RIBEIRA DO CALHAUSe eu voltasse a criar o mundoNão deixaria que os remorsosMais tarde me corroessemPor deixar incompleta tua beleza. As pedras que te enfeitamNão conspirariam agora em silêncioNem ruminariam com azedumeSua sina de matéria inerte. Ordenaria sim que as nuvensTransbordassem de águaSobre teu corpo quenteEm banhos de perpétua fecundidade. Enfeitaria tuas formasCom simulacros de primaveraE nem o mais afamado costureiroDesdenharia minha obra.Então os pássarosDe todas as espécies e coresViriam de longeTrazer-te seu canto matinal.Se eu voltasse a criar o mundoDeixar-me-ia enamorarPela tua exótica fantasiaE abdicaria da minha divina condição S. Vicente, Julho de 2002 Adriano Miranda Lima
S. Vicente quando chove é tão verde como a Suiça e quando seca é tão seco como a Lua. Ah ah ah
RIBEIRA DO CALHAU
Se eu voltasse a criar o mundo
Não deixaria que os remorsos
Mais tarde me corroessem
Por deixar incompleta tua beleza.
As pedras que te enfeitam
Não conspirariam agora em silêncio
Nem ruminariam com azedume
Sua sina de matéria inerte.
Ordenaria sim que as nuvens
Transbordassem de água
Sobre teu corpo quente
Em banhos de perpétua fecundidade.
Enfeitaria tuas formas
Com simulacros de primavera
E nem o mais afamado costureiro
Desdenharia minha obra.
Então os pássaros
De todas as espécies e cores
Viriam de longe
Trazer-te seu canto matinal.
Se eu voltasse a criar o mundo
Deixar-me-ia enamorar
Pela tua exótica fantasia
E abdicaria da minha divina condição
S. Vicente, Julho de 2002
Adriano Miranda Lima
S. Vicente quando chove é tão verde como a Suiça e quando seca é tão seco como a Lua. Ah ah ah
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