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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A DANÇA DOS FERIADOS...



Ao que parece, o Governo prepara-se para eliminar 4 feriados obrigatórios do nosso calendário, sendo 2 civis e 2 religiosos...
O Conselho de Ministros já terá decidido propor a eliminação dos feriados de 5 de Outubro (implantação da Republica) e 1 de Dezembro (restauração da Independência)...A Igreja, ao que se sabe, ainda não se terá pronunciado. E, claro, já se levanta um coro de protestos contra as indigitações do Governo, com um porta-voz de peso, o bloco-esquerdista Fernando Rosas, dito historiador, que berra a plenos pulmões que "não se deve mexer na memória dos povos"...Depende da memória, dizemos nós...
O 5 de Outubro comemora uma coisa que pode nem ser do agrado de todos os portugueses e não o é, logo à partida, dos monárquicos... Ele há diversos tipos de Republicas (Presidenciais, Semipresidenciais, Parlamentares, Unipartidárias), da mesma forma que existem diversos tipo de Monarquias (Parlamentares, Constitucionais, Absolutistas) e creio que são legitimas umas, como as outras. Porque razão, então, terá que ser feriado oficial obrigatório, a comemoração de uma data que não diz o mesmo a todos os portugueses,  até tem a repulsa de muitos e festeja um regime politico imposto pela força?
Já o 1º de Dezembro é coisa diferente: comemora um facto histórico que, creio, cala fundo no coração dos portugueses, de todos os portugueses, mau grado todos os Migueis de Vasconcelos e de todas as Duquesas de Mântua...Só que, os nossos vizinhos ocuparam o trono de Portugal  por direito sucessório legítimo e tiveram que ser escorraçados por um grupo de conspiradores que inventaram um novo Rei que iniciasse uma nova dinastia...Face a estas nuances politico-legais e porque os nossos inimigos de então são agora nossos amigos e aliados no seio da NATO, da U.E. e não sei em que mais, terá lógica manter um feriado oficial obrigatório de uma data que os incomoda e ofende...Vamos discutir o assunto, sim?

4 comentários:

  1. ..." A invasão do duque de Alba no território português não foi sómente um facto da política filipina nem uma erupção abrupta do militarismo castelhano.
    Não, queridos compatriotas: nós não fomos dramaticamente surpreendidos pelo depotismo da força, como por tantas vezes vos tem sido esclarecidamente declamado.
    Nós fomos simplesmente vendidos pela imoralidade e pela miséria. Fomos comprados pela inteligência e pelo dinheiro!
    Quereis saber quais eram as disposições patrióticas do País invadido pelos soldados do rei católico?
    Ouvi!
    A principiarmos pelo alto do trono, o amor da Pátria que animava o rei português era de tal modo exemplar a seus vassalos que, poucos dias depois da morte do cardeal, o embaixador de Espanha na corte de Lisboa escrevia ao soberano do seu país que mais algum tempo de vida teria levado o nosso mui alto e mui poderoso senhor a deixar definitivamente estipulada acontento de Filipe II a união da coroa de Portugal com a de Castela. A infausta morte de D.Henrique implicou a politica espanhola no sentido de a obrigar a comprar aquilo de que se lhe teria feito presente..."
    Enquanto ao Governo provisório que dirigiu os negócios publicos depois do falecimento do cardeal, esse era composto de cinco membros, quatro dos quais estavam vendidos a Castela. O último comprado foi o arcebispo de Lisboa, que se deu beatificamente por um barrete cardianalicio"
    ..." Por último, voltando aos regozijos do Primeiro de Dezembro, e considerando que o dominio espanhol não é coisa que mais nos honra no passado nem a que mais temores possa infundir-nos num próximo futuro , pedimos -- se ainda vamos a tempo -- que na próxima acta da última festa se lavre que:
    Tendo-nos regozijado bastante, cessamos de regozijar-nos..."

    Ramalho Ortigão

    in Farpas

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  2. Amigo, da História e das suas vicissitudes nós só sabemos aquilo que nos contam e nem todas as fontes são imparciais e, para entendermos o passado e as suas razões teríamos que ser neutros num pleito em que somos interessados...Patriotas, pois claro e, de resto, a data comtinuará a ser comemorada, embora no domingo que se lhe siga...Viva D.João IV!!!

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  3. o 5 de Outubro
    O repórter estva lá...
    ...Pobres homens, mais dignos de piedade que de rancor, os que imaginam que é com um carapuço frigio, talhado à pressa em pano verde e vermelho, manchado no lodo de uma revolta num bairro de Lisboa, que mais dignamente se pode coroar a veneranda cabeça de uma pátria em que se geraram tantos grandes homens, a cuja memória imperecivel, e não aos mesquinhos feitos de hoje em dia, devemos ainda os últimos restos de consideração a que podemos aspirar no mundo! Pobre gente1 Pobre Pátria!
    Ramalho Ortigao

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  4. Está visto: o Ramalho teria votado contra o feriado...

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