Se indagarem o que terão em comum este bolo em forma de crescente, a Torre Eiffel, o General de Gaule e o Champagne, noventa e nove por cento reponderá que será o facto de serem franceses...
Todavia, reza a História que o "croissant" terá sido inventado por um vienense de origem polaca de nome Franz Georg Kolohisky, cerca de 1474, em Constantinopla...
Consta que os turcos, vencidos numa batalha, debandaram deixando para trás de si 500 sacos com produtos diversos, a maior parte, de bom café turco, claro...Franz, que não era parvo, tratou de abrir um "café" onde começou a servir uma infusão dos preciosos grãos, acompanhado de um bolo de massa folhada que os vienenses acabariam por baptizar de "kipferi"...A forma em crescente é, por certo, uma espécie de homenagem aos otomanos que, sem querer, terão, com a sua fuga, proporcionado a Franz uma boa vida a vender cafés com "croissants"..
Acrescente-se que esta iguaria foi introduzida em França por Maria Antonieta, por volta de 1770, 225 anos depois da sua invenção por um vienense de origem polaca residente em Constantinopla...
Não é pois, por acaso, que os parisienses chamam ao "coissant", viennoiserie
E esta. heim?!
Ainda se fosse só isto... Toda a gente sabe que as baguettes ditas francesas foram inventadas pelo Jonas Wahnon e melhoradas pelo Celso Leão que lhe comprou a fábrica e deu nova vida ao produto introduzindo-lhe mancarra moída (as célebres "mancarrettes" que toda a gente adorava no Mindelo). Mas não só... a famosa lagosta suada de Peniche foi uma criação de Maria Salema que roubou um exemplar na plurim d'pêxe e a levou para a Praça Estrela onde dormia a sesta. Tendo deixado a lagosta ao sol, enquanto ela adormecera debaixo da sombra de um acácia, verificou ao acordar que a lagosta estava suada com o calor e boa para comer, apesar de crua. Até a famosa sobremesa banana split que toda a gente julga americana é invenção de nhô Tói d'Ti Barba que trabalhava na Congel e nas horas vagas experimentava criar acepipes que depois refrigerava nas câmaras da empresa. Enfim, andamos todos enganados, nada do que comemos é o que pensamos, uma verdadeira tristeza...
ResponderEliminarBraça esclarecedor,
Djack
D. Lurdes Chantre que se ponha a pau. Ela que nos deu tantas receitas de cozinha caboverdeana não encontrou nada disso.
ResponderEliminarVenham mais receitas pontapraienses.
Gosto de croissants !!
ResponderEliminarEnfim, cometi uma falta de esquecimento que é a dos escargots. Há sempre aquela ideia de que o caracolito é coisa muito francesa (com a competição cerrada dos portugueses que também reivindicam a autoria), mas a verdade é que foi levado de Antananarivo para a Gália por acaso do destino na bagagem de um diplomata que só quando chegou a Tours é que viu a mala cheia de bicharocos com rasto de baba. Como nesse dia não tinha ainda jantar (estava ainda a instalar-se e o frigorífico estava vazio) resolveu cozinhar os ditos cujos e ofereceu alguns à concierge. Com tanto sucesso que a Madame Dupont (assim se chamava a porteira) se fartou de fazer propaganda da qualidade do petisco entre as colegas (Oui, madade Leroy, c'est une recette de Monsieur Valdemar, hummmm, c'est vraiment bon) e dias depois já toda a gente cozinhava os escargots. Daí a espalhar-se o petisco por toda a França, foi um instante. Enfim, só o Praia de Bote tem coisas destas em arquivo. Aqui, tudo se sabe...
ResponderEliminarBraça encaracolada,
Djack
Ou seja, pelos motivos apontados, o escargort é coisa mais africana que europeia e com uma grande preponderância de savoir-faire cabo-verdiano, nomeadamente são-vicentino, sobretudo mindelense...
ResponderEliminarAgora sim, que está tudo dito, segue abraço com escargots à la Valdemar
Djack
Meus caros,
ResponderEliminarNão há dúvida de que o que é preciso é fazer propaganda. Ou seja, sem propaganda, nada feito. Acontece que acabo de receber um telefonema de Tours, do secretário da mairie, Monsieur Pierre Bertrand que me informou que o maire, Monsieur Babary, vai condecorar com a Ordre du Grand Escargot le capverdian monsieur Valdêmarrr Pêrreirra, pelos seus altos serviços em prol da gastronomia francesa e que também o irá propor junto do PR Monsieur Hollande para a Légion d'Honneur.
Quem diria, quem diria...
Braça honorífica,
Djack
Bem, depois de tudo o que foi aqui dito, estamos em condições de organizar um lauto banquete com croissant, escargot, banana split, lagosta suada, e tudo o mais que o nosso catraieiro Djack de Cuptaninha está ainda a descarregar sorrateiramente na Praia de Bote, iludindo a vigilância da polícia marítima. Há quem diga que ele está em conluio com o Djô Figueira, o Damatinha, o Du Fega, o Nicolau de Pinga e outros mais shipchandlers e negociantes de bordo. Constou no Boca de Tubarão que a farra vai encher toda a rua da Praia e travessas adjacentes, eclipsando completamente o Festival da Cavala.
ResponderEliminarÉ uma delicia, este banquete de palavras saído da fértil imaginação destes jóvens de espírito que, assim, animam as nossas vidas por vezes tão cinzentas e omissas de interesse...Mnis de Soncente, claro!
ResponderEliminarBraça de papo cheio
Zito
Vendo bem as coisas e fazendo um apanhado geral do que está acima escrito, a melhor frase, a que ganha de longe a palma a todas as restantes, é a do Zito... que eu repito: "Minis de Soncente, claro!". Esta é que é a grande frase deste post e o resto são mornas.
ResponderEliminarBraça com parabéns ao autor,
Djack
Jà que o mnine de Praia de Bote publicou a noticia antes de eu enviar o bristol, vou preparar o smoking para receber o Grande Cordão do Caracol das mãos do sr. Babary. Quando tudo estiver organizado convido a turma toda atravez do BdB e do Aca. Ficam avisados desde jà que os "malandre ca ta entrà".
ResponderEliminarBom fim de diaDmingue.