OS "ARRANHA-CÉUS" DAS TÉRMITAS

Estas construções monumentais são obra da formiga branca africana - Térmitas - de corpo mole e comedoras de fungos brancos, que nelas se refugiam, cultivam o seu alimento e vivem longe de todos os predadores e em condições não só de segurança mas de óptima atmosfera interior, controlada graças a uma intrincada rede de túneis que fazem fruir o ar nas direcções e velocidades ideais para que seja mantida uma temperatura e humidade constantes ao longo de todo o formigueiro. Quando as condições atmosféricas do exterior se alteram de forma a prejudicar o equilíbrio interno, que também controla os níveis de oxigénio e dióxido de carbono, as Térmitas introduzem rápidas alterações na concepção e direcção dos túneis por forma a fazer regressar ao normal as condições da atmosfera interior. É um processo de engenharia civil que deixa mudos de espanto os cientistas que já conseguiram comprovar tais actividades, mediante a alteração provocada das condições internas de alguns formigueiros.

Adiante-se que, para além da zona de construção visível acima do solo, cada um destes colossos, resistentes como o cimento mas apenas constituídos por terra e saliva, possui amplas instalações no sub-solo onde, aliás, se encontram normalmente as extensas culturas de fungos brancos, único alimento conhecido destas extraordinárias criaturas.

O tamanho e as formas destas autenticas fortalezas podem variar de acordo com o numero de insectos a alojar e o tipo do terreno que vai servir de elemento da argamassa mas, todos eles, têm em comum uma única abertura para o exterior, situada no topo do formigueiro, lugar onde termina a volumosa e extensa chaminé central, ao longo da qual se processa a entrada do ar e a saída do dióxido de carbono produzido pelos ocupantes.

O estudo destes minúsculos seres é uma sucessão permanente de surpresas, motivo pelo qual se recomenda vivamente a todos quantos se sintam tentados pelo prazer da descoberta dos segredos mais íntimos da Natureza.