Corria o ano de 1966 e logo no início das férias da Páscoa alguns professores e vários ex- alunos do Liceu Gil Eanes resolveram constituir uma embaixada de arte que em vários lugares da Ilha de Santiago desse uma série de espectáculos de música, canto, declamação, etc...A ideia era provocar uma retribuição por parte da malta jovem da Praia com relação a S.Vicente, iniciando-se assim, um intercâmbio que só traria vantagens para a melhoria do relacionamento, por vezes agressivo, entre as populações das duas ilhas. Valha a verdade que se diga, no entanto, que a tal retribuição nunca veio a realizar-se e a iniciativa morreu após os primeiros e promissores vagidos...
Recordo que a nossas estadia em Santiago ocorreu entre a Sexta-Feira Santa e o Domingo de Páscoa, e conseguimos oferecer três espectáculos, na Praia, no Tarrafal e em Pedra Badejo...Durante a nossa estadia nunca fizemos mais do que uma refeição no mesmo local, pois as forças vivas da ilha, honra lhes seja feita, encheram a nossa agenda de convites para pequenos-almoços, almoços e jantares...De tal forma que, pelo menos de uma vez, tivemos que almoçar duas vezes no mesmo dia, para não ofender duas proeminentes figuras da cidade da Praia...
No Domingo, a caminho de Pedra Badejo fizemos uma escala pela propriedade de Santa Cruz, onde o Engenheiro Almeida Henriques tinha conseguido medrar uma belíssima plantação de bananeiras e nos tinha convidado para a visita e um lanche...
Eu fazia parte da comitiva, pois cantava e declamava a solo e jograis, e acompanhavam-me a minha mulher, então grávida do nosso segundo filho, e minha filha Ana Paula, então com cerca de dois anos...A sala de entrada da casa do engenheiro, tinha, ao centro, uma estrutura de prateleiras com diversas peças de arte, entre as quais, um belo exemplar do chamado Buda da Felicidade.
Curiosa, a Ana Paula esticou o braço e, apontando o dedinho na direcção do Buda exclamou: - Mamã, mamã: Tio Tuta!

Parece que desde 1966 tenho a minha imagem eternizada numa estatueta graças a perspicácia da minha muito querida sobrinha Paulinha!
ResponderEliminarUm grande beijão
Tio Tuta
Quando menino, Buda era sinônimo de feio mas, honra lhe seja feita, Tuta não era feio, longfe disso. Ele era mesmo gordinho enquanto o mano tinha ar de sportim.
ResponderEliminarTodavia se Paulinha disse...
O tio não podia zangar com a sobrinha.
Criança diz cada uma !!!
Pois meus amigos o que se pretende, com esta historia, para alem de contar a saborosa observação da Paulinha, face à aparente senelkhança volumétrica do Buda Feliz com o meu mano Tuta, é recordar uma iniciativa bem intencionada que acabou por não ter os reflexos pretendidos a nivel do relacionamento Mindelo/Praia...Nós bem tentámos!
ResponderEliminarFeliz recordação em dia tão apropriado no qual se comemora o Dia das crianças.
ResponderEliminarPaula com inocência de uma criança viu pelos da alma que aquele que vive de bem com vida, já alcançou o estado budico. Assim viu seu tio a sorrir.
Uma lotus pra você,
Namaste, namaskar, Shanti om namah
Beijos, Paulinha de D.Maiuca
Beijos aos eternos meninos Djack, Tuta e Zito
Salve o dia das crianças.
AParecida padroeira do Brasil
ResponderEliminarNão me recordo do acontecimento, mas lembro-me de ouvir esta história do Buda desde pequena. Pois, sempre soube que o meu muito querido tio á semelhança do Buda é um simbolo de generosisade, felicidade, sabedoria, etc.
ResponderEliminarBeijinhos :-)
Por aqui, o Dia da Criança é a 1 de Junho, coincidindo, claro, com o dia do meu nasciento...Obrigado pela lotus mas não entendi a referencia à N.S. da Aoarecida...
ResponderEliminarPaula, isto foi, apenas, para recordar uma cena saborosa de um tempo em que a nossa vida era bem diferente, creio que para melhor! Por isso me deixa saudades e, por isso, recorro com tanta frequencia às minhas memórias!