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domingo, 29 de maio de 2016

[9259] - "PRÁ" PRAIA, TUDO! E "PRÓS" OUTROS?!



 A Pró-Praia vai continuar a exigir, do actual Governo, que políticas estratégicas e obras estruturantes para a cidade capital de Cabo Verde sejam implementadas, cada vez, em maior número e qualidade


A Pró-Praia vai continuar a exigir, do actual Governo, que políticas estratégicas e obras estruturantes para a cidade capital de Cabo Verde sejam implementadas, cada vez, em maior número e qualidade. Como prioridades, o presidente dessa associação, José Jorge de Pina, aponta o Estatuto Especial, a ampliação da pista do aeroporto e a descentralização de alguns serviços sedeados noutras ilhas, designadamente em São Vicente. A regionalização, conforme deixa a entender também, vai ser o momento para Praia e Santiago “exigirem” o que é seu por direito.

O Estatuto Especial para a Cidade da Praia, enquanto capital de Cabo Verde, é uma das exigências que a Pró-Praia vai a apresentar ao Governo de Ulisses Correia e Silva. José Jorge de Pina recorda que esse diploma é uma revindicação “antiga e justa”, consagrada na Constituição da República, mas que até hoje não saiu do papel. Pina culpa os dois principais partidos – o MpD e o PAICV -, atribuindo esse facto à “falta de vontade de algumas pessoas” em particular.

“Inclusivamente, políticos que na altura aprovaram o Estatuto Especial para a Praia, na Constituição, hoje tentam barrar o processo da sua preparação, discussão e aprovação, banalizando o diploma ao requerer esse mesmo tipo de estatuto para outras ilhas”, acusa, sem apontar nomes.   

De acordo com De Pina, o Estatuto Especial para a Praia não serve apenas para aumentar os privilégios dessa Cidade em relação aos demais centros urbanos do País, mas, antes, criar condições para que a capital consiga capacidade “financeira suplementar”, capaz de resolver o problema da manifesta falta de condições de exercício da capitalidade. “Toda a gente que visita esta Cidade reconhece que há carências em diversas áreas que impedem a Praia de exercer o seu papel de capital como outras as cidades capitais do mundo”, afirma.

Ciente da importância do referido instrumento, José Jorge Pina exige que essa prerrogativa seja cumprida o mais breve possível, à semelhança de outros instrumentos constitucionais que já foram materializados, designadamente, o Tribunal Constitucional, a Agência de Regulação de Comunicação Social, etc.

Outras revindicações

No que toca às obras estruturantes para o fomento de investimentos e desenvolvimento da cidade da Praia e ilha de Santiago, no geral, a Pró-Praia elenca como prioridade a extensão da pista do aeroporto Nelson Mandela, no sentido de passar a receber aviões de grande porte e aterragens seguras. “Os pilotos que operam na pista do aeroporto da Praia, sobretudo os da TACV, já levantaram essa preocupação, dizendo que operam aviões no limite e que qualquer falha pode ser fatal. Fora isso, a limitação da pista tem causado enormes prejuízos à TACV, uma vez que ela não pode abastecer o avião no aeroporto da Praia para voos de longo curso, por exemplo, os EUA; é necessário o avião deslocar-se à ilha do Sal apenas para abastecer e de seguida levantar voo em condições de segurança”.

Pina avança ainda que há projetos importantes aprovados para Santiago cuja realização depende de um aeroporto com uma pista que permita escalas de aviões de grande porte. “Brevemente, vão ser construídos grandes centros de convenções e hotéis, na cidade da Praia, inclusive com casinos, prevendo-se voos charters com turistas e pessoas que vêm apenas para jogar. Para responder às demandas, precisamos de um aeroporto com condições para aterragens e descolagens de aviões de grande porte, mas também de condições que permitam o estacionamento dessas aeronaves”, nota De Pina.

