Páginas

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

CONSUMIR-IMPORTAR-EXPORTAR...

Trago este assunto à "primeira página" pois as dúvidas de um amigo quanto ao interesse e legitimidade de recomendar às pessoas que consumam o que é português me levam a acreditar que o assunto possa ter mais interesse do que denunciam os problemas dos produtores de milho...
Antes do mais, vamos a uma pequena lista com os itens mais exportados pelo nosso país e, já aqui, vai haver algum espanto:
 1.MAQUINAS E APARELHO´..... 15%
2.VEÍCULOS E OUTRO ................ 13%
3 METAIS COMUNS ....................... 9%
4.PLÁSTICOS E BORRACHA ....... 7%
5 COMBUSTÍVEIS MINERAIS.......  7%
6 PRODUTOS QUÍMICOS .............   6%
7 VESTUÁRIO ................................   6%
 8 PASTA DE PAPEL E PAPEL .....  6%
 9 OUTROS .....................................    5%
 0 MINÉRIOS E MINERAIS ..........    5%

Só a seguir a esta lista é que aparecem os produtos agrícolas e os alimentares, com 5% cada, os têxteis, também com 5%, e finalmente, o calçado e a cortiça e madeira com 4%, cada... No que toca às importações, temos:
1 MAQUINAS E APARELHOS ....... 16%
2 COMBUSTÍVEIS ..........................  15%
3.VEÍCULOS E OUTROS ................  15%
4 PRODUTOS QUÍMICOS ..............  10%
5 PRODUTOS ALIMENTARES ....... 10%
6 PRODUTOS AGRÍCOLAS.............   9%
7 TÊXTEIS .........................................  3%
 8 PASTA E PAPEL ............................  3%
 9 VESTUÁRIO ...................................  3%
 0 MINERAIS ......................................  1%

Desde há já algum tempo que se tem conseguido equilibrar estas duas actividades, especialmente, graças aos aumentos progressivos dos índices das exportações. Mau grado, no entanto, mantém-se, ainda, um fosso considerável no sector dos produtos agrícolas e alimentares onde ainda importamos o dobro do que exportamos, o que representa uma fatia importante do que consumimos...
Ora, uma forma de progressivamente ir diminuindo tal fosso será aumentar o consumo do produto nacional o que, obviamente, leva à diminuição das importações reduzindo-se assim, o dispêndio de fundos que podem ser canalizados para sectores de actividade mais rentáveis no esforço de recuperação económica que urge.
Por outro lado, aumentando a procura aumentam os créditos do comércio e da industria o que pode libertar meios para a modernização do sector e consequente aumento da produtividade e, em ultima análise crescem os depósitos bancários e a possibilidade de a Banca injectar capital no sector produtivo, dinamizando-o.

2 comentários:

  1. Por mais carinho e bom gosto que possamos ter pelos produtos agricolas portugueses... na hora da "escolha" o que conta é o preço!
    Certamemente que, por exemplo, a laranja "allgarvia" é mais saborasa do que a da Africa do Sul... (a milhares de milhas)mas, na hora da "verdade o que conta é a caixa registadora!

    O mal ( que o diga o Professor Doutor Anibal Cavaco Silva) foi ter-se destruido o tecido agricola/ pesca, onde se chegou (chega) a pagar para não se produzir..calamidade que os espanhois "muy" agradeceram!

    Do resto estou de acordo... vamos "agriculturar" e "pescar" mas, com as mesmas "armas do inimigo"...

    ResponderEliminar
  2. O problema dos preços das laranjas, das bananas e outras coisas que necessitam de mão de obra extensiva (café, tabaco, algodão, chá, etc) levar-nos-ía a um outro sítio, a montante dos mercados e que tem a ver com o "fair price" pelo qual todos lutam mas ninguém vence. A maior parte da laranja da A.Sul é da Suazilandia e de Moçambique e todos sabemos em que condições e a que preços da mão-de-obra são colhidas...É um problema mais moral do que económico...
    E pagar uns cêntimos mais por aquilo que é MELHOR e que é NOSSO é coisa que nos deviam ensinar desde o berço, como fazem os ingleses e, por extensão, os americanos...

    ResponderEliminar