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domingo, 12 de junho de 2016

[9314] - FALTA HONRAR O VALOR...



MEMÓRIAS.
Por falar em obras estruturantes, há dois momentos marcantes na história da cidade do Mindelo, que foram decisivos no desenvolvimento e importância que a cidade viria a atingir.
Duas obras que se refletiram decisivamente na vida dos mindelenses.
A electrificação da cidade, que abriu portas e horizontes para todo o tipo de progresso que o acesso à electrecidade permite e a construção do cais acostável, que embora não tenha sido devidamente acompanhada por uma política de maior abertura como a que os portos francos permitem, foi um factor importante para a afirmação do Porto Grande.
O homem sonha, planeia, faz e as obras acontecem. É isso que destingue os empreendedores dos que gostam de viver à sombra de promessas vãs.
Mas, e depois o que verificamos?
Figuras, personalidades como Pedro Bonucci, João Rochetau Lessa, que tomaram em mãos a realização desse projeto de modernização da cidade, uma obra gigantesca para a época, e outros como Adriano Durate Silva que empenhadamente se bateram para o progresso de S.Vicente, hoje não recebem o devido respeito e reconhecimento, por tudo o que contribuíram e fizeram em benefício da cidade do Mindelo. (Clube Matiota)


Porto Grande - Cais acostável

6 comentários:

  1. E na toponímia da cidade os governantes do pós-independência preferiram nomes de políticos africanos, que o povo não conhecia, aos filhos da terra que nela deixaram a marca da sua determinação e empenho em prol da colectividade.

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  2. A partir de um post (Memórias) de Lucy Bonucci neta do famoso Pedro Bonucci.
    Estou convencido que chegará o dia e a hora de uma justa e digna homenagem das grandes figuras, personalidades como Pedro Bonucci, João Rochetau Lessa, Jonas Whanon, César Marques da Silva, Adriano Duarte Silva, Mestre Cunq, etc... e tantos outros (grandes e pequenos) que pertenceram no passado a elite de progresso desta cidade e que protagonizaram a realização de de projetos industriais, técnicos/comerciais etc na ilha de S. Vicente (importantíssimos à nossa escala) e em todo o arquipélago de Cabo Verde, que contribuiram para a modernização da ilha, da sua cidade (e logo de Cabo Verde). Podemos dizer que esta gente integrou um movimento similar ao Claridoso, mas aqui estamos a falar da componente de desenvolvimento técnico-industrila do arquipélago, e todos sabemos que não pode haver progresso cultural, se a componente material não segue. Ora como sabemos nos finais do Séc. XIX precisamente todos estes factores, e sobretudo os humanos, aliados à presença britânica, convergiram para promover a ilha a um patamar nunca dantes visto no arquipélago. Toda a elite cabo-verdiana passada (altos funcionários na administração colonial portuguesa) e recente (administração como país independente), (incluindo o próprio Amilcar Cabral que fez o liceu nesta ilha), fez 'estágio' nesta ilha onde funcionava o Liceu e muitas universidades da vida emtorno do extraordinário Porto Grande, projectando assim claridadade para o resto arquipélago, ainda vivendo no obscurantismo. Se durante os primeiros anos da independência devido à influência do discurso niilista pudéssemos perceber a tentativa de apagão da memória, hoje não se percebe a timidez das actuais autoridades da ilha (ou talvez sim, devido a uma certa ignorância em relação à formação e história desta lha. Existe também uma confusão total no espírito da nova geração que ainda não se conseguiu libertar do tal discurso ainda oficial, talvez ensinado nas escolas, que apresenta a ilha como uma espécie de excreção colonial que oprimia o resto de Cabo Verde. Nada mais falso*!!!) na valorização simbólica destas figuras. É que o protagonismo cultural e intelectual da ilha não podem compreendidos sem se ter em conta essas acções estruturantes, levadas a cabo por estas pessoas singulares, sobretudo num meio pobre e sem recursos financeiros, tudo feito graças à iniciativa privada. A cidade e a ilha de S. Vicente foram desenvolvidas por iniciativa liberal (o nome Mindelo é por isso justo) dentro de um espírito colectivo que irmanava os seus habitante. É claro que para a época faltaram muito mais recursos que poderiam ter projectado a ilha e o arquipélago para outro firmamento!!!
    *Nota: Haverá talvez uma outra explicação:a elite que refiro não se encaixa na visão da nova elite que tomou Cabo Verde de assalto em 1974. Como explicar 'a liturgia' libertação de Cabo Verde, de resto iniciada em S. Vicente se já existia alguma autonomia nas ilhas, impulsionada e governada bem ou mal pela elite local. Não se pode esquecer que esta elite conhecia a existência do PAIGC na Guiné (O Dr Adriano D. Silva num discurso seu em Lisboa faz menção ao aparecimento de um partido independentista e alrta Salazar para mudar a sua politica colonial) mas tinha uma visão diferente deste partido, relativamente ao futuro de Cabo Verde (sendo por exemplo favorál a uma Autonomia Alargada contra a Unidade Guiné Cabo Verde), Aí está o busílis da questão !!

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  3. Falta de visão, ideologia cega, défice de compreensão da história local...

    Braça com desgraça,
    Djack

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  4. Reescrevendo a história e fase-lo chegar as crianças e adolescentes em idade escolar através dos manuais.

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  5. O José diz tudo com esta brilhante dissertação. Este é o discurso que deve ser divulgado às novas gerações, Marcos Soares. Pelo menos, às da nossa ilha.

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  6. Concordo convosco é preciso um cuidado especial com a história, sobretudo a escrita, para que os jovens conhecçam o passado de modo a melhor se projectarem no futuro

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