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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A CRISE SOLUCIONADA...

Afinal, a crise tem solução à vista, com o crescimento económico a ultrapassar todas as perspectivas, as exportações a duplicarem o seu volume e valor, a dívida soberana vendo os juros a descer a níveis impensáveis, a banca a começar a expandir as suas politicas de financiamentos, as obras publicas a serem retomadas a ritmo acelerado e as agências de rating a atribuírem níveis de confiança perto do triplo A, o desemprego a descer a níveis que há muito se não viam, a inflação estabilizada em baixa e os combustíveis entraram numa espiral das petrolíferas a alimentarem uma luta entre si a ver quem vence a batalha dos preços mais baixos, enfim, tudo isto e outro tanto que se podia alencar, desde que - e esse é que é o segredo da coisa - desde que, escrevíamos, que o Primeiro Ministro retire a confiança política ao Dr. Alberto João Jardim, como, aliás, o Secretário-Geral do Partido Socialista já pediu, exigiu ou aconselhou cerca de um milhão, trezentas e dezoito vezes...

7 comentários:

  1. Esta crise aqui nao me interessa apesar de ter consequências em Angola, Cabo Verde etc e tal. O que me interessa ainda é a crise com tal jovem Miss, que afinal, sempre, ja confirmei, é mesmo "caboverdiana". Sim, ela é filha de caboverdianos, nascida em Angola, mas pelos vistos està incluida nesses tais crioulos de Angola que têm vergonha de dizer que sao caboverdianos, alias nao querem nem saber das suas origens. So que eles nao sabem que em termos de estatistica o CABO VDERDE de hoje està à frente de Angola. Angola apesar da sua riqueza potencial, està cotado muito pior do que Cabo Verde nos indices das organizaçoes mundiais. MPor outras palavras, Cabo Verde, que é naturalemnte pobre, é no entanto mais rico do que Angola, a todos os niveis. O petroleo e Angola é para uns poucos corruptos enquanto o povo angolano vive na miséria, o que nao é o caso do povo caboverdiano. Mas isso esses caboverdianos de Angola nao o sabem, porque vivem com a mente no passado e estao mal informados a proposito do Cabo Verde de hoje. Quanto a irlandeses, meu caro, eles emigraram para os States, a primeira potência do mundo, e nao para Angola, completamente destruido pelas sucessivas guerras. E Repito, Angola, é hoje mais pobre a todos os niveis do que Cabo Verde, o que é um paradoxo do caraças. Mas sao as estatisticas da ONU que o dizem. Eu eu também pois conheço Angola, e posso dizer que a esmagadora maioria do povo vive na completa miséria, e nao tem nem em sonho os niveis de educaçao, saude e habitaçao que o povo caboverdiano tem. Mas o povo caboverdiano na terra, também nao sabe, porque existe na mente do caboverdiano duma maneira geral, o mito do Elsorado de Angola do passado. Repito; a esmagadora maioria dos cvaboverdianos de Angola vivem como o pvoo angolano na misérie extrema....

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  2. Subscrevo a maior parte da sua prosa e apenas me permito referir que, quando falo de irlandeses, faço-o porque, também eles, fugiam da fome...Não tenho em causa o destino mas a motivação, ela própria possivel causadora da "tal" vergonha das origens. Não tenho experiencia recente sobre a vida em Angola, onde estive entre1956 e 1961 e nunca me constou que houvesse gente em situação de miséria extrema...Mas lembro-me que, no Alto Zambeze se colhia arroz e ginguba (amendoim) DUAS VEZES por ano...

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  3. 56/61 era a época colonial, altura em Angola era o tal Eldorado para portugueses, caboverdianos e todos os outros.
    Quando me refiro a miséria generalizada, falo da era do regime comunista de 74 até agora e as sucessivas guerras civis.
    Os caboverdianos e os angolanos desta era ficaram na sua esmagadora maioria mais pobres, mais miseraveis, inclusivamente em termos espirituais.
    Quanto ao desafio de ddebate que lançou sabe perfeitamente que a nossa gente é so garganta; nao participa nunca em debates, tendo mesmo medo de criar um pseudonimo ou simplesmente nao assinar, como eu; crioulo tem medo da propria sombra....

