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sábado, 4 de abril de 2015

[7967] - GATO ESCONDIDO...


GOVERNO RETOMA CIMEIRA SOBRE REGIONALIZAÇÃO:
À procura de seiva numa
árvore de pouca fruta ainda
» Adiada desde o ano passado, a cimeira delineada pelo Governo para encontrar os
caminhos para descentralizar o poder, sem esvaziar a estrutura do Estado, vai acontecer
agora nos próximos dias 14 e 15 deste mês de Abril. Entre euforia de alguns e
cepticismo de outros, o primeiro-ministro José Maria Neves já reconhece uma guinada
no seu pensamento, admitindo ministérios nas ilhas e duas câmaras no Parlamento. (in A Nação)

...oooOooo...

No jornal A Nação,  fala-se da regionalização e parece anunciada uma cimeira. Mas o que é dado ler não permite ilusões, sobretudo quando se lê: “José Maria Neves, aborda o tema regionalização/descentralização/ desconcentração e admite que mudou algumas ideias nessa matéria, aceitando a redistribuição dos ministérios pelas diferentes ilhas.”

Ora, não é a desconcentração dos órgãos do governo que altera o panorama de estagnação do país, pois fica tudo na mesma. Também se lê noutra notícia, artigo ou reportagem, que um engenheiro, de que não fixei o nome, é de opinião de que com a regionalização fica aberta a porta para o aumento da “roubalheira", nacional, dizendo que a centralização ao menos controla os limites do regabofe (estas palavras são minhas, mas reproduzem a ideia). Não sei se no mesmo texto ou se noutro, aparecem figuras de destaque em algumas ilhas a manifestar dúvidas sobre  as vantagens da regionalização. É o caso do José Manuel Pires Ferreira, meu antigo colega no Gil Eanes, que é mesmo contra.
Outra notícia fala do aumento para 600 escudos CV dos honorários do presidente da ENAPOR e noutra o descontentamento dos deputados pelos altos vencimentos dos gestores das empresas públicas.
Começo a ficar com a impressão de que  nossa terra está ingovernável ou na iminência de o ser. As pessoas estão mais motivadas e preocupadas  com a melhoria dos seus estatutos pessoais do que com o servir o país e o seu povo. De facto, os sinais não são promissores. É que se conjugam duas circunstâncias desfavoráveis:  a torneira internacional vai deixar de jorrar como antes;  os nossos políticos constituíram uma casta que vive exclusivamente à custa  de um Estado que não lhes interessa que emagreça, por óbvias razões. Acresce a isto a falta de capacidade e coragem política de muitos deles.
Assim, com que cores se pinta o nosso futuro? Alguém de fora que vá pôr mão naquilo? Deitar por terra o mito da nossa "independência"?
Adriano Miranda Lima

4 comentários:

  1. Vem aí o Forum ou debate da Regionalização agendado para daqui a uns dias como anunciou a Nação. Embora possamos satisfazer-nos com esta notícia parece-me mais um ritual de fim de regime, mais propaganda, do que qualquer outra coisa pois JMN e o PAICV não estão interessados em largar do leste e o centralismo é para eles a garantia de um tacho seguro. O PAICV sem Centralismo desaparece ideologicamente. Vão convidar ao Forum, aparatchiks, centralistas, e conservadores para debater a Regionalização: estamos conversados. Não querem é mudar nada do panorama sombrio de CV pois são gente convencida, têm o ego maior do que o Mundo. As propostas estão em cima da mesa é considerá-las ou largar pois temos o tempo à nossa frente. JMN e o Paicv passarão..

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  2. NO MEIO DA CONFUSÃO POLÍTICA VEM AÍ O FORUM DA REGIONALIZAÇÃO 14 E 15 DE ABRIL (IN A NAÇÃO):
    ANDAM A BRINCAR OU QUEREM DISTRAIR O PAGODE!!!!!!!
    JÁ NÃO HÁ PACIÊNCIA COM ESTA GENTE !!!!
    QUE O PRESIDENTE MANDE ESTE PARTIDO PARA CASA OU DE VOLTA PARA ONDE NÃO SEI................................

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  3. O José diz bem: O Estado centralizado é o seguro de vida do PAICV, mas talvez também do MpD. De resto, este último não deve ser boa encomenda para Cabo Verde. Não tem qualquer proposta digna de crédito. Imaginem que recentemente o seu presidente se exultou por finalmente se criar o Tribunal Constitucional no país. Vejam a noção que ele tem das prioridades de um pais pequeno e sem recursos naturais. Um tribunal constitucional!!! Mais um órgão para um Estado despudoradamente sobredimensionado. Sobre uma profunda reforma para reduzir o aparelho do Estado e articulá-lo em conformidade com as nossas condições e estritas necessidades, nem uma palavra.

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  4. JMN volta a falar da Descentraliação/Regionalização mas à sua maneira. Procura arranjar a casa (?) antes de a entregar mas não está sereno e não pode pensar o melhor para equilíbrar o que foi feito em beneficio so de alguns. A prova? O malfadado Estatuto que o afunda ainda mais no barómetro da popularidade. A ideia (dele?) de proteger os camaradas e a reacção popular imediata indicam que as fracturas são reais e profundas e que colocam o Pais numa situação ubuesca.
    As razões da subida do desespero são múltiplas e estruturais e o PM não leva em conta que o Povo quem mais ordena.

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