Páginas

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A SEGUNDA ERA DOS DESCOBRIMENTOS...



...É no dealbar dos anos de 1500 - ou pouco antes - que podemos localizar o início da era dos descobrimentos, achamentos, encontros ou como queiram chamar ao que, afinal,  aconteceu, independentemente nome de baptismo...Foi a partir de então que começou a ser desenhado o mapa de África e os seus territórios colonizados por alemães, italianos, holandeses, franceses, espanhóis, portugueses e ingleses...Com o rodar dos séculos, os territórios foram-se desenvolvendo social e economicamente e, paulatinamente, foram surgindo países mais ou menos homogéneos, mais ou menos estáveis, mais ou menos democráticos, mais ou menos independentes...Em muitos casos, não houve o cuidado, por parte da potencia colonizadora, de criar estruturas sócio-politico-económicas suficientemente robustas e, por isso, capazes de suportar o impacto de uma independência e das sedes de poder que podem provocar onde não existam  elites convenientemente preparadas para assumir as rédeas da governação. Melhor ou pior, as situações vão consolidando mas países há que, submetidos à onda do que parece ser a segunda era dos descobrimentos começam a sofrer uma espécie de colonização económica onde um país, ferozmente inimigo do capitalismo, aprimora sistemas do mais puro que nesse campo se conhece, em actividades que não têm uma única meta de desenvolvimento sócio-económico ou qualquer outra que não seja o lucro. A China, o novo colonizador, trava uma  batalha económica que vai ganhando dia-a-dia em países como Angola, Republica Popular do Congo, Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe, uma enorme mancha territorial no Centro da Africa, infiltrando-se em larga escala em negócios de petróleo, estradas, minas, caminhos de ferro...A China não faz perguntas sobre direitos humanos nem métodos absolutistas de governação, por um lado e os africanos, por outro, acham que os chineses são menos complicados, menos burocratas (o dinheiro vem com poucas demoras...) e, aí, o mundo ocidental fica em desvantagem com  as  matérias primas viajando, agora, para o extremo oriente e já não para a Europa...Só que, infelizmente, esta inflexão económico-financeira de alguns regimes africanos não investem nas suas populações, no seu bem estar e nas suas liberdades fundamentais, os rendimentos desta colaboração a leste: são cada vez mais pobres,mais dependentes dos regimes ditatoriais...Em boa verdade, se não ganharam nada com a Primeira  Era dos Descobrimentos, a Segunda também parece não lhes ter trazido nada de novo.

3 comentários:

  1. Penso que a atitude que tiveram estes cidadãos portugueses devia ter seguimento em outros países da UE. Se houvesse uma reacção concertada ou que ao menos provocasse uma certa convergência de posições, talvez daí resultasse o efeito de uma pedrada neste charco em que o neo-liberalismo nos parece querer atolar para impor regras e princípios alheios ao primado do interesse dos povos. Mas pergunta-se até que ponto a UE (governada maioritariamente pela direita liberal) estará interessada numa alteração das regras de jogo actualmente vigentes. Dir-se-á que tudo isto é o curso e a lógica da globalização, mas aos olhos dos mais inocentes esse curso parece ínvio e a lógica espúria. Embora se tenha de reconhecer que há regiões do planeta, muito justamente, a emergir de uma pobreza milenar, fruto da actual globalização, não parece seguro que as tensões e os conflitos não venham a acentuar-se por causa da nebulosidade que envolve os grandes negócios que decidem a vida dos povos, à sua revelia. Mesmo que perdida a sua proeminência, ou em vias de isso acontecer,não se pode menosprezar a reacção do Ocidente, onde prevalece ainda um capital de valores universais que pode ser decisivo.

    ResponderEliminar
  2. Quando o poder financeiro a nivel global se transfere das escalas nacionais, acumulando-se nas mãos de multimilionarios, cujas fortunas, não raro, excedem em muito o poder económico de alguns países, estão criadas as condições em que vivemos, de autentico capitalismo selvagem em que instituições que devíam ajudar a economia mundial a manter-se em equilibrios estáveis, antes, concedem a esses poderes invisiveis armas que lhes proporcionam cada vez maior capacidade de enriquecimento manobrando a seu bel-prazer as economias mais débeis e, por isso mesmo, menos capazes de resistir a tais jogadas de bastidores

    ResponderEliminar
  3. Quando o poder financeiro a nivel global se transfere das escalas nacionais, acumulando-se nas mãos de multimilionarios, cujas fortunas, não raro, excedem em muito o poder económico de alguns países, estão criadas as condições em que vivemos, de autentico capitalismo selvagem em que instituições que devíam ajudar a economia mundial a manter-se em equilibrios estáveis, antes, concedem a esses poderes invisiveis armas que lhes proporcionam cada vez maior capacidade de enriquecimento manobrando a seu bel-prazer as economias mais débeis e, por isso mesmo, menos capazes de resistir a tais jogadas de bastidores

    ResponderEliminar