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quarta-feira, 26 de março de 2014

[6721] - INICIATIVA - {3}



Da pública á privada ou vice-versa.

Se ficarmos uns á espera dos outros, o resultado é mais que previsível!
O dínamo de uma sociedade está na sua massa critica e na sua capacidade de se reinventar e adaptar.
Não há nenhum estudo científico que comprove que pelo facto de sermos provenientes de uma determinada latitude, isso nos confira qualquer tipo de capacidade divina de empreender um qualquer tipo de tarefa de forma superior a outros indivíduos de outras latitudes.
É evidente que um Argentino terá, por uma série de factores socioculturais, maiores probabilidades de vir a ser um bom jogador de futebol que um Islandês, que porventura poderá desenvolver uma técnica de pesca bem mais apurada.
Contudo, ambos terão teoricamente a mesma hipótese de um dia serem gestores de uma empresa, assim tenham acesso às mesmas ferramentas.
Compreendo e aceito o facto deste acesso, não estar tão democratizado quanto desejável. Creio que neste particular, e apesar das assimetrias da região, a nação Cabo-Verdiana é das que mais se destaca na forma como tem conseguido criar recursos humanos com formação adequada.
Talvez falte olhar para o projecto de uma forma sistemática e actuar de forma sistémica. Obviamente que para termos uma sociedade arrumada e suficientemente preparada para atingir determinados objectivos estratégicos, temos que antes de mais, traçar esses mesmos objectivos.
E aqui há tanto quem defenda que a responsabilidade é dos estados como quem pelo contrário, aponte a mesma ao sector privado.
Que uma sociedade com demasiado estado cristaliza e torna-se dependente, e que essa dependência nunca augura nada de bom, parece-me evidente.
Assim sendo, o sucesso de qualquer modelo está na capacidade de construir pontes e na criação de sinergias entre as diferentes forças. O estado deverá cumprir o seu papel de regulador, facilitador e patrocinador das bases para aqueles que foram os objectivos estratégicos traçados.
Depois, como em qualquer plano, é necessário monitorizar e afinar se for caso disso, porque um projecto, seja ele qual for, é uma entidade dinâmica. É igualmente fundamental não perder de vista, quais os factores críticos de sucesso e se estes estão em linha com o previsto.
Em suma, é necessário que cada interveniente saiba exactamente, qual a sua função e o resultado que se espera do exercício da mesma, sendo fundamental que a sua capacidade de resposta e o grau de cumprimento da tarefa sejam devidamente avaliados.
Se não houver capacidade autocritica, não há plano que resista.
Um político que não seja escrutinado ou um profissional que não seja sistematicamente avaliado através de indicadores de produtividade, tendem a cometer sempre os mesmos erros e a parar no tempo. Um corre o risco de se tornar um déspota, o outro, um incompetente.

Até breve,
Paulo Azevedo

3 comentários:

  1. Concordo inteiramente com este texto, no qual é abordada uma questão momentosa. Mas penso que certas capacidades, como a da organização e planeamento, têm algo a ver com predisposições genéticas.

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  2. Diria que dependem mais de fatores socioculturais. Eu não nasci marketeer e até lhe garanto que nem sonhava lá pelos meus 25 anos que um dia seria gestor desta área, a verdade é que a vida e a constante necessidade de melhorar e me adaptar e de acompanhar os meus pares, obviamente acompanhadas de uma vontade intrínseca se encarregaram de me colocar neste ponto. O ambiente sociocultural fez toda a diferença. Para mim, predisposições genéticas ... só para doenças!!!
    Abraço
    Paulo

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  3. Mano,
    Gostei e concordo com o que escreveste. Como diz o amigo Adriano, certas capacidades terão uma predisposição genética e uma delas será o dom da palavra e da escrita que tu tens. De quem terás herdado essa capacidade?
    bjs
    Paula :)

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