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terça-feira, 18 de agosto de 2015

[8390] - A SEGUNDA MORTE DE NHÔ CÉSAR...


Valdemar Pereira, mandou esta foto a alguns amigos, com a seguinte legenda:

ONTÉM,  ASSASSINARAM,  DEFINITIVAMENTE,  ESTE HOMEM!

César Marques da Silva, nascido em S.Nicolau, a 4 de Julho de 1909, foi o "inventor" do cinema EDEN-PARK, na Praça Nova, da cidade do Mindelo, ilha de S.Vicente, República deCabo Verde...Durante décadas, gerações de mindelenses viveram horas de puro prazer lúdico - e não só - visionando filmes inolvidáveis, histórias incriveis de outras gentes, de outras paragens, de outros mundos que, assim, foram desvendados a muitos milhares de pessoas que, na sala escura e mágica do Cine Eden-Park, por algumas horas esqueciam o seu isolamento de ilhéus e participavam, por  vezes ruidosamente, nas vidas que perante os seus olhos, a magia da sétima arte fazia desfilar na pantalha luminosa e hipnótica...
Súbitamente, os "ventos da História" fecharam a sala que, ao longo de anos, se foi transformando num trágico fantasma de si mesma, enquanto o povo se interrogava: PORQUE?!
A resposta chegou ontem, da forma mais brutal e desumana, quando, estupefactas, as gentes viram as entranhas de um novo cadáver urbano serem estripadas com a sanha assassina de interesses que se movem nas costas do povo, num trágico conluio de sistemática destruição do património e da História da Ilha mártir de S.Vicente... Indefeso, paralisado pela estupefacção, Mindelo assiste, impotente, à Segunda Morte de Nhô César!!!



5 comentários:

  1. Isto é para verem a Câmara que temos. Faz demagogia para ganhar votos pois só o poder interessa aos que estão no comando.
    Do IIPC - Instituto da Investigação e do Património Culturais - diria que é uma farsa, não sei para que serve se tudo está a ser deitado abaixo. Se mandassem o pessoal para casa não faria falta nenhuma pois este organismo não tem objectivos.
    A Curadoria não é respeitada e a opinião do povo não conta para nada. Pode-se dizer com toda a certeza que "nôs terra ta cabóde na nada", entregue à bicharada,

    Matrixx

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  2. A Câmara Municipal e a Curadoria se associaram para dar seguimento à ordem do dia ou ao que decidiu o grupo de "Tude pa tchom", desconsiderando Histôria, a Cultura e o esforço dos nossos antepassados que ousaram progredir adoptando o bom que iam aprendendo virando as costas à estagnação.
    O sketch da entrega do Palàcio, com pompa e circunstância, não passou da grande encenação do longo drama programado que segue depois do Fortim d'El Rey e da casa que o ilustre santantonense Adriano Duarte Silva doou à nação. O mal foi de estarem onde estavam.
    Por isso, é de se estar intranquilo pois, a Câmara Municipal, sem verba de manutenção, vai servir de bode expiatôrio para a liquidação total do dito Palàcio, do velho Liceu, a seguir à Casa do Doutor. Assim, poderão fazer uma mega cidade, de edificios azuis, igual à que fez Nicolau Ceucescu.

    Eduardo Oliveira

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  3. Caro Matrixx

    Tem razão: - " Nôs terra tá cabóde na nada"... Muito por culpa da parasitária sociedade civil ( afina, igual à "sociedade" dos políticos)... Este acto criminoso de lesa Ilha ( e não só), jamais seria possível na vivencia de : Senador Vera Cruz, Julinho Oliveira, Baltazar Lopes, Roque Gonçalves, Teixeira de Sousa e tantos outros.. meu Deus! Hoje a dita "elite" mindelense ou está exilada na Praia, comendo do mesmo tacho do poder, ou calada com medo dele! Esta é a amarga realidade!

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  4. Mais do que nunca se encaixa no nosso micro cosmo de indecisos sem o sentido de cidadania o provérbio
    gaulês que diz: - "La bétise est la réussite des ratés".
    Também se pode citar o imortal Victor Hugo: - "Les bêtes sont au bon Dieu, mais la bêtise est à l'homme".
    Até quando vamos assistir, de mãos atadas, sem defesa e sem defensores, aos desvarios e às injustiças.

    Hirondina Gomes
    (assidua invisivel)

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  5. Subscrevo o conteúdo dos comentários já postados e invoco tudo o que ao longo destes últimos anos fomos despejando do nosso coração amargurado. A memória de que nos querem expropriar é o pouco que nos resta para acreditarmos que somos dignos de nós próprios.

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