDIVIDAMENTO PÚBLICO E A GOVERNAÇÃO SURREALISTA
A Fitch Ratings diz que a dívida pública de Cabo Verde vai subir para mais de 115% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2015, mais de 10 pontos percentuais do que as projecções de Novembro passado, e também muito acima do valor estimado pelo Governo para este ano, que é de 98%. A agência de notação financeira diz ainda que essa cifra vai continuar a subir para atingir um pico acima dos 120% em 2017. Em consequência, baixou o rating do nosso país de BB- para B, ou seja, aumenta os riscos de sustentabilidade da dívida.
Anda toda a gente preocupada, incluindo a oposição, é claro, com a notícia que dá conta do elevado nível de endividamento do País. A notícia que, agora, A Semana dá à estampa não é, no fundo, nenhuma novidade. Aliás, vários são os artigos publicados, de conceituados economistas cabo-verdianos e estrangeiros que apontavam para a situação que a Fitch Ratings vem, agora, publicar no seu relatório. Nessa altura, esses especialistas foram esconjurados e zombados na praça pública pela senhora Cristina Duarte. Apelidava-os de profetas de desgraça.
Mas a questão de fundo, quanto a mim, e perdoem-me pela ignorância, já que não sou propriamente, um especialista na área, não é o nível de endividamento de Cabo Verde. O problema não é este. O que os cabo-verdianos devem perguntar e saber, é se os investimentos que foram feitos têm ou não, de facto, a capacidade de retorno, a longo prazo? Sim, porque de nada vale, termos grandes adornos de obras no País, para os ingleses verem, se estas infraestruturas não têm capacidade de retorno, para já. A questão não é ir emprestar dinheiro às instituições financeiras internacionais, para investir. A questão tem que ver, sim, com políticas de investimentos. O Governo dá ao luxo de apresentar estatísticas de obras feitas, sem se preocupar, se estas teriam ou não, impacto real na vida das pessoas e, por consequência, na economia do País. Confesso que não percebo, que um País com tantos investimentos feitos, continua, ainda, a não crescer e com uma taxa de desemprego e de pobreza, sobretudo jovem, assaz elevada. É caso, para começarmos a pensar, que se calhar estaremos em presença de um surrealismo governativo. Pois, o que o Governo de José Maria Neves anda a fazer, desde 2001, é brincar com o lado psíquico dos cabo-verdianos. Ou seja com o seu inconsciente. Um autêntico cubismo na governação da coisa pública.
Só assim, conseguimos perceber o alcance da retórica da senhora Duarte. Recorde-se, que na semana passada, a super-ministra Cristina Duarte disse, que a "opção de investimentos" do Executivo a que pertence, é "histórica". Absolutamente de acordo, senhora ministra! De facto, este Governo bateu todos os recordes de endividamentos em Cabo Verde.Nunca, desde a independência, o País endividou-se tanto, quanto hoje. O meu receio e, seguramente, de todos cabo-verdianos atentos, é a hipoteca de toda uma geração presente e futura, que está em causa!
http://asemana.sapo.cv/spip. php?article97984&ak=1
Anda toda a gente preocupada, incluindo a oposição, é claro, com a notícia que dá conta do elevado nível de endividamento do País. A notícia que, agora, A Semana dá à estampa não é, no fundo, nenhuma novidade. Aliás, vários são os artigos publicados, de conceituados economistas cabo-verdianos e estrangeiros que apontavam para a situação que a Fitch Ratings vem, agora, publicar no seu relatório. Nessa altura, esses especialistas foram esconjurados e zombados na praça pública pela senhora Cristina Duarte. Apelidava-os de profetas de desgraça.
Mas a questão de fundo, quanto a mim, e perdoem-me pela ignorância, já que não sou propriamente, um especialista na área, não é o nível de endividamento de Cabo Verde. O problema não é este. O que os cabo-verdianos devem perguntar e saber, é se os investimentos que foram feitos têm ou não, de facto, a capacidade de retorno, a longo prazo? Sim, porque de nada vale, termos grandes adornos de obras no País, para os ingleses verem, se estas infraestruturas não têm capacidade de retorno, para já. A questão não é ir emprestar dinheiro às instituições financeiras internacionais, para investir. A questão tem que ver, sim, com políticas de investimentos. O Governo dá ao luxo de apresentar estatísticas de obras feitas, sem se preocupar, se estas teriam ou não, impacto real na vida das pessoas e, por consequência, na economia do País. Confesso que não percebo, que um País com tantos investimentos feitos, continua, ainda, a não crescer e com uma taxa de desemprego e de pobreza, sobretudo jovem, assaz elevada. É caso, para começarmos a pensar, que se calhar estaremos em presença de um surrealismo governativo. Pois, o que o Governo de José Maria Neves anda a fazer, desde 2001, é brincar com o lado psíquico dos cabo-verdianos. Ou seja com o seu inconsciente. Um autêntico cubismo na governação da coisa pública.
Só assim, conseguimos perceber o alcance da retórica da senhora Duarte. Recorde-se, que na semana passada, a super-ministra Cristina Duarte disse, que a "opção de investimentos" do Executivo a que pertence, é "histórica". Absolutamente de acordo, senhora ministra! De facto, este Governo bateu todos os recordes de endividamentos em Cabo Verde.Nunca, desde a independência, o País endividou-se tanto, quanto hoje. O meu receio e, seguramente, de todos cabo-verdianos atentos, é a hipoteca de toda uma geração presente e futura, que está em causa!
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