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sexta-feira, 15 de maio de 2015

[8147] - LAJINHA...QUE DEUS HAJA!...

PORQUE APARECE  A LAJINHA NAS FOTOS COM TÃO POUCA GENTE?

Clube Matiota questionou da razão da pouca frequencia na Lajinha apesar da linda praia ter sido cimentada com areias pozolânicas... 
Porque será que a Lajinha aparece nas fotos quase sempre com pouca gente? Muito longe do povo que costumava invadir a Matiota, noutros tempos...
Dantes, nos anos 60...70...,  S.Vicente teria uns trinta e tal mil habitantes! Hoje,  certamente terá mais do que o dobro. Então, porquê essa ausência? Ou não será bem assim?
Como professor de Oceanografia Física Costeira, já tive que responder à questão... Mas aqui, FAÇO-O mais como cidadão mindelense preocupado com tantas asneiras...
Não escondo que entre o moderno que não sei em que é que vai acabar e o que sempre lá esteve, prefiro esta última solução. Não me interessa se a Lajinha ficou mais bonita como nos queriam convencer: o importante é o conforto, a praticabilidade e, sobretudo, a ausência de perigos. Não é preciso fazer contas para perceber o que se passou. A Lajinha era uma pequena praia natural que Deus deu ao Mindelo. Lembram-se de como esta praia era dinãmica? Em criança, via o efeito da maré: levava areia e cascalho e trazia alguns de volta, meses depois. Eu não percebia esta maravilhosa dinâmica e a razão porque a natureza se comportava assim. Os desenvolvimentistas do progresso aos pontapés e para encher os olhos, encheram a Lajinha de areia sem saberem o que faziam, sem sequer olharam para a batimetria desta pequena baía. Conclusão: como em muitas ilhas, a praia da Lajinha era uma pequena plataforma de alguns metros de largura e, depois a profundidade aumenta bruscamente. Resultado: aquilo tornou-se um perigo para quem não sabe nadar! Banhos? Kaput! E pode chegar o dia em que o mar reclame toda essa areia cimentosa  e artificial. Em qualquer parte do mundo um trabalho destes tinha que passar por um 'bureau de estudos em oceanografia costeira'  usando vários modelos para estudar todos os impactos. Mas aqueles tanás, analfabetos mas inchados e vaidosos que mandam hoje em C.Verde a partir dos gabinetes da Praia, pensam que sabem tudo, não ligam à opinião de quem sabe: para eles, basta-lhes a opinião de qualquer sapateiro! Assim vai a nossa terra, entregue a 'monk e lejod'.  Tudo o que há de bom em S Vicente é para arebentar. Eu, ando a rezar para não terem mais ideias idiotas para outras coisas boas do Mindelo. Eu sou do "Soncent, um vez era sabe"! Raios partam este progresso de miséria para não dizer mais coisas bem piores ou mesmo inconvenientes!...

2 comentários:

  1. A questão é simples e traduz-se num acto de boa vontade de quem na altura das ciclópicas obras tinha o "mando". É que toda a gente que frequentava o local desde os tempos de diazá em que a natureza inventou aquela praia perguntava onde estava a "laje" que dava nome à "Lajinha". E vai daí, como quem "mandava" não queria que o povo estivesse sempre a matutar naquele complicadíssimo mistério lajístico, com espírito cívico resolveu fazer a grande "laje". Havia que agradar ao povo pois é o povo que vota e ele gosta de estar esclarecido. Claro que o povo ainda tem a anterior palavra metida nos neurónios, mas oficialmente o sítio já vem em todos os atlas, compêndios de geografia e até no Google Maps como "Lajona", a grande laje oficial. Agora, apesar de alguns ainda se referirem por inércia à praia como Lajinha, todos já sabem que "sê nominha" é Lajona. Finalmente, os motivos da desertificação do local. Quem é que gosta de ir tomar banho numa lajona? Aqui o autor do texto gostaria de tomar banho numa lajona? Pois o povo de São Vicente também não.

    Fontes consultadas:
    CALHAU, José da Pedra, "O Grande Livro das Lajes", edições Tijolo, Cidade do Matacão, 2011
    BASALTO, Fernanda Rocha, "Praias de Laje e Desertificação Populacional", Edições Pozolana, Vila Nova de Mármore, 2009

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  2. Um comentário do Djack com muito humor como sempre nos sabes brindar que diz tudo sobre a lajona a praia cimentada que roubou aqule nasgo de água em que nadávamos. Triste sina essa de S. Vicente depois de ter perdido a Matiota a Laginha é o que é nem uma cosa nem outra.

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