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sexta-feira, 4 de julho de 2014

[7126] - INDEPENDENCIA E NACIONALIDADE...

Excerto da crónica Resposta ao Teste "O que você sabe sobre Cabo Verde", publicada no Grupo Oásis, por José Rui Alem:


A maior mentira que o povo caboverdiano teve que enfrentar é sobre a paternidade da sua independencia. Sobre a nacionalidade o conceito é diverso pois engloba todas as manifestaçoes culturais. Temos o Batuque de origem africana, temos o funana de origem do norte de portugal, temos as vestes das mulheres do interior de santiago e com o lenço na cabeça de origem do norte de portugal, temos a nossa lingua cosntituida na sua maior parte da origem portuguesa .. enfim é todo esse conjunto que forma a nossa nacionalidade. Poderiamos dizer que um dos pais da nacionalidade pode ser o Eugenio Tavares etc etc mas o sentido “popular” da palavra nacionalidade deve ser entendida como cidadania. O que nos atribui uma cidadania é a independencia do nosso país.
Como pudemos constactar , se o PAIGC tivesse vencido a guerra na Guiné jamais teriamos um Estado só nosso, não teriamos a nossa independencia, não seriamos cabo-verdianos de cidadania mas sim de naturalidade (local onde nascemos, de onde somos naturais) apenas. No acordo de Argel, os portugueses exigiram ao PAIGC/ Guiné-Bissau QUE RECONHECESSE a independencia de Cabo Verde, ( haveria necessidade dessa exigencia num acordo se à partida o PAIGC /Guiné Bissau já previsse a INDEPENDENCIA DE CABO VERDE?) e que , reconhecesse o direito ao povo caboverdiano, o direito a sua AUTODETERMINAÇAO . Assinaturas de Mario Soares, Almeida Santos , Pedro Pires entre outros.!!!
 
Por sugestão de
José F. Lopes

4 comentários:

  1. Desconhecia que Portugal tivesse imposto nos Acordos de Alvor a salvaguarda da autodeterminação de Cabo Verde quando os que se dizem pais da sua independência pretendiam a sua anexação à Guiné-Bissau. Ou o facto passou-me despercebido ou então não foi suficientemente relevado na comunicação social por conveniência diplomática. A ser verdadeira esta informação, não deixa de ser irónico que tivesse sido o antigo colonizador a proteger a identidade cabo-verdiana de uma outra sujeição colonizante.

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  2. Vou enviar por e-mail o Teste completo...

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  3. Pois, já li o Teste e a argumentação (mais factual que especulativa) parece irrebatível em aspectos fundamentais para o apuramento da verdade. A comparação com o que aconteceu com Tanganica e Zanzibar faz todo o sentido e o facto de ter sido Portugal a impor o reconhecimento do direito de Cabo Verde à autodeterminação, contrariando a intenção do PAIGC de integrar pura e simplesmente o arquipélago na então Guiné portuguesa, esse então merece ser completamente esclarecido e confirmado. Esclarecer e confirmar não apenas em termos formais (a letra e os pressupostos do Acordo), mas em tudo o que estava verdadeiramente subjacente nas posições daquele Partido. É caso para se dizer que o rabo do gato escondido tende a tornar-se tão comprido que o bicho não terá outro remédio senão sair completamente da sua toca.

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  4. Meu caro, neste momento e em presença de tais evidências creio ser pertinente inquirir a quem aproveitou a morte de A.C. neste cenário de uma ou duas pátrias?!

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