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sábado, 21 de maio de 2011

BACALHAU OFENDIDO...

Propositadamente, escolhi para ilustrar esta crónica, uma apresentação de bacalhau que considero de extremo bom gosto, denotando por parte do autor um cuidado muito especial em termos de qualidade do produto, que se nota ser de primeira, esmero na preparação, denunciado pela cor e empratamento colorido, com todos os ingredientes estratégicamente dispostos e decorados.
Isto, a propósito de um certo Festival do Bacalhau que decorre em Santarém, na Casa do Campino, e onde tive o azar de ir hoje almoçar com outras pessoas da família. Optamos por um restaurante algarvio, apenas porque da ementa constava um bacalhau assado no forno com presunto, nome que logo trouxe à minha memória gustativa um prato do mesmo nome que há muitos anos tive o privilégio de saborear, em Vila Nova de Gaia, no restaurante de uma senhora enorme que, dizem, tinha sido contrabandista na sua juventude. Pedimos uma dose (€12,00) e outra do fiel amigo assado na brasa com uma espécie de  migas um tanto aguadas (€10,00)...Se a coisa não era agradável à vista, face à evidente displicencia com que as travessas (minorcas) são preparadas, uma vistoria mais atenta denunciava que o bacalhau assado na brasa era do mais fininho que o peixe tinha, com aqueles ossos imensos de ao pé da cabeça e com nenhuma  barbatana aparada...A coisa era tão má que a empregada apressou-se a trocar de travessa com outra onde o bacalhau era menos sifilítico...Já o outro, coitado, nada tinha a ver com a minha experiência de Gaia: a posta eram três dedos de estopa, daquele bacalhau que até se mete por entre os dentes de um recem-nascido; o tomate assado, era uma massa disforme que mais parecia cão morto na estrada e as batatas assadas no forno,  lá se comeram...No fim, foram €50,00 deitados fora e um desconsolo tão grande, que obrigou a uma ida rápida a Almeirim, comprar umas Sopas da Pedra para o jantar...
Eu acho que tem que haver nestas coisas de Festivais e coisas que tais, um mínimo de exigência de qualidade, de honestidade, de cuidado, salvo o que a continuidade estas manifestações pode ser comprometida. O Herman José, que parece ter apadrinhado o evento, e a Pascoal que lhe dá o nome, bem podiam dar dois açoites ao dono da Tasca Rasca e mandá-lo regressar a Tavira...É que nem mesmo o nome se safa...

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