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  4. Eu tenho, felizmente, muitos anos de Mindelo e conheço presencialmente todas as ilhas e alguns ilhéus...Fui escorraçado em 1977 mas, até então, a ideia que cultivei dos meus companheiros crioulos - e não são poucos - não se adapta ao quadro que me pinta...Ou a malta mudou muito em, apenas uma geração, ou o meu amigo é pessimista de profissão...;)

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  5. Eu tenho, felizmente, muitos anos de Mindelo e conheço presencialmente todas as ilhas e alguns ilhéus...Fui escorraçado em 1977 mas, até então, a ideia que cultivei dos meus companheiros crioulos - e não são poucos - não se adapta ao quadro que me pinta...Ou a malta mudou muito em, apenas uma geração, ou o meu amigo é pessimista de profissão...;)

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  6. Estou a falar de crioulos da imigraçao e concretamente em Angola. Nao me referi a ilhéus na terra.

    Nao, nao sou pessimista, mas realista.

    E se quiser que eu complique mais a coisa, digo-lhe que é o mesmo fenomeno elevado a uma potência maior que se passa também com os crioulos de STomé.

    E aqui, como sabe, o caso saotomense ja constituiu inclusivamente tema de mestrado ou doutoramento de um conhecido investigador português. Compreende-se que em STomé a situaçao do crioulo seja um autêntico Inferno, tendo em conta o passado das roças.

    Mas olhe que em termos psicologicos, o caso angolano, depois da independência é quase igual. E repito nao é uma fixaçao no caso do crioulo, porque como ja disse também o proprio angolano do povo està nas mesmas condiçoes.

    Mas que diacho nao vê televisao, nao lê reportagens na imprnesa escrita de como o povo sofre naquela terra.

    Chegar de aviao no aeroporto de Luanda, é desolador. Do alto vê-se quilometros e quilometros de bairros de lata nas imediaçoes do aeroporto. Entrando pela periferia de Luanda, onde vivem a maioria dos criolos caboverdianos, é um autêntico inferno. Sao quilometros de casas de lata, casa de papelao, com crianças a brincarem em agua txoque e mafe de meses, com todo o tipo de bichos... enfim, é esse o quadro negro do crioulo de Angola E REPITO DO POVO ANGOLANO.

    S Tomé é outro inferno do crioulo, completamente abandonado; gente ao pé da porta de um casulo qualquer de uma roça completamente abandonada, de mau no queixo e olhos fitando o vazio, gente compeltamente doença em termos psiquicos e psicologicos. Gente completamente desestruturada em termos psiquicos e mentais.

    SIM, muitos sobretudo os velhos nem sabem onde estao. Quanto aos jovens, têm problemas de identidade, nao sabendo se sao caboverdianos ou saotomnenses, ou quando sabem, sao consoante os interlocutores; MAS para o saotomense autoctone, sao "os caboverdianos" mesmo nunca terem postos os pés em Cabo verde porque ja ali nascidos.

    Sim, sou realista. A nossa imigraçao em STOME e Angola é uma autêntica tragéfia. E ja agora, Moçambique também. Esses paises comunistas deram cabo de tudo, sobretudo das mentes das pessoas. Eu recomendo a todos os caboverdianos, visitarem uma vez na vida estes três paises e irem ver como vivem os nossos patricios pobres, que sao a maioria nesses chamados nossos irmaos.

    Uma autêntica tragédia!!!!

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  7. Começando pelo fim, concordo que seja uma tragédia, a juntar a tantas outras, do mesmo ou pior quilate, por esse mundo fora...Sim, amigo, eu vejo televisão, leio jornais on-line, nacionais e alguns ingleses, uma ou outra revista e, imagine, até ouço rádio em onda curta...Eu estava no Mindelo, aquando de uma das vagas de "contratados" para S.Tomé e, apesar da pouca idade, já na altura a coisa me dava a sensação de "deja vue" na memória recente dos bancos da escola e do que ouvira sobre as colonizações do Brasil, dos EUA, de Cabo-Verde e, claro, do tráfico de escravos, sem os quais a fixação dos colonos jamais teria sido conseguida com êxito...Depois do 25 de Abril,mais do que uma vez me questionei porque razão não se procedeu, quando isso aínda tería algum significado, ao repatriamento dessa podre gente, que zarpou do Porto Grande em busca do Eldorado e desembarcou no Inferno, em condições não muito diversas das dos seus avós trazidos do Continente Africano...E quando falo de S.Tomé, o mesmo penso com relação à Guiné (apesar de tudo!), a Angola, a Moçambique, territórios onde, para além de "contratados" e equiparados, tambem existia uma panóplia de cabo-verdianos servindo em todos os escalões da administração até ao mais alto nivel...A ponte aérea e marítima que Portugal montou para evacuar para cima de 800.000 cidadãos portugueses (e não só) parece ter corrido de forma exemplar e poderia, por isso, ter sido inspiradora para situações similares embora noutros quadrantes...O que não tem perdão será obrigar esses despojados a viver (?) à mingua de tudo, até de uma nacionalidade!

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