A entrevista que o historiador Albrecht Ritschl concedeu à Der Spiegel em Novembro do ano passado, contem algumas informações que é importante recordar, no actual contexto da crise grega e na perspectiva da posição moral da Alemanha na busca de soluções.
Em diversas ocasiões da sua história, a Alemanha conseguiu equilibrar as suas contas à custa de generosas injecções de capital americano e ao cancelamento de dívidas astronómicas suportadas por pequenos e grandes países europeus a cujo pagamento a Alemanha sempre se furtou desde o momento da sua fixação, em Versailles, logo após a Primeira Grande Guerra.
Após a Segunda Grande Guerra, a chamada guerra fria ditou um novo congelamento para as dívidas de guerra germânicas o que levou a que a maioria dos países europeus se visse obrigada a renunciar às indemnizações que lhes correspondiam por virtude da ocupação nazi.
No caso da Grécia, a renuncia foi imposta graças a uma sangrenta guerra civil ganha pelas forças pró-ocidentais.
A ajuda de 110 mil milhões de euros já concedida à Grécia, somada a outro tanto cujo empréstimo se perfila, são uma migalha se comparados com a divida alemã dos anos trinta a este país, só comparável, em termos de valor relativo, aos custos que os USA tiveram, com a crise dos "subprime", em 2008.
Face a estes factos históricos, recordados, aliás, por um historiador alemão, repugna assistir à atitude arrogante com que a Alemanha responde à necessidade de ajuda dos países mais afectados pela actual crise financeira a cujos efeitos, aliás, ela própria não estará 100% imune...
Há, em Cabo Verde, um ditado que, traduzido para português reproduz bem a posição germânica: "Os cachorros não olham para as suas próprias caudas..."
Nas minhas atribuladas rotas da vida... fui parar a um barco da marinha mercante sueca...Fui um tipulante que caiu nas boas graças do chefe de máquinas , alemão e ex-combatente da II Guerra Mundial...
ResponderEliminarDizia-me ele: - Foi graças ao teu país que estou vivo... andei mais dum mes a comer sardinhas enlatadas!!!Uma "ninharia" que matou a fome a muito sacana alemão!
Como se diz em CV: "Ingratidão ta matá"
Ena pá! Esta foi muito bem desenterrada. Como é que eu nuncam tinha ouvido falar disto? Com a sua licença, vou fazer uma chamada para este seu post no meu ARTE CERTA.
ResponderEliminarQue saudades que eu tenho do Major Jaime Eduardo de Cook e Alvega!
Mendes-É isso, amigo, cada um dá o que pode e cada um come o que tem...
ResponderEliminarCrlos-A História está cheia de surpresas e quem ouve hoje a Angela a falar nem desconfia o que está por detrás daquela arrogancia toda...Não é por acaso que os "pastores" alemães têm a fama que têm...