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sábado, 9 de maio de 2015

[8131] - REGIONALIZAÇÃO - SIM OU NÃO?!

Éder Oliveira· 
Devemos ou não exigir a Regionalização das nossas ilhas?!
A excepção da ilha de Santiago, todas as restantes ilhas agrícolas de Cabo Verde têm vindo a perder peso na população total de Cabo Verde. No caso da ilha de Santo Antão, que em 1970 representava 16.5% da população residente em Cabo Verde, verifica-se um decréscimo de 7.6 pontos percentuais no seu peso na estrutura populacional. Em 40 anos (35 de independência) a ilha perdeu população de forma gradual, tanto para as outras ilhas (São Vicente, Santiago, Sal e Boavista) - migração - como para a Diáspora - emigração.
Trata-se de uma saída de população forçada, essencialmente, pelo desemprego. O desemprego que afecta a ilha é galopante, afectando tanto os jovens em início de carreira (licenciados e não licenciados) como os mais velhos. A aguardente, um produto que poderia ajudar na economia familiar, hoje é um produto, na grande maioria dos casos, de péssima qualidade e que igualmente vai ceifando população (jovens e velhos) à ilha, por via da mortalidade.
A ilha tem um enorme potencial, não só agrícola, como no ramo do turismo de montanha. Contudo, sem um aeroporto (regional ou internacional) a população local não consegue tirar proveito do potencial turístico, sendo assim obrigada a (e)migrar.
Hoje fala-se muito na regionalização como uma solução para levar poder e recursos às populações nas suas áreas de residência, permitindo assim às ilhas crescer com base no potencial de cada uma e por aí promover mais equidade e eliminar as disparidades/assimetrias. Contudo, exceptuando uma ou duas personalidades, não vejo uma verdadeira união na ilha de Santo Antão que se interesse pela regionalização como um novo caminho para alavancar a economia regional e inverter esse ciclo vicioso:
Baixa Densidade Populacional--->Níveis Críticos de Infraestruturas e Serviços--->Fraco Empreendedorismo (Défice de investimento endógeno e móvel em actividades de base)---> Fraca Oferta de Emprego (Perda de Capital Humano)--->Forte Emigração e Envelhecimento--->Baixa Densidade Populacional.
Se continuarmos a trilhar pelo mesmo caminho destes quase 40 anos de independência, não queiramos ver a situação social da ilha de Santo Antão no virar do século (2100).
Errata: penso que onde o autor do quadro pôs 2100 se trata de 2010.


(FaceBook)

2 comentários:

  1. Hoje ArrazCatum destacou a opinião do amigo Éder Oliveira de Santo Antão, que recordamos analizou a problemática do ponto de vista técnico com um grande artigo no livro os caminhos da Regionalização.
    Uma ilha como S. Antão tem grandes trunfos/potencialidades que viriam a ser melhor explorados no quadro de uma Regionalização bem conseguida. De relaçar que se não se travar o Centralismo rompante, esta ilha continuará a inexoravelmente desertificar-se dos seus recursos humanos em favor de S Vicente e Santiago.

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  2. Obrigado pela partilha da minha opinião amigo José Lopes. Temos que retomar o debate sobre a regionalização, exercer pressão junto de quem de direito na tomada de decisão e evitar que este assunto de interesse nacional se transforme em tema de campanha dos partidos políticos no sentido de interesse próprio. Queremos que eles (os políticos) apoiem a regionalização mas não que a usem para vencer as eleições para depois não cumprirem as suas promessas. Abraço

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