
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amôr, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!
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Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!
Na sua pompa e aérea formosura!
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Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais!
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Abrem-se as portas d'ouro, com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
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Antero de Quental
Li este poema e de imediato co- mecei a pensar num recem formado, que se julga preparado para enfrentar a vida e, ao deparar com a porta do Palácio encantado da Ventura, onde pensa encontrar o primeiro emprego, só vê Dor...
ResponderEliminarÉ assim este cavaleiro Vagabundo e Deserdado...Será em Portugal?
Essa foi a ideia ao publicá-lo...
ResponderEliminarEmbora a ideia original do poeta seja, decerto, mais prosaica, tudo, afinal, é actual nestes versos...O circulo inexoravel da vida!.Abraço.