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sábado, 28 de janeiro de 2012

DIVAGANDO...


Entre a "invasão" do Concelho Nacional da CGTP pelo P.C. e a extinção anunciada de elefantes, orangotangos, rinocerontes e tigres de Sumatra, dou comigo a pensar: - Que diabo ando eu por aqui a fazer?...E os outros?...A questão é saber se fomos lançados nesta selva com destinos marcados e, nessa altura, não valeria a pena lutar contra o inevitável, se viemos ao Deus dará e, portanto, somos responsáveis, a 100%,  pelas nossas asneiras, se existirão doses repartidas de determinismo, de livre arbítrio, de predestinação...e, então, a  nossa vida seria uma sociedade permanente entre a nossa vontade,  a vontade atávica e o fado!
Depois, põe-se-me a questão dos bens materiais, da saúde, dos sentimentos, dos feitos e dos defeitos, das relações, das emoções, do conhecimento, das artes, da ciência e do dogma, do querer e da fé, do cinzento da dúvida à afirmação das cores do arco-íris, do amor e do ódio e a eterna duvida da felicidade, que corre sempre à nossa frente e quando se deixa agarrar  nos escapa como areia por entre os dedos da nossa consciência...De tão rara, de tão esquiva, de tão almejada, de tão precisa, de tudo se traveste, a tudo aspira e aparece como coroa de louros merecida na meta das maratonas da vida!
Concluo que a nossa missão é perseguir a felicidade, a nossa salvação,  alcançá-la, o nosso Nirvana, partilha-la...

4 comentários:

  1. Ia escapando-me esta profunda reflexão filosófica, Zito. Vejo que de vez em quando desce os subterrâneos da consciência para procurar respostas que não encontra e nunca encontrará. Tambem me acontece o mesmo, e com os mesmos resultados, assim como todos os seres pensantes, desde Platão a Kant.
    A dialéctica entre o livre arbítrio e a predestinação nada nos esclarece sobre o nosso ser ontológico e a finalidade da nossa vida.Entramos com um vazio de certezas e saímos com um mesmo vazio, que só tem equivalente com a realidade do pó, do silêncio e do nada. Talvez,inexplicavelmente,encontremos conforto na constatação desse Nada.
    Gostei de o ler.

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  2. Obrigado, amigo...Creio que todos devíamos ter este "vício" de falar connosco, à procura, por vezes, de não sabemos bem o quê, talvez de nós próprios...Tenho a impressão que o homem só teria a ganhar e, com ele, a sociedade, se se questionasse constantemente, ao invés de permitir que outros o façam por ele...

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  3. Caríssimo... em primeiro lugar não estou nada da acordo com o seu amigo Lima: a constatação do Nada não dá conforto a ninguém. Os vazios, muito menos.
    E para citar alguém, pois citemos "penso, logo existo"... prefiro saber que enchemos o "vazio" com os nossos pensamentos, as nossas procuras e as nossa dúvidas (não necessariamente por essa ordem)...
    prefiro saber que o caminho é o próprio fim e que não há fim neste caminho: a vida faz-se caminhando porque com nela não se chega a lado nenhum.
    ... por isso as suas "divagações" são exemplarmente importantes: "enchem a alma da gente", como disse o poeta brasileiro. Com todo o respeito pelo seu amigo Lima, mande à fava o Platão e o Kant! já cá não estão e fazem pouca falta...

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  4. Amigo Carlos, lamento que, pelos vistos, não tenha lido "O Erro de Descartes" onde o Damásio me converteu à sua filosofia do "SINTO, LOGO, EXISTO..."
    Quanto ao resto sempre lhe digo que nestas coisas de vasculhar as catacumbas do "eu" tudo é de esperar: desde a sua à posição do amigo Adriano - ambos têm razão ou, se calhar, não!

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