Segundo o Director de Monumentos e Sítios, José Landim, que ontem foi entrevistado pela Rádio Morabeza, O IIPC, que é a autoridade cabo-verdiana em matéria de Património, não aprovou o projecto e nem sequer o recebeu, o que já devia ter sido feito há um ano, pelo menos. Recorde-se que o Centro Histórico da Cidade está classificado, não se pode fazer intervenções estruturais que comprometam o seu equilíbrio arquitectónico no seu conjunto, sejam quais forem os argumentos económicos. Uma obra destas, que peca por violação completa de todos os parâmetros (o mais grosseiro é a sua volumetria) e que alguns já classificaram de ‘Passaron’ em cima da Praça Nova, ponto nevrálgico de toda a cidade, é inaceitável. Esta vai romper com todos os equilíbrios desta cidade, Património único em CV. O centro da cidade está cobiçado por uns e invejado por outros e, sobretudo, na mira de interesses especulativos que não se poupam a meios para a aprovação de projectos os mais megalómanos. Esta obra funciona como um efeito de dominó: se cair uma pedra toda a cidade cai. Agora, podemos concluir que foi a Câmara, traiçoeira, quem autorizou esta obra (como o tinha feito para o palacete do Dr Adriano D. Silva). Esta Câmara já não tem mais condições, está caindo no descrédito total. Eu, que até hoje tinha uma posição neutral em relação a esta Câmara, nunca a critiquei, achando-a muitas vezes vítima mas, na realidade, ela é vítima da sua própria incompetência e estupidez. Agora, digo alto e bom som, Rua com esta Câmara Municipal, bufa e traiçoeira. Amigos, estejamos atentos e vigilante, façamos tudo para que o Centro da Cidade não seja violado por esta e outras obras. A Câmara está vinculada à lei, não pode aprovar coisas que a violam... E ela só podia dar o seu aval depois do PARECER FAVORÁVEL do IIPC. Portanto, esta obra não pode avançar! Organizem-se no terreno para constituir um movimento cívico que zele pela protecção da nossa cidade, que é também de Cabo Verde, para que não seja inundada por projectos desta natureza. (José Fortes Lopes)
DO FACE BOOK..
ResponderEliminar.Spencer Heider
13/2 às 23:17
Meus senhores, não foi possivel travar as obras na casa do Doutor Adriano Duarte Silva, o que é que vos faz pensar que nessa será possivel no caso de EDEN PARK? Os individuos com consciencia Historica são poucos e em breve desaparecerão, deixando as ilhas e o pais nas mãos de uma juventude alienada ignorante e desinteressada e talvez se inicie assim a maior crise existencial da historia das ilhas. Hoje não sabemos quem somos, a que pertencemos e que futuro queremos para as ilhas. Que vençam os que mais poderes tem. O povo já se provou incapaz de reagir, de exigir, de reclamar seus proprios direitos quanto mais reclamar por algo que já considera velharia. Que saudades tenho do Eden Park. Mas assim será em breve. Apenas uma memoria, independentemente da luta que venham a travar.
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ResponderEliminarImaginem agora o Ping Pong entre a CMSV e o IIPC. É um paradoxo, a câmara a condenar um património e a instituição central que nunca recebeu nada. Vamos ver como é que esta saga vai continuar
ResponderEliminarEstou em total concordância com o Spencer Heider. Há um enorme trabalho que urge empreender em Cabo Verde: dotar o povo de um mínimo de consciência cívica e identitária. Sem isso, lutar por causas desta natureza é como pregar no deserto. O caso da Casa do Dr. Adriano perdemo-lo não contra quem decidiu mas contra a opinião do povo. Este é um caso em tudo semelhante. As pessoas (e estou a falar de gente supostamente instruída) deixam-se levar facilmente por qualquer vendedor de ilusões.
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