Páginas

sábado, 11 de fevereiro de 2012

OS HERÓIS DA B.D. ...


Eu tinha para aí os meus oito anos pois já tinha aprendido as primeiras letras, numa daquelas escolas muito engraçadas que o Estado Novo mandou fazer e que, por acaso, ainda lá está. no mesmo sítio de há 70 anos...
O meu tio Augusto, um homem enorme de pele tostada pelo sol da pequena quinta que era o seu "ai, Jesus" que me ofereceu a assinatura da revista de quadradinhos da época, não sei se era O Diabrete, se era O Mosquito, ia todas as quintas-feiras, de bicicleta, à baixa de Leiria buscar a revistinha à Papelaria que a recebia de Lisboa.
Eu, nesses dias, ia lá a casa e aproveitava para comer uma boa malga de sopa de feijão encarnado que a minha tia Maria fazia como ninguém, enquanto o meu tio, sentado na soleira da porta, devorava a revista da primeira à ultima página!  Ele, homem casado, com três filhas a ler histórias aos quadradinhos...Deve ser hereditário, pois o sobrinho, com quase 80, filhos e netos, ainda as lê!
Claro que, na altura, era mais para ver as figuras, pois ainda não conseguia ler com muita desenvoltura, mas foi como que uma predestinação que acabou por me acompanhar durante toda a vida com os Super heróis, o Tio Patinhas, o Mickey e, por aí fora até à era dos álbuns do Astérix e muitos outros...



Mas deve ter sido, sobretudo, a ingenuidade das historias ilustradas naqueles anos de 40 e 50 e a qualidade de alguns artistas que produziam autenticas obras de arte, que me conquistaram para a Banda Desenhada de que continuo a ser fervoroso adepto e consumidor. Como preito de homenagem aos  mais antigos de que me recordo, aí deixo algumas sugestivas capas de revistinhas de quadradinhos da minha juventude...

2 comentários:

  1. Lembro-me como se fosse hoje, e já lá vão pelo menos entre 65 a 60 anos, a ansiedade com que, inicialmente de 30 em 30 dias e mais tarde, de 2o em vinte dias, aguardavamos a chegada de um barco ao Porto Grande, vindo da Metrópole, como se dizia na época, para nessse mesmo dia ou
    no dia seguinte nos dirigirmos à Casa do Leão para recebermos os maços do Mosquito de que eramos assinantes! Eu infelizmente com o andar dos tempos fui perdendo o gosto pela banda desenhada mas...não deixo de recordar com muita saudade esses bons velhos tempos da já muito distante meninice vivida em S. Vicente!

    ResponderEliminar
  2. Tens razão, mano e, se bem me lembro, as primeiras revistinhas a que tivemos acesso, eram lidas com o corpo despejado sobre o cadeirão de verga comprado no Funchal aquando da vossa (tua e dos pais)ida para C.Verde, lá na varandas traseiras da nossa primeira casa na Rua de Senador...

    ResponderEliminar