Desde que, em 1982, Spielberg "deu à luz" essa memorável parábola que é o "E.T.-O Extra Terrestre", já perdi a conta ao numero de vezes que revi o filme... Efectivamente, quase todos os anos revejo a história encantada do E.T., da primeira à ultima cena, com o mesmo interesse e a mesma emoção da primeira vez...Hoje, foi a mais recente, no canal Hollywood da TV !O mais desconcertante, talvez, é que, todas as vezes que contacto com este naco da mais bela ficção me emociono profundamente, não raro até às lágrimas, passando, ano após ano, pelas mesmas angustias, as mesmas alegrias, os mesmos enlevos da visita inicial...
Com mais de três quartos de século vividos, por entre comoções e acontecimentos os mais diversos e significativos, seria de esperar que tanta experiência de vida me tivesse colocado a salvo dos delírios de Spielberg...Mas não e, o mais interessante, é que me estou perfeitamente nas tintas por ser assim, se é que sou "assim", por assim dizer, esquisito!
Se, no entanto, entre os meus amáveis visitantes, houver algum psicólogo que me queira explicar o fenómeno, eu agradeço; se não, também não fico amuado e continuarei a sentir-me como fazendo parte, não do filme, mas do enredo, como coisa real que, afinal, não é...E sabe bem, no fim, ser invadido por essa espécie de felicidade triste que nos reconcilia com nós próprios e com o cosmos insondável!
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