Clube Matiota
Como estão os fundos marinhos na zona da Matiota e da Laginha com toda a actividade resultante da existência dos estaleiros?
O mercúrio, o chumbo, todos aqueles metais pesados e produtos tóxicos que resultam da reparação naval, onde vão parar? Terão tratamento?
Qual o destino dos desperdícios resultantes dessa actividade?
Esta pergunta foi formulada nas redes sociais há já alguns dias, mas não há notícia de que tenha sido respondida...
Essas foram precisamente as questões que levantei no meu parecer em forma de artigos que publiquei nesta altura no então Liberal Online e Noticias do Norte.
ResponderEliminarParece-me que dois proveitos não podem caber no mesmo saco no sentido em que alguém um dia terá que julgar e decidir esta questão. Ou esta área é destinada a actividades económicas industrias (estaleiros) e assume-se todas as consequências políticas desta decisão, ou é destinada a lazer (praias etc, laginha matiota etc), neste caso os estaleiros e tudo o que vem ‘avec’ não têm aí lugar. Pretender fazer as duas coisas é enganar as pessoas e pôr a saúde das pessoas em risco. Pode haver risco de a contaminação química e biológica aumentar nesta área no futuro, se ela já não existe. Sim
Por outro lado, os acontecimentos na Laginha da semana passada vêm confirmar o que enunciei. Os climatologista têm vindo a alertar o aumento de eventos meteorológicos extremos que assolam cada vez mais as zonas costeira em toda parte do mundo, nomeadamente a zonas inundáveis. Cabo Verde não vive na Lua, que eu saiba, ou será que os políticos o blindaram para a natureza.
As zonas costeiras tornaram-se vulneráveis e o urbanismo concentra-se precisamente nesta zonas , de preferência junto à praia sobretudo para o lazer e o turismo.
Uma conjugação de eventos extremos temporais: marés, um ciclone, correntes, ribeiras a correr é o pior de todos os cenários possíveis. Em CV pode ser complicado. Toda a área marginal de S. Vicente pode estar potencialmente em risco, incluindo a Baia das gatas que virou uma autêntica cidade, uma atitude irresponsável das autoridades do país que deveriam preservar esta área para um turismo de lazer, como era antigamente, e não contruir de raíz sem ordenamento uma cidade balneária para a pequena burguesia mindelense. As construções em prédio de vários andares é uma afronta ao bom senso. Depois é preciso muita água, luz, rede de esgotos tratamento do lixo e etc etc
Estará o país a preparar-se para os diferentes cenários . Existe uma educação ambiental? O que se vai fazer do lixo da poluição etc. Existe alguma antecipação? Neste momento existe muito ruído político mediático e não há uma reflexão sobre a problemática de sustentabilidade em CV e ninguém quer levantar as verdadeiras questões até que…
...ATÉ QUE SEJA TARDE DEMAIS E POR MAIS QUE SE TORÇA A ORELHA, NÃO DEITAR PINGA DE SANGUE...
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