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sexta-feira, 22 de junho de 2012

ERA UMA VEZ, ANGOLA IV ...


Luanda era muito mais do que aquilo que alguém pudesse estar à espera de ver...Era uma cidade moderna, limpa, ordenada, onde tudo parecia girar sobre rodas e até tinha coisas que eu jamais vira, a não ser em filmes como, por exemplo, um cinema ao ar-livre...Chamava-se Miramar -decerto por ser sobranceiro à Baía de Luanda - tinha um ecran enorme e uma vasta plateia. Lá atrás, a um nível mais elevado, tinha uma espécie de "balcão", difusamente iluminado, com mesas onde os espectadores podiam seguir o filme e degustar umas tapas e uma cervejinhas geladas: um verdadeiro paraíso...



A Baía de Luanda,  réplica da brasileira Guanabara, era
igualmente deslumbrante à noite, de águas mansas cor de esmeralda, orlada de belas praias e onde pontificavam os maiores prédios da cidade, a começar pelas instalações do Banco de Angola, uma autentica jóia arquitectónica...Recordo-me que, na altura, estava a ser construído, não muito longe do B.A. aquele que seria o mais alto edifício de Luanda com mais de 20 andares...
Ao terceiro dia lá fui conhecer um dos mais badalados locais de Luanda, o Café Polo Norte, onde, a qualquer hora do dia e uma parte substancial da noite, se comia um prego-no-prato com ovo a cavalo, divinal...E, o mais diferente de tudo era que, tanto o bife como o ovo, eram cozinhados na chapa! Mais um pão quente e uma caneca de cerveja preta e um homem ficava alimentado para um bom parte de horas, tudo, por 7$50 - sete escudos e cinquenta - qualquer coisa como €0.37...Tenho saudades do Polo Norte...




Assim, ainda mal acabado de chegar,  já começava a desconfiar que ia gostar daquilo: as pessoas eram agradáveis e descomplexadas, os contactos sociais eram intensos, era raro ver alguém de gravata ou mangas abaixo do cotovelo, metade dos homens - e das mulheres - usavam calções e porque a necessidade de ingerir líquidos era constante, os bares e esplanadas estavam sempre atulhadas de gente de todas as cores com uma coisa em comum: a sede...A esplanada do Baleizão que o diga...

CONTINUA

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