Quando, em 1095, o Papa Urbano II mandou organizar a Primeira das oito Cruzadas à Terra Santa, é natural que se tenham lançado ao solo as primeiras sementes dos fundamentalismos religiosos modernos...
Quando, em 1945, o Presidente Roosevelt, dos Estados Unidos, se encontrou com o rei Ibn Saud, da Arábia Saudita e obteve vantagens em matéria de acesso ao petróleo, fornecimento de armas e outros negócios mais ou menos chorudos, oferecendo, em troca, a complacência americana sobre os usos e costumes da monarquia absoluta que aí continua a reinar, foi como se os mesmos solos fossem abundantemente adubados dando amplo espaço ao recrudescimento de antagonismos fundamentalistas de que a Al-Qaeda foi e é, o exemplo mais visível...
Mas, essa organização do milionário saudita Bin-Laden não andava, nem anda sozinha no terreno, igualmente disputado pelo Boko Haram, pelo Daesh e outros, em que o extremismo islâmico se expressa num ódio visceral à Europa mas não, como poderia pensar-se, à recente Europa da União pois esse antagonismo é histórico, residindo nos fundamentos daquilo a que poderíamos chamar de espírito europeu, construído sobre os escombros do Império Romano, e do pensamento de homens como Cícero, que moldaram a nossa identidade civilizacional burilada por outros, como Voltaire, quiçá, o europeu mais odiado pelos radicalistas islâmicos...
O terror que, nos últimos anos, vem recrudescendo, com os ataques a Nova Iorque, Londres, Madrid, Paris, Bruxelas, para só referir o Mundo Ocidental, é mais uma etapa da luta pelos valores europeus e, se a Europa conseguiu sobreviver aos seus próprios erros, vencendo o feudalismo, a inquisição, o nazismo, o comunismo, as guerras intestinas e os ódios mesquinhos, conseguirá, certamente, encontrar os caminhos que hão-de levar ao restabelecimento da paz global sem a perda da nossa identidade, dos nossos valores, das nossas convicções, do nosso humanismo, em suma, do nosso europeísmo!
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