O presidente da Pró-Praia regozija-se, por ora, com as obras de ampliação e melhoria das salas de embarque e balcão de “cheek in” em curso, neste momento, no aeroporto da Praia. “São obras importantes, mas o mais importante é a extensão da pista. Por isso, vamos lutar para que isso seja contemplado o mais rapidamente, em vez de deixar para 2025 como a ASA (Empresa de Aeroportos e Segurança Aérea) pretende. A ASA, quase sempre, deixa os projectos da Praia para depois, a não ser quando é para cobrar, como o que aconteceu com o estacionamento de veículos no aeroporto, que apenas é cobrado na Cidade da Praia”, acusa Pina.

Privatização das operações portuárias

Atenta ao que se passa em Cabo Verde, a Pró-Praia lamenta que o processo de privatização das operações portuárias, interrompido por causa das eleições legislativas de 20 de Março, esteja a ser posto em causa nos moldes em que o mesmo foi negociado pelo Executivo anterior. “Trata-se de um projecto que vai ao encontro dos objectivos de Cabo Verde”, defende.

“Infelizmente”, acrescenta, “logo após o anúncio da empresa vencedora, surgiram vozes a dizer que o processo, assim como foi negociado, não serve os interesses de Cabo Verde, alegando  que vai atrofiar o Porto Grande de São Vicente. Este posicionamento é uma afronta que nos conduz para uma caminhada muito perigosa e destrutiva do processo de privatização, modernização e do desenvolvimento do sector portuário em Cabo Verde. A Pró-Praia está atenta e vai exigir que o novo Governo retome o processo de negociação e assinatura do contrato imediatamente nos mesmo moldes que foi suspenso por causa das eleições”.

Investimentos privados estruturantes

José Jorge de Pina salienta que a Pró-Praia participou, desde a primeira hora, no processo de discussão e aprovação de projectos estruturantes para o desenvolvimento da Praia. Como exemplo aponta o complexo do ilhéu de Santa Maria e o hotel Hilton na Achada de Santo António, mas também o Santiago Resort, o World Trade Center, entre outros. “A serem concretizados, a ilha de Santiago vai atrair mais turistas e com isso um maior desenvolvimento”, refere.

José Jorge Pina avança, outrossim, que a sua Associação está engajada na criação do centro Pró-Mar, na Cidade da Praia, o que irá possibilitar a formação de marítimos e de profissionais para trabalhar a área costeira, a segurança marítima, mas, também, a bordo de navios no país e no estrangeiro. “A materialização destes e outros projectos irá ajudar a reduzir o desemprego no seio da juventude santiaguense e das ilhas próximas, trazendo divisas para a economia nacional”, conclui De Pina. - (in A Nação).

3 comentários:

  1. Para mim, este senhor é o rosto da desregulação orgânica que está para acontecer na terra cabo-verdiana se não houver quem tome as rédeas do caminho certo. O que acho simplesmente odioso e intolerável é ele falar de desconcentração, por estar simplesmente na sua mente transferir para a Praia o pouco que resta a São Vicente: administração e segurança portuárias. Em momento algum, ele reconhece e admite que a única desconcentração moralmente exigível em Cabo Verde passa por desconstruir a enormidade (macrocefalia da capital) que é a única causa do problema para o qual exige agora medidas especiais.
    Com gente desta estirpe pode estar aberto o caminho para a quebra da coesão e unidade nacional em Cabo Verde.

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  2. imagina que PropPraia está a pedir descentralização em favor da Praia, ou seja transferir o que resta da carcassa do cadáver de SV para Praia. Bom ou esta gente está a gozar/provocar ou não sabem o que dizem.
    Eu quero, rezo para que os sonhos de ProPraia se realizem em detrimento de todos, para que as pessoas se apercebam da realidade!!

    Quanto aos sonhos de transformar a Praia em Singapura à custa do Orçamento do Estado de CV, sonhar não é proibido, Et pourquoi pas, ao ponto em que vão as coisas.

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  3. Aos dois amigos que aqui deixaram as suas opiniões sobre o que se passa: - Brevemente serão catalogados de bairristas porque ousaram contradizer o que eles querem.
    Antes tinhamos as "forças vivas" e não hà maneira de mexer com os "vivos à força".
    SonCente jà cabà na nada !!!

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