Havia já semanas que os juros da divida portuguesa andavam na corda bamba e, muito embora não faltassem - como não faltam - compradores interessados, os juros à volta dos 6% nas transacções a 10 anos eram um sério aviso da falta de confiança dos mercados na capacidade das finanças portuguesas...
É, então, que a Alemanha tem a ideia cristalina de propor que os compradores de títulos da divida publica dos chamados países do sul - Grécia, Espanha, Irlanda e Portugal - fossem também sancionados sempre e quando aqueles países fossem multados por falta de cumprimentos dos objectivos económico-financeiros...Foi um "Deus nos acuda!" e os juros dispararam ultrapassando a barreira psicológica dos 7%! A situação começava a atingir extremos dramáticos quando o G20 fez saber que vetava, liminarmente, a proposta alemã - que também tinha o carinho da França - e tanto bastou para que os juros começassem a descer para níveis do principio do mês...Isto significa duas coisas, no mínimo: que a fixação dos juros é uma tarefa muito pouco científica e vulnerável à sensibilidade particular dos especuladores e que, quem tem companheiros, aliados, parceiros - como lhes queiram chamar - como a Alemanha bem pode começar a pedir ajuda aos inimigos!
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