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sábado, 31 de agosto de 2013

(5800) - O BIGODE DO MEU PAI...


Para início de conversa convém, desde já, confirmar que o meu pai jamais usou bigode...Pelo menos, que eu tenha visto! Porquê, então, o título?
Recuemos aos anos 30 do século passado, a um fim de tarde de Outubro, no dia em que o meu tio Augusto, irmão de minha mãe, tinha aberto a pipa da água-pé, uma especialidade vinícola que muito boa gente prefere ao vinho, própriamente dito...
Ao que parece, a pinga tinha saído melhor do que a encomenda e, quando assim é, existe o perigo de emborcar os canecos, uns atrás dos outros, pois cada um sabe sempre melhor do que o anterior e os carapauzinhos secos, assados na brasa e passados pelo azeite  da talha também convidavam...Lá para as tantas, foi necessário colocar fim às libações, até porque o meu pai, mais a minha mãe, ainda moravam a três ou quatro quilómetros e nessa altura não havia, nem telefone quanto mais telemóvel para avisar que se vai chegar mais tarde...
A contragosto, meu pai lá se despediu do cunhado não sem antes ponderar que "...hoje é que me dava jeito ter bigode!"... Meu tio olhou para ele, lá do alto do seu metro e noventa e disparou:
- Essa agora?! Bigode para quê, pá?...Pausadamente, meu pai terá respondido:
- Então, pá, para ir bebendo, pelo caminho...

4 comentários:

  1. Gosto da sua prosa. Fico feliz quando resolve nos brindar com um dedinho dela.
    O meu pai, seu Vavá, tinha um farto bigode.
    Beijos sem lactose, sem glutem, sem conservantes.

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  2. Obrigado, amiga...Bondade sua!
    Agradeço, também, os bjs antisépticos!
    Zito

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  3. Estou no trauma da fase intolerância a vários produtos. Estamos tendo que nos adaptar a nova vida da minha filha que tem apresentado intolerância e alergia a vários produtos.

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  4. Pode ter a certeza de que o organismo de sua filha é que está certo...É a incompatibiilidade neo-industrial às mistelas tecnológicas!

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