Esta foto, que pretende ilustrar uma manifestação reivindicativa de carácter laboral, distingue-se, profundamente, dos desfiles sindicais actuais, antes do mais pela ausência de símbolos: não há bandeiras, não há faixas, não parece haver ódio mas muita vontade e muita união...Ali, não havia ninguém a falar pelos trabalhadores, eram os próprios, os seus problemas e a sua luta, sem secretários-gerais, sem profissionais da desregulação, sem mestres da manipulação verbal, sem ideólogos altamente politizados, dogmáticos, extremistas, fundamentalistas, autênticos talibãs da luta politica que não da luta sindical...
E, então, cabe indagar se será legítimo um qualquer sindicato ou uma qualquer central sindical empunhar o estandarte do partido sob cuja umbrela ideológica se pretende e se consegue adaptar as lutas laborais ao figurino da luta política como se fossem faces de uma mesma moeda...Este sindicalismo não dialogante e persecutório, dirigista e ideologicamente antipatriótico, não serve o povo e os seus trabalhadores, apenas se serve deles, mantendo-os adormecidos pelos cantos das sereias do partido...Até quando?
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